Capítulo 49

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Meredith

O tempo andava depressa, mas as coisas estavam se organizando conforme o tempo ia passando, meus pais finalmente se acertaram, Lúcio e Fernanda finalmente estavam juntos como muitos diziam e se perguntavam quando isso aconteceria, acho que já estávamos esperando na verdade, agora mais do nunca iriam viver o amor que ambos precisaram esconder, abafar, esquecer, por um erro que comeram no passado, não me orgulho muito, apesar de saber que fui fruto de um amor o que seria perfeito se ela não fosse casada, então além de amor, sou fruto de uma traição, contudo eles viveriam o tempo que lhes foram roubados, o que achei que ainda demorou pra ser sincera.

Esse negócio de máfia é muito sistemática, não poder ficar com o seu filho e ainda por cima mandar matar por ter acontecido fora do casamento é realmente repugnante, eu nunca irei entender como um bebê possa transparecer uma vergonha para a família, como se não fossem mais digna de respeito, uma criança sempre trás luz no ambiente, por isso agradeço a Deus por  meu suposto avô está morto, eu nunca o perdoaria pelos seus atos.

Depois de alguns meses comecei a aceitá-los como meus pais, Fernanda ganhava espaço no meu coração e na minha vida, ela era doce e gentil, era parecida com a minha mãe, sim Rosa sempre será minha mãe e nada ou ninguém mudaria esse fato, ela era a pessoa mais importante no mundo pra mim, assim como Havi e Hector, fora as minhas irmãs, tá ok, minhas prioridades aumentaram significantemente, porque depois que Hector entrou na minha vida tudo começou a fazer sentido e quando achei que eu não tinha mais ninguém no mundo, fui surpreendida com esse tanto de gente que se importam comigo, que me amam, cada um de sua maneira e o meu peito enche transbordando desse sentimento que cada um me transmite.

Fazendo uma análise da minha vida, eu sempre fui igual ao meu pai, não tinha nada que pudesse dizer ao contrário, cada característica, cada movimento com as palavras, com certeza eu puxei a ele, porque de gentil e doce eu não tinha nada, a não ser com o meu filho e até nisso pareço com Lúcio, afinal Clarissa e Grace foram as pessoas que mais receberam atenção desse lado dele, hoje não o culpo mais, sei dos seus motivos e tendo um filho talvez tivesse a mesma atitude, não, eu não teria essa atitude, sei o quanto isso possa machucar, mas compreendo que o medo foi capaz de cegar o amor, não podemos nunca deixar outro sentimento tomar conta de nós quando se possui amor dentro da gente, ele sempre deve prevalecer mais que qualquer outra coisa.

Grace casou com Jack e quando voltaram da Lua de Mel a primeira coisa que eu fiquei sabendo era que ia ser tia, que Havi ganharia um priminho ou priminha para brincar com ele, ver a felicidade dela me encheu de emoção, ela sempre esteve ao meu lado, sempre segurou na minha mão, eu não sabia o verdadeiro significado do nosso amor uma pela outra, mas antes da verdade ela sempre foi a minha corda, Grace era a pessoa que me erguia quando eu pensava em não continuar, ela jogava a corda me tirando do fundo do poço me mostrando um novo caminho a se recomeçar, é por isso que a minha gratidão a ela vai além de uma simples ligação de sangue, Grace tinha minha alma eternamente porque se não fosse por ela eu não chegaria tão longe, por isso ver a sua alegria e poder ser uma das pessoas a compartilhar isso é uma dádiva.

Já Sabrina estava a cada dia melhorando, minha mãe Fernanda ia visitá-la com frequência, sempre voltava com boas notícias, o psiquiatra informava os seus progressos, que Sabrina estava desconstruindo tudo que foi plantado de ruim e transformando em coisas boas, ela parecia feliz pela filha, eu também desejava a ela uma recuperação, ninguém merecia ser refém da própria mente, principalmente por idealizar algo do qual nunca aconteceu, segundo minha irmã doente, eu fui a culpada por sua mãe não olhá-la com amor, fico imaginando essa cena, Fernanda me teve arrancada, precisou abrir mão de mim para a minha sobrevivência, ela deveria ter ficado arrasada, Sabrina idealizou na mente que a mãe não a amava por conta de mim, a verdade não era essa, a tristeza no olhar de Fernanda era a perca e não por deixar de amar Sabrina, o que sua mente acabou distorcendo e com um avô maluco a enchendo com certeza ela criaria ódio de mim.

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