If I'm louder, would you see me?

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Nunca cheguei a acreditar que algum dia eu chegaria a me mudar para outro país. O motivo? O trabalho dos meus pais, é claro. Meu pai era um cientista muito bem sucedido, e sendo assim, é claro que outros países não desperdiçariam uma oportunidade de ter um cientista tão bom trabalhando para eles.

Primeiro passaríamos uma semana em Londres, depois, para uma cidade chamada Holmes Chapel. Sabe-se lá onde fica... Meu pai escolheu uma cidade mais afastada para poder se concentrar melhor e não haverem "distrações". Minha mãe é a sua companheira de laboratório. Eles não se preocupavam com mais nada a não ser descobrir a cura da AIDS, ou coisas assim, nunca soube exatamente.

Eu? Bem, eles não dão a mínima atenção para mim, o que é bom até certo ponto. Eu queria que eles se preocupassem mais comigo. Eu podia muito bem ser uma garotinha mimada que consegue tudo o que quer. Eles pode me dar tudo o que eu pedir só pra "calar a minha boca". Mas eu odeio aquelas garotas que conseguem tudo o que querem e que o mundo gira ao redor delas. A vida não é assim. E eu sei muito bem disso.

Posso dizer que sei disso porque meu ex me traiu. Eu não estou tentando convencer ninguém que tenho uma história triste, eu sei muito bem que a minha não chega perto de ser a pior, mas a minha vida não é perfeita e feliz. Foi com uma dessas garotas. Ele era o meu melhor amigo antes de tudo acontecer. Eu acabei me apaixonando. Mas ele não. Foi aí que eu percebi que não se pode confiar mais em ninguém. Ele tinha apenas uma queda por mim, mas parece que preferiu a garota "popularzinha" da escola. Ugh, como eu me odeio por isso. O pior de tudo é que ele sabia que eu estava me mudando para a Inglaterra e não se desculpou, ele não fez nada. Talvez nunca mais nos veríamos. "Para que se dar o trabalho, não é?" Ele deve ter pensado...

Eu tinha certeza que haviam várias garotas com a vida pior que a minha. Até minha priminha falecer. Ela era o único ser vivo que eu tinha certeza que poderia amar sem me arrepender. Ela tinha seis anos quando aconteceu. Foi um acidente de carro. Meus tios sobreviveram. Ela não.

Eu chorei por dias, não saí de casa por um mês e me cortei, sim me cortei e ainda me corto. Fiquei trancada no meu quarto chorando e isolada do mundo. Meus pais nem perceberam. Quando eu digo que eles não dão a mínima, é porque realmente não se importam e eu não exagero.

Ela era como minha irmã. Eu a buscava na sua escola todos os dias e a levava para casa como um favor aos meus tios que não podiam buscá-la naquele horário. Ela fazia os meus dias valerem a pena. Ela era muito esperta e sorridente. Ela não era uma criança irritante que chora por qualquer motivo. A casa dela era três ou quatro quadras da escola e no caminho havia uma sorveteria. Nós fizemos um trato de que se ela tirasse um dez, ela teria direito a dois sorvetes. Nos dias que ela quisesse. Eu nunca comia, porque ela não era capaz de aguentar um inteiro e ela me dava o resto. Ela sempre pedia o de flocos, o seu favorito e o meu também.

Eu sempre choro quando lembro desses detalhes. Detalhes que me faziam feliz. Eu vou tentar esquecer.

Vou fazer dezesseis anos mês que vem. O bom disso é que já estarei na cidadezinha de Holmes Chapel. Vou para Londres amanhã e mal posso esperar para dar uma de turista. Eu sempre rio dos turistas aqui se impressionando com o Pão de Açúcar, ou com a vista do Cristo Redentor. Talvez seja porque eu já esteja acostumada. Mas não posso evitar de dar uma última olhada da minha varanda que dá na praia de Copacabana, onde consigo ver uma parte do Pão de Açúcar. Preciso admitir que irei sentir falta dessa vista. Mas não tanto da praia, não gosto muito de praias, pra falar a verdade eu gosto do frio, do inverno.

Eu sei, em relação ao país o onde eu nasci eu sou toda errada. Eu não gosto de andar por aí de biquíni. Eu não sou gorda, muito pelo contrário. Sou a típica menina carioca com o corpo violão (mas nem tanto, eu ainda estou crescendo, sou um pouco baixa ainda e não sou bem... desenvolvida ainda) de que tanto falam, exceto que não sou morena, meu cabelo é castanho claro, mais para louro, é complicado de explicar e minha pele é clara e nem um pouco bronzeada. Eu simplesmente não sei, quero dizer, eu não gosto de exibir meu corpo, eu não gosto de shorts muito curtos. Sou mais reservada.

Acabo de me lembrar que já é tarde e eu ainda preciso escolher a roupa para ficar no avião amanhã de manhã e ainda preciso me arrumar para dormir.  

Escolho uma roupa confortável para o vôo e escovo os dentes, coloco o pijama. Antes de adormecer, minha mente divaga sobre uma nova vida. O que devo esperar?

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GENTE, NA PARTE QUE ELA DIZ TER CORPO VIOLÃO, ELA NÃO TA SE ACHANDO NEM NADA, EU SO QUERIA QUE VOCÊS VISSEM ELA PELOS OLHOS DAS OUTRAS PESSOAS TA?

EU SEI QUE ESSE CAPÍTULO É CHATO, MAS POR ENQUANTO É SÓ A APRESENTAÇÃO DELA ETC

VOTEM, COMENTEM, ME DIGAM SE GOSTARAM, O QUE VOCÊS ACHAM QUE PODE ACONTECER...

EU VOU ESCREVER MAIS QUANDO PUDER OK?

~Scarlett


Louder -A Niall Horan Fanfic-Onde histórias criam vida. Descubra agora