Nunca me senti assim antes

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Minha mãe cumprimentava nossa nova vizinha calorosamente, com nosso jeitinho brasileiro de ser.

"Muito prazer, Jade, meu nome é Anne e este é o meu filho, Harry. Viemos dar as boas-vindas a nossos novos vizinhos. Moramos na casa da frente." Eu acenei timidamente da escada para a Anne, mas não consigo ver o tal Harry, já que minha mãe está na frente.

"Você tem uma bela filha" ela diz, enquanto me aproximo da porta da frente. Eu sinto minha pele corando, enquanto Harry me encara, para ver se o que sua mãe tem razão. Eu não sei pela sua reação se ele gostou ou não do que viu, mas eu certamente gostei do que vi.

Um garoto de dezesseis ou dezessete anos com cabelo castanho e encaracolado perfeito, olhos verdejantes os quais me perdi quando o encarei.

"Obrigada" disse minha mãe, me tirando do transe.

"Mãe, eu vou dar uma volta para conhecer a vizinhança, tá?" eu tentando esclarecer porque estava vestida daquele jeito.

"Harry podia mostrar-lá para ela. Qual o seu nome, querida?"

"Scarlett, mas não quero incomodar, obrigada" respondi, recusando a oferta e tentando parecer o mais educada o possível.

"Ah, mas eu faço questão, agora, eu tenho uma reunião muito importante para ir. Harry, trate de se comportar" disse ela, parecendo que ia deixar uma criança de cinco anos na casa de um amiguinho. Eu tentei disfarçar o riso.

"Mãe!!" Protestou ele, envergonhado. "Mas e o pessoal lá em casa?" Eu pude perceber que ele estava de má vontade e não queria me mostrar a vizinhança.

"Ótima idéia, depois de mostrar a ela, pode apresentá-la aos seus amigos. Tenho certeza que ela gostará de conhecê-los."

Harry suspirou e concordou, despedindo-se da sua mãe.

"Vamos?" Perguntou ele.

"Claro!" Eu disse tentando esconder minha animação "Tchau mãe."

Conforme caminhávamos, eu ficava olhando para a neve que estava tão bonita nos telhados das casas.

"Então... De onde você vem? Seu sotaque não é daqui."

"Ah, é, eu sou do Brasil, mais precisamente do Rio." Digo, orgulhosa de vir de uma cidade tão bonita e conhecida.

"Rio? Ah, sim, lá é realmente muito bonito!"

"Já esteve lá?"

"Não, mas eu conheço dos filmes, quando os helicópteros sobrevoam aquela coisa de braços abertos" ele abriu os braços em demonstração, enquanto eu rio, achando engraçado ele tentando imitar o Cristo.

"Você quer dizer o Cristo Redentor?" pergunto, ainda sorrindo.

"É o nome daquilo? Hm..." Nesse momento uma casa chama a minha atenção. É tão bonita que paro de caminhar para observar. Harry percebe que eu não o estou acompanhando e volta. "Essa casa? Você realmente gostou dela? É aí onde mora a mossa pior vizinha, uma velha rabugenta que você nunca vai querer conhecer, acredite." Nessa hora eu começo a espirrar. Um espirro atrás do outro, sem parar.

"Você está bem?" ele me pergunta, soando preocupado. Eu devo ter espirrado mais cinco ou dez vezes antes de responder.

"Sim, eu só não me acostumei com o clima daqui. É muito frio."

"Acho melhor voltarmos, antes que você pegue uma gripe." Concordei, um pouco desapontada em não me distanciar mais de trinta metros da minha casa. Demos meia volta e chegamos na porta da construção que teria de chamar de lar e toquei a campainha, esperando alguém atender, já que meus pais ainda não me entregaram a chave.

Louder -A Niall Horan Fanfic-Onde histórias criam vida. Descubra agora