UM BOSQUE ENTRE MUNDOS

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Os fatos aqui vividos são narrados por Ecila Grace, uma garota comum com espírito de aventura

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Os fatos aqui vividos são narrados por Ecila Grace, uma garota comum com espírito de aventura.

Minha avó faleceu, hoje faz um mês, e ainda não deixou de ser estranho, como se eu fosse passar por aquela porta e ela estaria ali lendo um livro e tomando seu chá. Hoje é a primeira vez que venho aqui desde que ela se foi, mas essa casa já não é a mesma, parece que perdeu as cores, parece fria. Estava com minha família esperando o executor do testamento de minha avó, ele chegou um tempo depois, todos se acomodaram na sala e esperaram ele falar, não estava prestando atenção, minha mente vagava para longe dali, para as lembranças com minha avó, quando ele chamou meu nome.

_ Para minha neta, Ecila Grace, deixo meu bem mais preciso e também uma obrigação, o baú de madeira guardado em meu cofre trancado, a chave já está com você, no colar que carrega com sigo desde pequena, meu conselho nunca o abra - o homem me entregou o baú e eu o agradeci - tem mais uma coisa, ela também lhe deixou uma carta, aqui - disse ele tirando a carta de sua pasta -.

Todos ficaram curiosos com o conteúdo do baú e da carta, mas achei que minha avó não gostaria que eu o abrisse em frente a todos e apenas os guardei em minha bolsa. Cheguei em casa e me tranquei em meu quarto, para enfim ler a carta que me deixará.

Querida Ecila

Sinto muito ter que deixar em suas mãos jovens uma obrigação tão grande, a caixa que deixei sobre seus cuidados, pertenceu a minha mãe, que por sua vez pertenceu a minha avó, e a avó de minha avó, até meu tataravô. Está em nossa família a 7 gerações, ela pertenceu originalmente a meu tataravô, Digory Kirke, foi esculpida da madeira da árvore de macieira prateada, semente trazida por ele de Nárnia, um presente do próprio Aslam, quando ainda era um menino, nela está guardado um objeto muito perigoso, são os conjuntos de anéis que levam para além de nosso mundo. Podem parecer inofensivos, mas da última vez que foram usados despertaram um grande mal que assolou Nárnia por séculos. Te aconselho a não abrir a caixa, mas não posso te impedir, se fizer quero que saiba, os anéis amarelos te levam para além deste mundo e os verdes a trarão de volta, não toque em um anel amarelo sem ter um verde consigo, porque então ficará presa e não haverá ninguém que a possa ajudar. Tenha cuidado, tenha uma boa vida.

Com amor, Sua avó, Clarissa.

Minha avó sempre adorou histórias, e me contou tantas que até mesmo perdi a conta, era difícil acreditar no que estava escrito, mas não duvidaria de nenhuma palavra de minha avó. Tirei o colar de meu pescoço e abri o baú, nele havia uma certa quantidade de anéis, verdes e amarelos, me peguei pensando no que haveria para além do nosso mundo. Os anéis emitiam um ruído quase que alertando perigo, quase toquei em um amarelo quando lembrei do que minha avó disse, um verde para voltar e um amarelo para sair. Com um lencinho peguei um anel verde e um amarelo e tranquei a caixa novamente, a colocando em minha bolsa, guardei o anel verde no bolso direito e então toquei no anel amarelo.

O quarto sumiu rapidamente, e tudo ficou turvo, havia uma luz verde acima de mim, e sentia como se estivesse dentro d'água. Foi tudo muito rápido, quando dei por mim, estava ao ar livre, em um pequeno lago, cercado por um bosque, sai da água (completamente seca, embora não tenha prestado atenção nesse detalhe na época) em direção a relva, e percebi que haviam muitos outros lagos espalhados pelo bosque.

As árvores ficavam tão próximas que não se podia ver o céu, mas todo o bosque era iluminado por um luz verde que transpassava por entre as folhas, a luz era intensa e cálida. O bosque era o mais calmo que já vira, nenhum som podia ser ouvido. Parecia não ter vida ao mesmo tempo que emanava vida de si. O lugar era tão calmo, que nem ao menos me lembrava como havia chegado ali, era um lugar onde nada acontecia. Era tão calmo que parecia com estar dormindo, se eu não tivesse notado o homem me encarando mais a frente, talvez caísse por ali mesmo e passaria o resto da vida dormindo.

_ Quem é você? - perguntei assim que despertei do encanto do Bosque -.

_ Damen, o guardião do bosque entre mundos - pisquei algumas vezes finalmente me lembrando o que fazia ali -.

_ Oh, sim! Vovó e os anéis! - exclamei surpresa, olhando em volta sem muito entender -.

_ Vocês me dão muito trabalho, sempre se perdendo onde não devem. Que foi não achou que esse anéis era a única forma de chegar até aqui, achou? Quem me dera, minha vida seria muito mais fácil assim - reclamou o homem que parecia com sono -.

_ Oh! Eu sinto muito, mas poderia me explicar o que acontece aqui?

_ Este é o bosque entre mundos, cada lago é um mundo diferente, alguns acabaram de nascer, outros estão no meio de sua vida - disse apontando para o lago que acabara de sair - e outros estão no final de sua vida.

_ E eu posso simplesmente entrar em um deles e sair?

_ Em teoria sim, mas eu não aconselharia, em alguns deles você pode acabar encontrando versões de si mesma que não irá gostar - disse Damen -.

_ Mas se existem tantos mundos, qual a chance de eu encontrar comigo mesma?

_ De todo modo, a escolha é sua, só vá embora para que eu possa voltar a dormir - reclamou ele em um ar cansado -.

_ Algum deles me levaria para Nárnia ou um mundo mágico?

_ Talvez, eu nunca me aventurei por nenhum deles, eu só fico aqui, e guardo o bosque - o homem falou enquanto se sentava na relva e descansava sua costa em uma árvore decidido a não me dar mais atenção -.

Olhei mais atentamente decidindo entre ir ou voltar pra casa, poderia voltar para casa na hora que quisesse com esses anéis desde que não perdesse o lago de vista. Abri minha bolsa em busca de algo que pudesse usar para sinalizar o lago e encontrei um canudo de inox que sempre levava comigo, o finquei em frente ao lago e parti em direção a aventura.

...

Quantos autores já não se viram perdidos em um bosque entre mundos? As possibilidades são tantas que chega uma hora que não sabemos que caminho seguir.

Esse é o único conto que inspirou um livro próprio, vejo vocês por ai.

A história é uma obra de ficção baseada em personagens e universos já existentes pertencentes à obra de C.S. Lewis.

Plágio é crime.

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