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(este livro é uma continuação de "O vizinho da casa ao lado")

      Respira Savana, respira, vai ficar tudo bem. Eu passo o caminho todo dizendo isso pra mim mesma. Depois de 1 hora pós sair do aeroporto, chegamos na casa de Gabriela. A casa dela é gigante, branca e com paredes feitas de um vidro reluzente, detalhes de madeira e tijolinho, uma casa moderna eu diria, porém assustadora. Pego minhas malas no carro e entro em casa. Gabriela vai me mostrando a residência, minha cabeça está na lua, fico pensando nas minhas coisas e nas pessoas que deixei pra trás, Gabriela me tira dos meus pensamentos dizendo "aqui você não pode entrar ok?", respondo "ok". Mas a verdade é que eu não prestei atenção nas coisas que ela disse até agora e nem vi direito qual que é o lugar que eu não posso entrar. 

    Chego no meu futuro quarto, gigante e sem vizinhos de janela, droga. Me sento na cama, hm, confortável. Mando mensagem para Gustavo e Katherine e fico falando da casa e de como eu estava me sentindo naquele momento. Respiro fundo mais uma vez e arrumo as minhas coisas no guarda roupa. Da uma preguiça, admito, mas mesmo assim eu tento. Gabriela me manda uma mensagem dizendo que o almoço tá pronto, eu desço a escadaria e vou até a cozinha. Juliano (marido da minha irmã) já estava comendo enquanto ela ainda colocava a comida dela. Marta (moça que trabalha na casa) foi servir o suco e Gabriela foi extremamente grosseira e desnecessária com a moça dizendo que ainda NÃO havia pedido pelo serviço. Ela não demonstra dó ou remorso nenhum pela grosseria, então Juliano puxa assunto comigo pra quebrar o clima que ela deixou.

J. Eai? Ta ansiosa pra conhecer a cidade?
E. Ah, claro - falo fingindo felicidade e sendo irônica
J. É, Jajá eu vou sair com a sua irmã, deixarei a chave aí em cima pra tu conhecer a sua nova vizinhança.
G. NÃO, ela NÃO vai sair.
J. Mas porq... - ele é interrompido aos berros.
G. EU NAO QUERO A SAVANA ANDANDO POR AÍ SOZINHA.
J. Ok.

      Mais uma vez, Gabriela sendo Gabriela. Reparo numa marca roxa no braço de Juliano e arranhões no de Gabriela, isso significa algo ? Ou será que esse questionamento é a minha mente inventando coisas pelo tédio? Ele pode ter batido o braço em algum lugar e ela podia ter se aranhado enquanto se coçava. Respiro fundo e o silencio permite que eu ouça os tic tac do relógio. A hora aqui não passa e tudo é eternidade. Gabriela e Juliano levantam e anunciam suas saídas, provavelmente a trabalho. Fico animada, vou poder explorar a casa sem que a irmã megera estrague esse momento tagarelando sobre onde eu posso ou não entrar. Assim que eles saem, eu vou andar.

        A casa por dentro é feita de tons claros e é gigantesca também, muitas portas, e o cheiro... o cheiro é de mofo na real. Vou entrando, de porta em porta, desbravando o mundo dessa casa, até chegar no quarto do casal. Eu quero mexer nas coisas, mas não tanto pra não achar algo íntimo demais que vá me constranger. A cama é gigante, o quarto é feito em branco e vermelho, entro no closet, primeiro do Juliano, me impressionei na quantidade de ternos que ele tem, ternos que inclusive, são praticamente da mesma cor, tem uns sapatos chiques, relógios e pratas, há algumas caixas com papéis dentro também, isso me chama atenção, mas logo esqueço pensando que talvez sejam papéis do trabalho, vou andando e andando, cada um tem um banheiro separado, entro no de Juliano, bem arrumadinho vários perfumes e mais papéis, saio de lá e vou explorar o closet de Gabriela.

     Gabs tem várias roupas, muito brilho, tudo muito preto e branco, algumas bolsas e muitos sapatos, muito exagero em algumas partes, eu vou mexendo pra ver se algo me agrada, até ver algo metálico grudado na parede entre roupas, demorou um pouco até eu raciocinar sobre o que era aquilo. Era um cofre, continuo olhando e imaginando o que poderia ter ali naquele cofre. Vou andando mais pela casa, com o intuito de esquecer aquele maldito cofre "cassete Savana, por que tu é tão curiosa assim?" Digo a mim mesma em voz alta, vou andando, andando e andando, até chegar na lavanderia, reparando bem, na tentativa de esquecer o cofre, acho que achei outra coisa. Reviro os olhos e um sentimento fervoroso sobe o meu peito, mas ao mesmo tempo o sentimento da curiosidade é maior. 

    A lavanderia é grande, mas o problema são os trecos que tem aqui e tem muito treco, olhando um armário acabei reparando que ele tapava uma porta uma porta que aparentemente não fazia falta pra ninguém, já que ninguém se deu o trabalho de remov...

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    A lavanderia é grande, mas o problema são os trecos que tem aqui e tem muito treco, olhando um armário acabei reparando que ele tapava uma porta uma porta que aparentemente não fazia falta pra ninguém, já que ninguém se deu o trabalho de remover esse armário da frente dela.  Empurro o armário, que não é nem tão leve e nem tão pesado, a porta não estava trancada então eu consigo abrir ela. Assim que abro, uma escada sombria aparece, procuro um interruptor de luz, e assim que eu acho ascendo, vou descendo a escada, olhando tudo, é só um porão empoeirado, há uma janelinha, luz e muita poeira, tem algumas coisas velhas também como um sofá antigo, roupas de cama velhas, mais papéis, cadeiras, entre outras coisas. Saio de lá o mais rápido possível e decido encerrar o meu tour, chega de loucuras por hoje.


O Vizinho da (Não) Casa Ao Lado 2Onde histórias criam vida. Descubra agora