26. E o mal sorriu

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Dia seguinte; Segunda-feira, 09:30am | Lee Yuni

Depois de mandar um bom dia para Jungkook, guardei meu celular no bolso e encarei meu armário. Passando as mãos sobre meus cabelos e tentando puxar o ar. Apesar de me sentir bem, em saber que minha mãe está bem.

Sinto como se algo estivesse prestes a acontecer, e talvez, isso seja o motivo do meu desconforto. Mas, a única coisa que me conforta é saber que ao final do dia eu veria Jungkook.

Os meus olhos se fecham e um suspiro escapa por meus lábios. Abro o meu armário e respiro fundo, sabendo que a rotina chata e puxada começaria de novo. Aquele pequeno conto de fadas pelo qual eu estava vivendo era algo momentâneo. Eu ainda preciso estudar, ainda preciso me graduar.

Não se vive de amor, de paixão nos dias de hoje. Muito menos de ilusão.

Assim que fecho meu armário, vejo todos irem em direção as suas salas.

Meu celular apita e vejo as mensagens de Jungkook. Um sorriso se abre em meus lábios e eu me sinto ainda mais encorajada a continuar ali.

"Você é forte. É a minha coelhinha. Boa sorte. Não desista do seu futuro brilhante, fighting!"

JEON JUNGKOOK

A cada passo que dou, para observar a casa que um dia chamei de minha, sinto a sensação de nostalgia invadir meu peito. A decoração intimista continua como sempre foi.

Os quadros com as fotos de família na parede, os tons pasteis na parede, as plantas bem cuidadas e bonitas. Os santinhos protetores de nossa família. Tudo do jeito que minha mãe sempre gostou e que meu pai compartilhava do mesmo gosto.

Enfio as minhas mãos dentro dos bolsos, encolhendo os meus ombros. Fechando os meus olhos assim que paro perto da escada. Puxo o ar e sinto o aroma gostoso de café e bolo de milho. Um sorriso mínimo escapa de meus lábios e eu me sinto como o Jungkook de três aninhos.

Que corria e gritava a plenos pulmões para a mãe, sempre que desejava comer um bolinho de milho no café da tarde. As pequenas coisas me fazem sentir aquele pequeno aperto no peito.

Apesar de sentir saudade de casa, eu sei que não sou capaz de voltar para cá. Jongsun faz falta e sua ausência me machuca até os dias de hoje, assim como a magoa profunda que carrego em meu peito.

Minha omma ainda está na cozinha, completamente alheia ao que se passa ao seu redor. Focada em preparar o próprio café e escutar seu velho e bom rádio da tarde. Acredito que ela jamais perderá esse habito e eu sorrio.

Me aproximo um pouco mais da porta de entrada da cozinha, e encosto meu ombro no batente da porta. Com o seu avental de flores vermelhas, ela cantarola baixo, enquanto seus ouvidos apreciam a música boa vindo do rádio. Suas mãos habilidosas batem a massa do bolo com firmeza, enquanto no forno uma primeira fornada está assando.

Dona Areum se vira e quando seus olhos grandes e negros, bonitos iguais aos meus, me veem; ela sorri abertamente. A vasilha onde ela batia o bolo é posta sobre a mesa e seus passos são rápidos em minha direção.

Assim que se aproxima, me abraça forte. Me toma em seus braços, como sempre fez e sempre fará. Independente da minha idade.

— Omma, está me apertando! — Minha voz soa abafada, já que ela me abraça forte. Sua estatura é baixa, mas, devido ao seu abraço, me sinto completamente pequeno em seus braços. — Eu senti saudades.

— Não sei porque você está dizendo essas coisas, sendo que ainda estou aqui. — Ela me solta e beija minhas bochechas, ajeitando meus cabelos. — Anda comendo bem, criança?

Fuck Boy ©Onde histórias criam vida. Descubra agora