29. Eu amo você, Yuni-ah

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LEE YUNI

TRÊS SEMANAS DEPOIS

Como de costume, todas as manhãs são horríveis se pararmos para analisar os motivos e os nossos afazeres do dia. Contudo, as últimas semanas para mim foram ainda piores do que as passadas. Já passei por semanas difíceis, contudo, estas últimas me fizeram desconfiar de que algo pudesse estar acontecendo. As pessoas estavam agindo estranho, me olhando estranho e principalmente, evitando a minha presença.

Era como se eu não existisse, se não estivesse presente ou se fosse um fantasma; ao qual todos viam, contudo, não faziam questão nenhuma de exorcizar ou espantar. Trazendo à tona, um dos meus piores medos diante de todos os outros medos que eu já estava colecionando.

Entretanto, não posso me dar ao luxo de ficar chateada com algo ou com eles. Acredito que o que está em pauta não são as minhas amizades. Já que nunca tive amizades verdadeiras. A única coisa que boa parte das pessoas ali se importavam era com o pouco de status que eu tinha e a minha inteligência. O restante, não era algo que me fizesse falta.

Mas, nesta semana, especificamente nesta; me senti ainda pior. Logo, eu descobri os motivos pelos quais todos estavam me repudiando tanto e me afastando de qualquer coisa que eu pudesse vir a ter interesse.

Traidora.

X9.

Sem noção.

Barbiezinha de bandido.

Era isso o que estava rabiscado no meu armário, com tinta. Foi isso que eu li, assim que me aproximei do meu armário. Tendo que ouvir ainda, risadinhas dos outros alunos e algumas alunas, que faziam questão de debochar e me intimidar.

Contudo, o barbiezinha de bandido me deixou ainda mais surpresa. Bandido? Que bandido? Meu coração parecia querer saltar pela boca, assim como as perguntas que insistiam em ocupar minha mente. Eu conseguia sentir minha mão tremer tanto, que tampouco eu pude segurar o celular nas mãos.

E como se não bastasse, um dos alunos fez a questão de me deixar claro que a minha presença não era bem-vinda ali.

— Quer dizer que você se bandeou para o terceiro andar? — Um deles comentou, enquanto se aproximava de mim.

Ele e seus amigos. Duas meninas estavam presentes nesse grupo, mas, elas tampouco se mexeram para fazer algo. Observaram, e se divertiram como se aquilo fosse engraçado.

Pude sentir as minhas bochechas esquentarem e os meus olhos arderem. Eu queria chorar, mas, não podia chorar. Não ali, na frente deles, para dar a oportunidade para a zoação. Mas, mesmo com todas as minhas tentativas, um deles percebeu o meu desejo.

— Oh, a barbiezinha vai chorar? — Aproximou-se, colocando a mão contra meu rosto. Bati em sua mão e me afastei. Mas, ele foi mais rápido e me puxou pelo braço, segurando-me pelos cabelos com força.

— Agora você é valente? — O outro perguntou, aproximando-se. Enquanto ria de minha situação. Uma das meninas também se aproximou, ficando do meu lado direito. Ela ria de minha situação e não hesitou ao me dar um tapa no rosto.

— John, ela acha que por ser namoradinha de um bandido, que ela será defendida. Acredite, está mexendo com as pessoas erradas. Você não é bem-vinda aqui, traidora! — Disse a garota.

Todos gritaram em coro. Logo, o valentão, chamado John me soltou e me empurrou contra o chão, me fazendo cair.

Mesmo que eu quisesse revidar, não tinha força suficiente para enfrentar todos os três.

Fuck Boy ©Onde histórias criam vida. Descubra agora