Outro domingo chegou e Harry estava animado para continuar suas aulas de animagia, curioso para saber o que viria a seguir. Ele não havia tentado mudar desde aquela noite, não ousaria fazer isso sem a presença de Snape, ele havia sido avisado mais do que o suficiente sobre os perigos de se perder na mente de um animal.
Já eram quatro da tarde, e ainda nenhuma carta veio de Snape sobre quando eles poderiam se encontrar. Harry lentamente ficou um pouco ansioso, imaginando se Snape havia se esquecido dele, ou pior ainda, pensado em não ensiná-lo mais após seu último duelo.
" Eu sonho com você ", as palavras ainda fizeram Harry corar. Ele tinha sonhos com Snape também agora. Mas ele não sonharia com uma mão em sua garganta, arrancando sua vida, mas com lábios ali, finos e afiados, quase cortando sua pele com beijos ásperos. Ele sonharia com toques suaves, com eletricidade, com o cheiro da chuva. Ele sonharia com um corpo atrás dele. Não havia rosto, nunca um rosto, mas ele sabia quem era, e saber disso o perturbou.
Ele olhou para Ginny, que estava deitada contra sua perna, o livro na mão. Lindos cabelos ruivos presos atrás das orelhas, ela estava lendo, e enquanto Harry a observava, ele sentiu uma dor horrível no peito. Ele deveria sonhar com ela, sentir seu toque em sua pele. Por que então eram dedos longos e lábios finos? Por que cabelo preto em vez deste lindo ruivo?
Ele se mexeu ligeiramente e saiu de baixo dela, colocando um travesseiro sob sua cabeça. Ela ainda olhou para cima.
"Onde você vai?" Ela perguntou com um sorriso.
"Só para caminhar um pouco. Eu preciso limpar minha cabeça", Harry bufou, coçando o pescoço. "Eu estarei de volta em um tique."
Ela acenou com a cabeça, soprou um beijo para ele, em seguida, voltou para o livro de Transfiguração. Harry a observou por mais um segundo, então caminhou até o retrato. Quando ela se abriu, ele saiu, sentindo o peito pesado como uma pedra, como se cada mentira que ele dissera fosse pesar uma tonelada cada.
Ele não apenas saiu para dar um passeio, ele tinha um objetivo exato, direções precisas que precisava seguir para chegar ao seu destino: o escritório do diretor. Ele tentou não pensar, se demorar no motivo de ter mentido para Ginny sobre para onde estava indo, por que, para começar, ele queria ir para lá. Ele esvaziou sua mente e deixou suas pernas se moverem, sabendo que elas o levariam para onde ele queria ir.
Ele já estava no corredor, os olhos na gárgula feia que guardava a entrada, quando de repente ela saltou para longe. A Professora McGonagall desceu correndo as escadas, com alguns livros nas mãos.
"Oh, Potter," ela cumprimentou Harry, quando o notou.
"Olá, professor," Harry sorriu.
"Procurando pelo Professor Snape?" Ela perguntou enquanto a gárgula voltava para seu lugar atrás dela.
Harry hesitou por um momento, se sentindo culpado mais uma vez, ou pior ainda, como ser pego enquanto se comportava mal, mas então percebeu, McGonagall sabia que ele estava aprendendo animagia com Snape, foi ideia dela em primeiro lugar, e não havia nada de errado em perguntar sobre sua próxima lição.
"Uhm, sim", disse ele no final. "O Professor Snape não me disse quando teremos minha próxima aula de Animagia."
"Oh, ele não está no escritório, infelizmente", ela o informou. "Ele está nas masmorras."
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Unrestrained - Snarry
RomanceApós a guerra, Harry acha que está vivendo a vida perfeita com Ginny nos braços e no caminho de se tornar um auror. Mas a magia de Snape se torna instável e, de repente, Harry deve estar constantemente à mercê de um homem que o odiava nos seus melho...