Único

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Genos parava de mexer a panela de vez em quando para olhar para a sala. Saitama jogava vídeo game contra King. Genos supôs que essa era a única forma que seu Sensei podia perder em uma batalha contra alguém. Ele parecia irritado, frustrado e incomparavelmente animado.

— Sensei, tente não quebrar o controle. — Genos avisou carinhosamente no batente da porta, logo retornando para mexer a panela.

— Genos, você pode abrir um pacote de salgadinhos para mim? — Saitama gritou da sala.

— Sim, Sensei!

Ele foi até o armário, pegou um pacote e o abriu para Saitama. Fubuki, que cortava os legumes, ficou de queixo caído enquanto via o Demon Cyborg se mover pela cozinha com um avental rosa, atendendo aos caprichos de Caped Baldy como uma dona de casa amorosa e dedicada.

— Por que Saitama faz você fazer isso? — ela perguntou quando Genos voltou da sala. — Abrir um pacote é uma coisa tão insignificante.

— Ele não faz. — Genos respondeu simplesmente. — E é mais fácil para mim fazer isso por ele do que deixá-lo fazer por conta própria. Às vezes Sensei quebra coisas sem querer.

Fubuki colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e escondeu um sorriso.

— Você gosta mesmo dele. — Genos não negou, é claro. — Não é frustante? Você é um cyborg, ele é humano...

Genos voltou a mexer a panela, lábios franzidos. Ele sabia o que Fubuki estava insinuando. Teria explendido uma nuvem de vapor se não tivesse intrigado também.

— Sensei nunca reclamou, mas talvez... não sei. — Genos disse pensativo. Saitama evitava tocá-lo quando faziam coisas mais íntimas, ele nem mesmo insistiu em ficar no topo uma única vez antes. Isso incomodava Genos há algum tempo. Era frustante não saber o motivo e os recuos de Saitama quando perguntava. — Tem funcionando bem, até agora.

Que ele soubesse.

— Qual de vocês vai falar para Amai Mask o que está rolando entre vocês? Já flagraram vocês no supermercado hoje. — Fubuki colocou os legumes cortados em uma tigela e passou para Genos. —  Não deve demorar muito tempo para que seus fans comecem a mandar cartas e a fazer reclamações para Associação. Amai Mask odeia ser pego de surpresa, pode ser um problema se acontecer.

Saitama era o herói mais forte, derrubava todos os monstros que apareciam em sua frente com um único soco. Salvou o mundo inúmeras vezes. Mas era verdade também que continuava sendo o herói mais infame publicamente. As pessoas não gostavam dele. Genos por outro lado, era adorado, sendo chamado de "Princepe Cyborg" abertamente apesar do nome oficial de herói.

— Não é como se Amai Mask ou qualquer outra pessoa possuísse o direito e interferir na nossa vida pessoal.  — Genos deu de ombros. — Não estamos fazendo nada de errado.

— Você realmente é um príncipe. Estou feliz que Saitama tenha você como companheiro. Ele merece alguém que seja bom e cuide bem dele.

Depois de inúmeras partidas perdidas, Saitama desistiu e os quatro se juntaram para o jantar. Eles conversaram sobre os acontecimentos da semana como velhos conhecidos, como pessoas normais, mais ou menos.

Fubuki estava muito feliz, tinha conseguido derrotar um monstro forte que estava aterrorizando a cidade S antes de heróis mais capazes que ela aparecessem. Ela decidiu subir para a Classe A finalmente. King falou sobre lançamentos com que estava sonhando há meses. Saitama confessou que estava mais feliz pelo pequeno jantar de hoje que com o número de monstros que despachou durante o mês inteiro. Genos ficou em silêncio a maior parte do tempo, o que era incomum, ele deveria ter despejado adoração cega por seu Sensei no mínimo uma dúzia de vezes.

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