Debaixo da minha janela, as pessoas caminham sobre a grama e por entre as flores, mas somente a grama e as flores que eu observo. Natureza intocável e intrinsecamente imutável. Toca minha respiração e meus sentidos para que eu compreenda que estamos interligados.
Sobre minha janela, o céu que observa as pessoas que caminham. Intocável, puro, inspiração do Paraíso, desejo de quer quer voar e, somente, namorado dos pássaros, ele me sopra o vento e sussurra para mim o que eu quero e preciso ouvir.
Eu não estou sozinha na na pura forma da natureza e como a grama enlaça meus pés, como os pássaros veem cantar à minha janela de manhã, ao sol que ressuscita minha pele fria e as folhagens que balançam conforme o vento as guiam.
Não preciso chamar as borboletas, bajular os pássaros, pedir à flora que nasça e se reerga, à chuva que ela beije seus filhos terrenos; eles todos se reencontram como uma meditação uníssona ao seu límpido. Eu faço parte deles todos e eles fazem parte de mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônicas de Isolamento
Short StoryCrônicas de uma pessoa perdida e presa dentro de casa. Foto de capa por Alex Batonisashvili.