Nunca Fui Beijado • jjk + pjm

A Culpa é do Gloss!

 NUNCA FUI BEIJADO

(e essa é a mais pura verdade)

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— Você, com certeza é o cara mais viciado em jogos que já conheci na vida! — Taehyung disse com uma voz meio risonha.

Jeongguk ouviu aquela confissão e remexeu os ombros enquanto os olhos continuavam focados no monitor à sua frente.

Taehyung estava no quarto do amigo, sentado na cama enquanto mexia no celular e, às vezes, olhava para saber como estava a partida de League of Legends.

A verdade era que Jeongguk não poderia culpá-lo e, às vezes, até concordava, mas não era nada que lhe incomodava diretamente.

Jeongguk era um garoto do último ano do ensino médio. Tudo o que passava em sua cabeça era comer, dormir e jogar (nada muito diferente dos garotos da idade dele, exceto pelo fato de ele nunca ter ficado com alguém).

— Você já falou isso algumas vezes... — comentou rapidamente.

— Porque é verdade. — Ele soltou um suspiro. — O Hoseok já está no portão, já volto.

Ele saiu do quarto num pulo e deixou o amigo ali enquanto a partida terminava. Quando aconteceu, girou-se na cadeira e olhou para o quarto meio bagunçado.

Era domingo, o dia em que o tédio se fazia presente, então ele costumava se encontrar com os seus melhores amigos e o tempo parecia correr de forma mais agradável. Jeongguk era muito grato a eles por tudo, estavam juntos há alguns anos e acabaram se tornando inseparáveis.

No primeiro ano, quando todos eram novos alunos e recheados de expectativa, foi Taehyung quem se aproximou primeiro de Jeongguk, que era tímido, a voz era fraca, quase trêmula. Nunca encarava ninguém nos olhos por tempo demais.

Não demorou nada para que Taehyung sentisse uma grande afeição por ele. Hoseok veio depois, e tudo aconteceu.

Quando parava para pensar, não conseguia imaginar como seria estudar num colégio em que eles não estivessem lá.

Preferia explodir em milhões de pedacinhos a passar por isso.

Hoseok, com o seu ar tão enérgico, adentrou o quarto com um sorriso enorme. Ele carregava consigo uma luz desigual, algo meio mágico e que contaminava.

Às vezes, quando Jeongguk se sentia meio para baixo, meio lixo e vítima do mundo, era só olhar para Hoseok que as coisas pareciam melhorar de uma hora para a outra.

Taehyung veio depois, beijando os lábios de Jung devagar e Jeongguk, o mais novo entre eles, permaneceu sorrindo.

Kim e Jung nutriam um relacionamento há quase três meses e o sentimento — intenso e verdadeiro —, dava a impressão de ter saído de um livro meloso. Mas era bonito.

— Estava falando com Jeongguk sobre o quanto ele é viciado. — Taehyung voltou a divagar e perdido entre os braços longos de Hoseok, seus olhos adquiriram um brilho intenso. — Tanto é que ele acabou de fazer 18 anos e ainda...

— Não beijei. — O mais novo completou a frase, o tom alto. Ele pegou o cubo mágico na escrivaninha e deixou os dedos correrem por entre as cores. — E o que tem de tão horrível nisso?

— Não tem nada horrível — falou Jung, os cantinhos da boca se arqueando num sorriso velado. — Só que você está deixando essa fase da vida passar.