Quiet Lights

「𝙲𝚊𝚘𝚜」

- Isso é um caos!- Exclamou com raiva.- O Osmar foi levado, isso significa que estamos em perigo e tudo pode ser destruído, vocês tem noção?

- Não vamos nos alarmar, ele pode voltar.- Respondeu com calma um dos presentes na sala.- Temos poucas informações, mas precisamos entender o que deu errado no nosso plano.

Os olhares foram direcionados aos que acabaram de voltar da divisão, dos quais conseguiram passar imunes a tudo.

- Não tenho certeza do que aconteceu, seguimos tudo o que foi ensaiado.- Em resposta um dos divididos tomou a palavra.- Controlamos nossas emoções, assim como fomos treinados, mas algo o saiu do planejado.

- O que exatamente?- O líder disse com preocupação em sua voz.- Precisamos de todos os detalhes, não podemos deixar que isso se repita no próximo mandato.

- Osmar se descontrolou, você sabe como alguns assuntos são inadmissível para ele senhor.- Continuou o rapaz.- Quando os coordenadores se aproximaram e começaram seu trabalho, os sentidos dele se afloraram, como naquele último episódio...

- E os olhos dele se mostraram como na origem.- Finalizou o líder.- Precisamos trazer o Osmar de volta, preparem nossos automóveis imediatamente. Preciso de tudo pronto, sairemos ainda hoje.

- Você tem certeza?- Disse uma mulher se aproximando do líder.- Devemos arriscar tudo por uma pessoa? Ainda podemos fugir e achar outro lugar seguro.

- Eu não deixarei ninguém para trás, Osmar não é qualquer um, todos nós somos um time e nós não funcionamos sozinhos!- Disse por fim, como comando todos se formavam para encontrar aquele que tinha se perdido.- Algum de vocês sabe quem levou o Osmar?

- O comandante, eles saíram pela porta dos autorizados aquela que dá no estacionamento da prefeitura.- Em resposta um dos recrutados disse.- Nós conhecemos a área, espero que não seja tarde para acharmos ele.

- Óbvio que a ordem veio do comando.- O líder diz, claramente furioso.- Quem estava no comando hoje Ash?

- Pela pesquisa que eu fiz.- Disse pensando por alguns segundos o mencionado.- Daniel, ele é um dourado, faz parte da área quinze de divisões, e age na área desde seus vinte anos, de acordo com os dados dos superiores eles vão para o Leste, amanhã às nove.

- Preciso de cobertura!- Disse o líder.- Estou saindo imediatamente, preciso que você cuide de tudo por aqui enquanto estiver fora okay?- O homem diz se aproximando da mulher que tinha o confrontado anteriormente, beijando a testa da mesma.- Não vamos perder nosso lar, vai dar tudo certo.

- Vou cuidar de tudo por aqui.- Disse com um pouco de receio a mulher.

- Obrigado, fique tranquila não vou demorar a voltar.- De forma rápida o homem recolhia o que via a ser necessário ao seu redor.

- Elidio!- Diz sua irmã, fazendo o mesmo se virar.- Não faça nada que venha se arrepender.

O líder apenas sorri em resposta, passando confiança aos outros presentes. Elidio se moveu rapidamente em direção ao automóvel mais próximo, ele tinha que salvar seu amigo, não poderia deixar que as coisas saíssem dos trilhos, nada poderia comprometer as pessoas que estavam em seu comando.

Ash o acompanhou no trajeto, afinal, ele tinha se mostrado o mais sábio no assunto daquela tarde, logo ambos entraram no carro, fechando os vidros para evitar qualquer tipo de identificação, Elidio levou sua mão até seu bolso esquerdo retirando de lá lentes de contato avançadas, colocando as mesmas em seus olhos com certa dificuldade enquanto dirigia.

Enquanto se dirigiam de forma rápida aos caminhos conhecidos e trilhados, Elidio pensava em como resgatar seu amigo sem colocar em risco os demais keepers que a rebelião mantinha sobre seu cuidado. Ele estava furioso, não existia ninguém que ele odiasse mais do que os superiores e seus alienados, apesar de saber que a culpa não era dos medianos ele sentia que todos poderiam fazer algo para evitar toda essa tragédia que os superiores tinham se tornado.

- Por onde começamos?- Ash pergunta assim que o carro parou.

- Vamos conferir o perímetro, temos que ter certeza de que o comandante trouxe Osmar para cá.- O líder diz calmamente, enquanto ajustava as lentes cor de rosa em seus olhos.

- Caso Osmar esteja aqui, como vamos trazê-lo de volta?- O mais novo pergunta, demonstrando seu nervosismo e aflição em pensar que teriam que invadir a prefeitura.

- Caso ele esteja aqui, eu vou entrar e trazê-lo ao carro, não se preocupe.- Elidio diz por fim, abrindo a porta do carro.- Nada vai sair do nosso planejamento, fique tranquilo.

- Assim espero.- Ash diz fechando a porta do carro, e acompanhando Elidio no caminho que iriam traçar.

Assim que a porta do salão principal se abriu Daniel entrou junto ao prateado que lhe acompanhava ao edifício, o ar condicionado do lugar estava deixando o clima bom. O comandante passou pela secretaria apenas indicando sua presença, e como se previsse o questionamento dos outros lá presentes soltou um "Ele está comigo, não há porque se preocupar" fazendo com que autorizassem a passagem de Osmar ao 15° andar.

Quando as portas do elevador se fecharam o clima tenso se instalou, Osmar não sabia o que fazer, ele tinha vacilado, tinha se rendido a raiva, ele tinha decepcionado seus companheiros e botado em risco todos os demais, e isso fazia com que ele se odiasse naquele momento.

- O que você vai fazer comigo comandante?- Disse o prateado ainda furioso consigo.

- Preciso que você se controle, consigo ver a fúria em seus olhos.- Daniel diz calmamente.- Não vou comunicar nenhum superior sobre você, pelo menos não por enquanto, afinal, não creio que seja necessário.

- Então o que eu estou fazendo aqui?- Disse impaciente o prateado.

-Eu tenho que saber como isso tudo aconteceu... sendo mais específico eu preciso saber como você não foi identificado.- Daniel fala e logo as portas do elevador se abrem, indicando que estavam finalmente no andar 15°.

- Eu não ...- Começou a dizer mas logo uma ideia surgiu em sua mente.- Eu fiz tudo sozinho, não tive ajuda alguma.

- Não gosto que mintam para mim.- Seriamente Daniel abre a porta da primeira sala por um escâner de retina.- Entre por favor, vamos resolver isso com calma.

- Quando eu vou ser liberado?- Diz impaciente Osmar.

- Quando resolvermos tudo, não vamos demorar.- Daniel diz indo novamente até a porta, deixando Osmar sentado na mesa de reunião.- Já vou estar de volta, você pode comer qualquer coisa que quiser, temos condimentos no armário da esquerda. Me aguarde aqui, por favor.

Daniel saiu, soltando um ar pesado assim que se viu longe do prateado, aquilo nunca tinha acontecido, ele não tinha como estar preparado para aquela situação e isso o deixava fora de si, ele odiava não ter as coisas sob seu controle, logo pânico tomava conta de seu ser e ele tentava ao máximo pensar na melhor solução para tudo aquilo.

Ele fechou seus olhos com força, tentando focar no presente e nas soluções possível, se ele não resolvesse aquele problema estaria fora, e isso seria o fim. Seus olhos permaneciam fechados, e o homem deduziu que os mesmos estariam brilhantes como ouro, afinal seus sentimentos estavam aflorados e manter os olhos abertos doía por conta da luminosidade.

Mas logo, não somente sua mente se iluminou, mas seu campo de visão também, Daniel abriu os olhos e rapidamente discou um número em seu celular, levando o mesmo rapidamente para sua orelha, e quando os toques de celular indicaram que a chamada foi atendida Daniel sabia exatamente por onde começar.

- Victor, preciso de você no prédio central, imediatamente!