ATO 1 - Escolhidos

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Respira… inspira... era o que Sakura sempre dizia a si mesma quando ia dar o tiro.Seus números eram perfeitos, ela era a melhor sniper do exército. Não gostava de se vangloriar, mas era a primeira mulher a assumir esse posto ainda estando no auge dos 22 anos.
E lá estava, um tiro perfeito. Um inimigo abatido, significava que seus companheiros poderiam ir para casa e rever a família. Mais um tiro, agora no automático. Ela sabia que sua mente altamente treinada daria conta de proteger aqueles que ela devia assegurar a vida.
— O vento mudou ligeiramente de direção, você sentiu? — Naruto era seu parceiro, ele que fazia toda parte de observação das condições climáticas.
— Sim, já vou ajustar isso. — mirou no alvo quando mudou a posição. E lá estava mais um no chão. Tiros perfeitos.
— Só mais três e poderemos ir pra casa. Temos que sair antes que nos ache aqui. — ele observou.
— Tudo certo! Pode avisar. Um minuto e estamos saindo daqui. — ela mirou em mais um, respirando fundo antes de disparar. O fuzil era parte dela, ela era a extensão da arma.Sabia que o que fazia era considerado errado por alguns, mas ela conseguiu salvar vidas de pessoas de bem com aquilo.
— DR01 e DR02 prontos para deixar a posição em 45 segundos? Responda. — Naruto falava no rádio, este parecia quebrado. — Estamos prontos para deixar a posição 2, responda. — Naruto tentou novamente.
— Porra! Algo não está certo! — a mulher murmurou, se concentrando e atingindo seu penúltimo alvo.
— DR1 e DR2 deixando a posição, câmbio responda. — Naruto tentou novamente. — Merda! — ele observou Sakura atingir o último homem. — Precisamos sair daqui. — ele murmurou com urgência.
— O que houve? — ela puxou o fuzil de volta, guardando tudo.
— Isso não está me cheirando bem! Precisamos sair daqui. — Naruto estava frenético. Ela sabia que num ambiente como aquele de guerra, um pingo se transformava numa tempestade. 
— Tudo bem! Talvez só tenha pifado o rádio. Vamos nos encontrar no ponto de extração. — ela seguiu o homem até um carro à paisana que eles tinham pego.
Eram dez quilômetros até o ponto de extração.O carro seguiu sem problemas até o nono quilômetro, quando foi atingido por um outro, derrapando e batendo num muro próximo. A última coisa que Sakura se lembra antes de apagar eram os homens encapuzados chegando até eles.
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Sakura tinha a sensação de estar se afogando. Ela estava acordando de um sono, quando despertou, percebendo que estava de cabeça pra baixo num tanque de água, bebendo e se afogando. Agitada, tentou se soltar, mas percebeu que tinha as mãos presas. Tentou então se acalmar: lembre-se do treinamento, era uma regra.
Quando estava quase desfalecendo, puxaram-na de volta. Ela caiu sem jeito num colchão, notou. O homem à sua frente estava vestido de preto e usava uma touca ninja. Sakura observou que ele e os demais à sua frente eram esguios e tinha um porte de atleta.
— Onde estou? — ela murmurou em árabe, afinal a região que ela estava as pessoas falam aquela língua.
— Onde estou? — o homem do meio zombou dela. — Puta! Você matou seis dos nossos melhores homens hoje. — a língua embora árabe parecia fora de contexto, o sotaque era quase igual o seu.
— Onde eu estou? — ela insistiu sabendo que não ganharia resposta para aquela pergunta.
— A piranha é braba. — os três riram. — Peguem-na. — o do meio ordenou. Os outros dois agarram do lado de seus braços, colocando-a de pé. — Agora você vai me dizer o que eu quero saber. Onde é o ponto de extração? Onde estão os outros? — Sakura riu.Tinha alguma coisa estranha acontecendo. Eles a capturaram a um quilômetro do ponto de extração, algo que não fazia sentido. O primeiro soco veio sem aviso.Os dois homens que a seguravam a mantiveram de pé, quando a potência do soco iria a derrubar. Sua boca encheu de sangue.
— Onde está Naruto? — ela perguntou, logo recebendo outro na boca de seu estômago. Ela dobrou de dor.
— Eu vou perguntar mais uma vez: onde estão os outros? — ele gritou. Aquela sessão de espancamento durou quase cinco minutos, quando chegou ao final ela não tinha entregado os companheiros, e tinha um nariz quebrado. No entanto, observou que o cara não estava acertando pontos vitais. Ela se lembrou do treinamento para virar a melhor sniper quando  foi pra selva. Havia um oficial conhecido por ser o formador dos melhores em auto defesa, pois o mesmo fazia os alunos aprenderem apanhando.
— Ei. — um quarto homem interrompeu de repente. — O outro fugiu. — ele completou. Ela foi largada, e todos foram atrás do menino, assim deixando-a naquele ambiente.
Ela respirou fundo sentindo dor em algumas partes do corpo, rosto principalmente. Levantou com cuidado, observando ao redor.
Puxou as mãos sentindo que estava presa por uma corda. Olhou em torno e viu que a ponta da mesa era de ferro enferrujado. Com cuidado, partiu as cordas até que suas mãos estivessem soltas. Olhou ao redor e viu que estava num ambiente como uma cela, além deste ter um banheiro. Arrancou a pia do local e esperou pacientemente até que algum dos homens voltasse.
Quando o primeiro retornou, ela quebrou a pia na cabeça dele, fazendo-o cair desmaiado. Revistou os bolsos, encontrando apenas uma arma de choque. Franziu a testa, aquilo ficava cada vez mais esquisito. Puxou o corpo dele deixando-o protegido da vista de outras pessoas e esperou o próximo.
Quando outro chegou, ela deu um choque no mesmo, e o apagou com um golpe mata leão.
Ela precisava achar Naruto. Tinha ouvido que ele havia fugido. Colocando o segundo homem junto com o primeiro, pegou a arma de choque deste, e encontrou um spray de pimenta. Para Sakura parecia estranho que aqueles caras tivessem armados com armas não letais.
Andou mais um pouco, e viu dois homens parados conversando mais a frente. Tinha que agir rápido. Incapacitaria o que estava de costa para ela com o choque, e jogaria o spray de pimenta no outro. Assim ela conseguiria tempo de aplicar um golpe no segundo homem, enquanto o primeiro ainda estaria se recuperando da descarga elétrica.
E assim ela fez. Foi rápida e fez um serviço limpo, logo amarrando os dois com um pedaço de corda.
Correu até o final do corredor onde tinha uma porta. Sabia que não havia outra saída, teria que se arriscar e sair de lá por ali.
— Ora, dez minutos? Temos um novo recorde. — Havia um homem, sentando de frente pra ela. Um senhor para ser mais exata, ela observou. Ele sorriu para si enquanto conferia um relógio. — Vamos esperar um pouco e… — uma outra porta foi aberta com cautela. — Aí está! Obrigado por se juntar a nós dois senhor Uzumaki. — Naruto direcionou o olhar a questionando. Sakura deu de ombros. — Vejamos, oito homens abatidos, dois indo para o hospital, um com uma contusão forte na cabeça. Ficarão felizes em saber que eles irão sobreviver. Vamos, sentem-se. — era um homem esquisito. Sakura observou que Naruto estava numa situação parecida com a dela.
— Isso é uma espécie de seita? — ela questionou por fim.
— Perdão? — o homem perguntou olhando com uma expressão engraçada. Ela olhou para Naruto, apontando com a cabeça para o homem.
— Vocês nos raptaram a um quilômetro do nosso local de extração. — Naruto começou.
— Os homens escolhidos, eram altamente funcionais em campo. — Sakura deu de ombros.
— O sotaque deles certamente era americano. — Naruto chegou num ponto que ela havia percebido.
— Não acertaram nossos pontos vitais. — Sakura fez uma careta lembrando do nariz quebrado.
— Tudo no quarto proporciona uma fuga rápida. — nisso Sakura tinha que concordar.
— Armas não letais, sério? É uma seita? A resposta é não, eu não quero entrar para esse lance macabro de bater nas pessoas. — Sakura estava puta, o nariz quebrado estava lhe dando dificuldades para respirar e doía.
— Muito bem! Vocês são realmente bons. — o homem de terno sorriu, apontando para as poltronas. — Chame os médicos. — falou no interfone. — Vamos cuidar da ferida de vocês, mas antes... As explicações. — Sakura se sentou na poltrona e logo depois Naruto acomodou-se ao lado dela. — Bem vejamos, precisávamos garantir que vocês não eram X9, por isso o tratamento teve a ser doloroso, mas ao mesmo tempo queríamos ter certeza que vocês seriam capazes de escapar numa situação de sequestro e ao mesmo tempo tínhamos de ter certeza de que ambos estariam habilitados a fazer um trabalho investigativo sobre alta tensão. — ele explicou.
— Pra que? — eu murmurei o olhando.
— Bem, oficialmente eu não posso contar, a menos que vocês aceitem minha proposta, é claro. Eu fui escolhido para começar uma nova equipe do governo que não faria parte de nenhum setor de segurança. Uma equipe que responderá somente a mim e ao presidente. É um novo projeto, um grupo de super espiões, tendo os melhores dos melhores. Sakura, você é a melhor sniper do exército, e Naruto, você é um gênio na informática, fazendo cálculos de um sniper como ninguém. — ele sorriu novamente.
— Qual a missão? — Naruto olhou com curiosidade.
— Vocês farão parte do FBI só em tese, trabalharão para o escritório de casa. Mas serão espiões do governo, para os mais importantes casos e missões, tendo um salário dez vezes maior do que recebem atualmente.  — ele prometeu. Era realmente uma proposta boa.
— Vocês quebraram meu nariz. — falou séria.
— Foi um acidente no percurso. Desculpa, assim que os médicos chegarem ficará como novo, você poderá até fazer uma plástica. — a forma banal que o homem agia estava irritando-a.
— Se o trabalho que você oferece é tão perigoso, eu quero vinte vezes a mais. — falou cruzando os braços.
— Isso é um completo absurdo, você ganha quanto por ano? Trinta mil dólares? — ele parecia espantado.
— Quarenta e dois mil, somos subtenentes. Fora as regalias. — Naruto deu de ombros.
— Eu certamente não posso oferecer oitocentos e quarenta mil ao ano pra vocês. — ele disse por fim.
— Tá legal! Eu aceito quatrocentos e vinte mil, mas você pagará minha cirurgia plástica, e eu quero ganhar as regalias dez vezes a mais também. — a mulher fez careta sendo apoiada pelo homem loiro. O homem à sua frente observou alguns segundos e deu um aceno duro em concordância. Quando ele apertou sua mão, ele disse debochado:
— Eu teria pago quinze vezes a mais.
— E eu teria aceitado por duas vezes o salário. — ela sorriu vendo duas unidades médicas de pronto atendimento entrando na sala.
— Sejam bem vindos ao Esquadrão Classe E.

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