16. muitas doses de tequila

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Eu precisava beber alguma coisa que não tivesse álcool, já que o copo que Luan tinha me dado continha pelo menos 50% de álcool e Brendon tinha bebido todo ele.

Não foi difícil achar a cozinha, mas talvez eu não tivesse entrado no melhor momento.

— Ai meu Deus... - falei com o susto que levei e Luan me encarou assustado

Ele deu uma risada, provavelmente da minha cara e eu fiquei ali, para da porta, sem saber o que fazer em seguida.

Luan deu um beijo na garota que pegou um copo no balcão e saiu da cozinha rindo, provavelmente realizada por ter ficado com ele e eu senti meu rosto queimar de vergonha.

— Desculpa, eu não queria atrapalhar. - foi tudo o que eu consegui falar

— Você não atrapalhou! - ele escorou os braços no balcão e abriu um sorriso - E ai? Já quer ir embora?

 — Não, não é isso... - balancei a cabeça varias vezes e engoli a seco - A festa tá divertida, e o Brendon tá se gostando, ele só esqueceu que nunca bebeu na vida e que dois copos é o suficiente pra deixar ele mais... animado.

Me aproximei do balcão e procurei por um copo limpo no meio da bagunça que estava ali em cima.

— Será que não tem nada sem álcool nesse lugar? - perguntei levantando uma garrafa pra ler o rótulo

— Deve ter água de coco ou suco na geladeira, se tiver sorte você encontra uma coca. - ele apontou pra geladeira atrás dele

Caminhei até a mesma e torci pra ele estar certo, a geladeira, diferente do resto da casa, estava impecável de arrumada e escondida lá no fundo, uma lata de coca-cola.

— Sua boca tá suja de batom, gatinho... - falei apontando pro seu rosto e ele deu uma risada

— Droga, eu odeio essas coisas. - ele resmungou pegando um pedaço de papel toalha

— Odeia nada. - dei de ombros e abri a latinha de refrigerante - Quantas já foram iludidas essa noite?

— Eu não sou assim... - ele retrucou parecendo ofendido

— Só que eu vi já foram duas. - dei uma risada antes de beber um gole da coca e ele abaixou a cabeça

— Quatro. - ele respondeu rindo

Luan bebeu um gole de sua bebida e me encarou, com um sorriso no rosto e as bochechas levemente coradas. E, pra falar a real, eu achava o sorriso dele adorável...

Brendon tinha sumido de onde estávamos antes e eu não fiz questão de procurar ele, já que eu teria que aturar seu eu bêbado e isso já era exigir demais de mim e da minha paciência.

Fiquei sozinha no sofá com a minha lata de coca enquanto observava o que todos ao meu redor faziam: duas meninas se beijavam na beirada do sofá, outros quatro garotos jogavam e bebiam, um casal ficava no canto da sala, um grupo de meninas dançavam como se o mundo fosse acabar, um garoto usava fumava um cigarro de maconha na poltrona em frente ao sofá...

Nada daquilo fazia sentido pra mim e eu não conseguia ver graça nenhuma em nada daquilo, exceto no beijo, talvez não seria má ideia ficar com alguém aqui, já que aparentemente eu seria a única a me lembrar disso.

— Ei, tá sozinha por quê? - perguntou um garoto se sentando do meu lado

— Eu perdi meu amigo que tá mais pra lá do que pra cá e ainda não tô a fim de procurar ele. - fui sincera

— Tá... - ele deu uma risada e encostou no sofá

Ele não estava tão alterado quanto Brendon e era bonito, descobri que sue nome era Lucca e que ele gostava de comentar o que os outros estavam fazendo.

— Aquele maluco ali tá daquele jeito da hora que eu cheguei. - ele disse apontando pro garoto que fumava o cigarro de maconha

Lucca me olhou rindo de alguma coisa que eu ainda não tinha entendido o que era e segurou meu braço aproximando nossos rostos.

Tirei coragem de onde eu não sabia que eu tinha e beijei ele, que retribuiu e segurou minha nuca, me deixando ainda mais perto dele.

Talvez a sensação que eu tivesse esperando fosse outra, mas quando o beijo terminou, eu não tive vontade nenhuma de beijar ele de novo.

— Eu... preciso ir encontrar meu amigo. - falei me levantando e saindo quase correndo dali

Definitivamente não era pra mim essa coisa de ficar com desconhecidos em festas e beber e isso estava mais do que claro pra mim.

Procurei Bia pela festa, mas ela não estava por ali apesar de mais cedo ter me dito que viria sim a essa festa, também não encontrei Brendon em lugar nenhum, nem nos quartos, nem no quintal... mas algumas pessoas me disseram que o viram com alguma garota.

Não era difícil encontrar o Luan, ele andava por todos os cantos da festa e cada vez que eu passava por ele, ele estava ocupado ficando com alguma garota.

— Ei, Julieta... - uma garota que fazia inglês comigo me chamou, ela estava junto do seu grupo de amigas que eu costumava ver - Fica aqui com a gente.

— Você é a última pessoa que eu esperava encontrar por aqui. - Deborah falou

— É, eu vim com um amigo, mas ele sumiu. - expliquei dando uma risada

— Estamos brincando de "eu nunca", quer jogar? - Lesley perguntou me cutucando

— Não faço ideia de como joga isso.

— Ah, é fácil! - Lesley colocou o copinho que segurava na mesa - Vamos falar uma frase tipo "eu nunca fiquei com o capitão do time", se você já fez, você bebe.

Aquilo não era uma boa ideia, mas já que estava sozinha na festa e sem ter como ir embora por agora, pensei, por que não?

Cada vez que eu precisava virar um shoot de tequila, eu me arrependia mais um pouco de ter aceitado participar daquele jogo.

— Eu nunca... - precisei de alguns segundos pra pensar em alguma coisa e depois de algumas doses, estava difícil até pra falar - fui traída.

Depois de algumas gargalhadas todas em volta da mesa viraram um shoot e eu me senti aliviada por não ter sido a única a beber.

Por um momento, vi Brendon com uma ruiva passando por nós, mas eu já não tinha certeza de mais nada a essa altura e torcia praquele jogo acabar logo, antes que eu piorasse.

Mas não foi o que aconteceu, quando o jogo acabou, eu fiquei conversando com as garotas e senti tudo girar, nada fazia sentido e eu tinha quase certeza que não estava falando nada com nada.

— Julieta, com quem você tá aqui na festa? - perguntou Deborah

— Com o Luan... - respondi sentindo minha língua enrolar - alguém me leva embora?

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