O7. escolhas erradas e time perdido

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L U A N

O time perdia feio e eu começava a ficar desesperado na arquibancada, Leo ainda não tinha conseguido fazer nenhum touchdown e nem o Caio, que me substituia, o outro time se destacava e fazia jogadas perfeitas, que o time do colégio nem sequer dava conta de acompanhar.

— Alguém para ele! - Julieta gritou apontando o número 10 do time rival

— Droga! - gritei quando o touchdown se concretizou acrescentando mais seis pontos ao placar que já estava disparado - O que tá acontecendo com o time?

— Parece que eles estão perdidos dentro do campo, não acertam uma jogada!

Julieta tinha razão, o time estava perdendo de lavada e a da beira do campo, o treinador assistia a vergonha da equipe, e eu já poda até escutar o sermão que ele estava preparando pra eles.

— Ele precisa tirar o Leo, parece que ele tá perdido dentro do campo, sem saber o que fazer. - Julieta comentou e por mais que eu não quisesse, precisava concordar com ela

Meu melhor amigo não estava jogando nem metade do que ele sabia.

— Você tem que falar com o tecnico. - ela me cutucou e eu passei a mão no cabelo, nervoso

— Não, ele me deixou de fora, não sou mais o capitão, não tô mais no time. - me sentei na arquibanca

Como um milagre, vi meu amigo correndo o campo todo com a bola e Julieta começou a gritar junto com a torcida.

— Touchdown, Luan! Touchdown. - ela puxou meu braço pra me levantar no meio de pulinhos animados

— Seis pontos, porra! - comemorei e puxei ela pra um abraço - Agora ele tem que fazer a conversão de dois pontos, não vai adiantar ponto extra, não vai.

Leo era o capitão agora e sabia o que era o melhor pro time, mas eu teria feito diferente dele, o ponto extra a essa altura do jogo não nos ajudaria, estavamos muito atrás no placar e eu soube que o treinador concordava comigo quando ele me encarou da beira do campo.

— Droga, Leo, você escolheu errado. - murmurei esbravejando

Acabamos perdendo o jogo, uma coisa que nem eu e nem o Flavio esperava, já que nos treinos o time ia bem e sem contar a invencibilidade que tinhamos nessa temporada. Mas os treinos eram diferentes, na prática o time estava completamente perdido.

Eu e Julieta esperavamos Bia na arquibancada, depois que o jogo acabou, fiquei recriando as jogadas erradas e tentando anotar os erros do time na cabeça.

— Você não quer ir falar com a equipe? - Julieta perguntou me tirando dos pensamentos

— Hoje não, eu nem tenho o que falar.

— Luan... mas você é o...

— Eu era, não estou mais no time.

Todos sabiam como esse jogo era importante, não só pra mim, mas pra todo o resto da equipe e eu fui cortado dias antes, não era justo e eu ainda estava bravo por isso.

Bia apareceu na nossa frente ofegante, parecia que tinha corrido meia maratona.

— Amiga, eu vou sair com o...

— Tá, eu já sei, com o Caio. - Julieta deu uma risada - Só me deixa em casa antes.

— Amiga. - ela encarou Julieta com uma cara de pidona e eu dei risada - Por favor...

— Eu levo ela, pode ir Bia. - respondi por Julieta

— Não fica chateada comigo. - ela deu um beijo na amiga - Eu te amo, fui! Obrigada Luan.

Julieta ficou observando a amiga correr dali com toda pressa que tinha, parecia sim chateada com Bia, mas eu também sabia que ela não iria falar nada.

Não tinha tanta gente mais nas arquibancadas e as poucas pessoas que ainda tavam por ali, já estavam de saída.

— Acho que você tá sendo imaturo. - Julieta falou me olhando de repente - É sério, o papel de capitão é acima de tudo apoiar o time, você só precisa fazer isso! E eu sei que é isso que você quer também, só é muito orgulhoso pra admitir...

— Você não me conhece. - dei uma risada e ela cruzou os braços - Eu vou fazer isso, só preciso de um tempo.

Eu estava gostando de conversar com Julieta sobre coisas aleatórias que não fossem conteúdos de matemática ou física, ela era inteligente e sempre parecia ter solução pra tudo e apesar de meio nerd, era divertida.

— Tá com fome? - perguntei quebrando o silêncio e ela confirmou - Eu também, vamos.

Ela me seguiu até o carro em silêncio, não tinha muito o que conversar, eu queria puxar papo, mas nada vinha a minha cabeça e isso me torturava, eu sempre conseguia puxar papo com qualquer pessoa!

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