Acordado?

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04-10-2019

12: 45 P.M

Eu abri meus olhos lentamente, piscando algumas poucas vezes, quando a luz do ambiente invadia minha visão. Nublado. Tudo estava tão nublado, que parecia uma espessa névoa a cobrir meus olhos, um véu de névoa.

Eu movimentei minha cabeça para o lado, a fim de tentar identificar aquele ambiente, até então desconhecido. Eu estava deitado. E minha visão ainda meio turva, e distorcida, apesar de tudo, pode compreender que aquele não era o meu quarto. Não. De forma alguma, definitivamente, não era o meu quarto.

Foi quando eu fechei meus olhos, por uma pequena fração de segundos, e ao abri-los, tudo encaixou-se perfeitamente no devido lugar.

Havia uma parede branca, perto de mim, próximo aquela cama, havia máquinas, onde uma delas parecia mostrar a minha frequência cardíaca. Havia algumas "coisas" ligadas a mim, por um segundo eu senti uma sensação de desconforto enorme. Eu não conseguia me mexer, minha coluna estava doendo, e quando eu tentei movimentar minhas pernas, nada aconteceu.

Eu comecei entrar em desespero. Eu não sabia o que estava fazendo ali, o porquê daquilo, o meu corpo - tirando o meu pescoço -, não tinham movimento, minha cabeça estava começando a doer e minha respiração ficava mais pesada a cada segundo.

Foi então que a porta se abriu, e alguém entrou por ela. Era uma mulher, ela apressou-se e chegou até mim, parecia surpresa e ao mesmo tempo assustada. Seus lábios se movimentavam, mas eu não escutava nada, ela olhou para as máquinas, e então disse algo novamente. Eu não pude ouvir, e a cada segundo que se passava, era como estar se afogando.

Minha cabeça gritava, e eu ouvi um barulho infernal que parecia se expandir dentro de mim, ficar mais forte. Foi quando outra pessoa entrou no quarto, dessa vez um homem. Eu não conseguia descrever sua reação, porque aquilo me pareceu algo tão forte, que por alguns segundos, o barulho parou.

E foi somente aquilo, outra mulher entrou na sala, eu a conhecia muito bem. Meu coração deu uma fisgada, então minha cabeça voltou a gritar, mas dessa vez não foi algo sem nexo, foi claro: Pai e mãe.

Meus olhos encheram-se de lágrimas, uma dor profunda instalou-se dentro de mim, e então eles me tocaram, pegaram na minha mão, e toda aquela dor se transformou em algo reconfortante e acolhedor, mas por que lágrimas ainda insistiam em cair de meus olhos?

— Seokjin, consegue me ouvir? — Aquela mulher, a primeira a entrar no quarto, me perguntou com uma voz doce e calma. Eu conseguia escutar o que ela queria dizer, mas não conseguia respondê-la.

Eu abri minimamente minha boca, mas nenhum som saiu dela. Eu queria falar, questionar sobre tudo o que estava acontecendo, mas nada acontecia. As lágrimas desciam pela minha bochecha, e escorriam para o canto do meu maxilar.

— Se estiver conseguindo me ouvir, por favor, concorde com a cabeça. — Eu fiz o que a mulher pediu. — Okay Seokjin, consegue movimentar mais alguma parte do corpo? — Tentei novamente se mexer, mas nada aconteceu, então movimentei minha cabeça em negação. Eu senti a mulher do meu lado - minha mãe - que segurava minha mão estremecer, aquilo era tão assustador.

— Nós precisamos fazer alguns exames, irei preparar tudo. — Ela se dirigiu aos meus pais — Por enquanto, darei a vocês alguns minutos. — E saiu da sala, nos deixando sozinhos.

Os próximos momentos foram de pura angústia, porque, mesmo que eu tentasse a todo custo me mover ou falar, eu não conseguia.

Algo compactou o meu coração e o suprimiu, ficou impossível respirar e tudo parecia girar e se tornar cada vez mais psicodélico. Em meu interior eu gritava a plenos pulmões as mesmas palavras: "mãe, pai".

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⏰ Última atualização: Feb 02, 2021 ⏰

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