06. No Panic!

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  - Vivo?! Como ele pode está vivo?! - Coloquei as minhas duas mãos na minha cabeça e pude sentir o pânico subir

  - Sim, Evellyn você me disse que no dia em que você fugiu de casa, você não procurou ajuda, apenas usou o dinheiro da sua mãe para se hospedar em algum lugar longe da sua casa.

  - Sim, eu era uma criança, estava com muito medo e no lugar onde eu morava por ser extremamente pobre, não tinha segurança, não tinha polícia, não tinha nada. Com o passar dos anos eu achei que as coisas tinha melhorado e que ao menos meu pai estivesse preso ou morto

- Entendo, as únicas informações que eu tenho é de que ele está vivo e solto. Pelo que parece ele está trabalhando em um bar, as informações estão todas nesta pasta, se precisar é só me chamar. - Hange me entregou a pasta e se retirou da sala

Guardei a pasta na minha bolsa e continuei treinando...

Depois do treino, peguei as minhas coisas e fui para casa. Ainda me sinto a pior pessoa do mundo, me arrependo muito de ter deixado a minha mãe ali, eu não me esforcei para chamar ajuda, eu a deixei lá, não consigo imaginar o quanto ela deve ter sofrido antes de morrer pelas mãos daquele monstro. Quando me dou conta, estou com os olhos cheios de lágrimas, o ódio e a tristeza que eu tenho por aquele dia são enormes, ao mesmo tempo sinto um grande medo desse homem vir atrás de mim para me dar o mesmo fim que deu a minha mãe

Sei que sou forte e inteligente, mas ainda assim, tenho medo de travar ao ver ele.

Entro em casa e vou tomar um banho morno, aquilo era tudo o que eu precisava para me acalmar, uma água morna e muito silêncio, só era possível ouvir os sons das gotas de água caindo no chão, esse é o lado bom de morar sozinha e em um bairro calmo. Após o banho, vesti o meu pijama, preparei um chocolate quente e me sentei. Peguei a pasta e comecei a ler as informações...

John Miller, 57 anos. Atualmente trabalha em um bar no bairro ...

Me admira não ter nada sobre o que ele fez a minha mãe, é como se ele não tivesse feito nada! E eu preciso de alguma prova para prender ele, amanhã cedo irei até a casa da minha mãe.

~6h00AM~

Acordei cedo, tomei banho, coloquei o meu uniforme, entrei no carro e segui direto até o meu antigo bairro. Estava com medo, mas precisava ser forte...

Finalmente cheguei no bairro, ele continua o mesmo, parece que ninguém mora aqui. As casas estão do mesmo jeito de antes, o que aconteceu aqui? As pessoas melhoraram de vida? Alguém destruiu todas as vidas dessas pessoas? Não conseguia ver ninguém na rua, nenhuma criança brincando, ninguém indo fazer as compras no mercado, nenhuma janela aberta, nenhuma mulher estendendo roupas no varal. Esse lugar parece uma cidade fantasma

Depois de tanto olhar para as casas, finalmente cheguei na minha... ela estava... completamente destruída. Desci do carro e ver aquela cena só fez doer mais ainda o meu coração. Minha casa estava toda queimada e destruída, mesmo assim, tive que manter as minhas forças e tentei observar cada parte da casa.

A porta estava toda destruída também, consegui entrar dentro da casa já que não tinha muita dificuldade nisso. Olhei envolta e tudo estava queimado, era praticamente impossível encontrar alguma prova aqui

Rapidamente lembrei de uma coisa, fui até o quarto da minha mãe, peguei um martelo que estava dentro da minha bolsa e quebrei o chão. Lembrei que a minha mãe me contou que tinha um diário debaixo do chão, provavelmente o fogo não pegou no diário já que ele estava dentro de uma caixa e essa caixa era extremamente resistente ao fogo

Coloquei as minhas luvas e peguei a caixa, vou levá-la para a base e lá tentarei abrir. Saí da minha casa e andei um pouco pelo bairro, esse lugar parece triste e está me deixando triste também. Me lembro de sempre brincar com o meu único amigo aqui, como era o nome dele mesmo? Eu não consigo me lembrar, gostaria de saber como ele está agora

Peguei o meu carro e fui direto para a base. Chegando lá, fui até a minha sala e com as luvas, comecei a abrir a caixa. Depois de tanto esforço, finalmente consegui e lá estava ele, o diário da minha mãe, talvez com isso eu consiga prender este monstro e dar a devida punição que ele merece

Fui passando página por página, na maioria delas tinham fotos da minha mãe com o meu pai, fotos dela grávida, fotos de quando eu nasci. Vendo assim, todos pensariam que éramos felizes juntos. Percebi que na caixa tinha uma espécie de fundo falso, consegui remover e abaixo dele tinham algumas fotos e três folhas com textos.

Olhei as fotos e eram... Marcas dos machucado que o meu pai fez na minha mãe, em todas as fotos ela sempre fez questão de mostrar o corpo e o rosto, vi a parte de trás da foto e percebi que tinha algo escrito: "Por favor me ajude, eu estou grávida e meu marido não para de me agredir" E.M.

Olhei a segunda foto e já aparentava ser depois que eu nasci, nela tinha outra frase: "Se eu não sobreviver, peço a pessoa que encontrar essa caixa, que proteja a minha filha, ela é adorável e se chama Evellyn Miller, eu a amo muito" E.M

Ler isso, fez meus olhos se encherem de lágrimas, durante todo esse tempo ela escreveu essas coisas, mesmo sabendo que provavelmente ninguém iria ajudá-la...

Depois de ler todas as cartas, essas já foram provas mais do que suficientes para prender o meu pai, porém, precisava encontrar mais algumas prova, para que pudesse decidir o que fazer com ele, se ele irá viver, ou se irá morrer.

Lembro-me bem que essa câmera que a minha mãe usou, ela ganhou da minha vó, eu só precisava encontrar essa câmera. Mas eu tenho um plano B e já está na hora de colocá-lo em ação!

Deixei Mike e Marco responsáveis pelo caso da Madison, enquanto eu iria resolver esse caso do meu pai e assim que ele for resolvido, daremos início as buscas mais intensas do caso da Madison.

Hora do monstro que o meu pai é, ter o que merece

Wings Of Freedom | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora