01. Cometemos alguns atos fora da lei

1.8K 20 0
                                    

POV Marie

Antes que a Malu apareça aqui falando que foi tudo culpa minha, vou deixar bem claro que É MENTIRA. Talvez a primeira ideia tenha sido, mas quem sugeriu de nós invadirmos propriedade alheia foi ela.

Ah, me desculpe. Eu nem me apresentei. Sou Mariana, muito prazer. Mas se você quer viver, me chame de Marie ou Marih. Enfim. Sou brasileira, mas estou morando na Inglaterra para estudar. Vim com a Malu, uma doidaCOFCOF minha best, somos duas directioners. Sim, é mais importante eu contar que somos loucas pelo 1D do que ‘venho da cidade xis’, ‘minha história de vida é ípsilon’, BLA BLA BLA, coisas inúteis! Fala sério. Mas então, achamos que nossa vida seria comum e pacata na terra da rainha, mas estávamos completamente enganadas. Nossa história começou a ficar interessante no exato dia que nós desembarcamos em Londres.

***

Era uma noite de terça feira comum, tinhamos acabado de pisar no solo inglês. Pegamos um táxi para ir a nossa casinha da felicidade, quando Malu perguntou ao taxista (pelo cracházinho, ele se chamava Bob) se ele podia ligar o rádio.

– Caramba – Disse eu, em português – Eles realmente falam engraçado. Não consigo entender bulhufas desse sotaque britânico.

– Não é engraçado. Tipo, mais ou menos. Com o Harry falando fica lindamente lindo, aiai. Ou com o Louis. Ou o Liam. Ou—

Ela parou de falar, porque começou a tocar What Makes You Beautiful. Começamos a cantar feito retardadas (ok, nós somos retardadas. Só não conte a ninguém que eu admiti), e Bob riu, enquando olhava no retrovisor.

– São fãs deles? – Balançamos a cabeça, que sim – Minhas filhas também. Não param de ouvir aquele CD novo no iPod, quase me mataram para comprar ingressos para o show de hoje.

– Show...

– ... de hoje? – Completei a fala da Malu.

– É, sim. Daqui duas horas, acho – Ele olhou no relógio do painel – Ah, não, três horas e pouco. Aqui perto, os ingressos se esgotaram em três dias. Não sei o que vocês, adolescentes, tanto vêem nesses meninos.

– Bob.

– Sim?

– LEVA A GENTE PRA ESSE SHOW AGORA – Malu gritou.

– NESSE MINUTO.

– Mas está esgotado, não tem como vocês—

– NÃO IMPORTA, NÓS PRECISAMOS VER ESSES GAROTOS NEM QUE SEJA A ÚLTIMA COISA QUE A GENTE FAÇA.

Ele nos olhou assustado pelo retrovisor, mas mudou a rota no GPS. Depois do que pareceram horas (graças ao maldito trânsito real) estávamos em frente a uma muvuca. Bob deixou um cartãozinho, caso precisássemos voltar para casa. ‘Vocês não vão entrar, estou avisando’ ele avisou ‘mas de qualquer forma, bom show’.

Toda a minha animação para ver o One Direction foi embora; a fila dava voltas no quarteirão. OH GOD, WHY? WHYYYYYYY??

– O que a gente faz? Procuramos cambistas, ou algo do tipo? – Perguntou Malu. Geralmente nos shows do Brasil milhares de pessoas ficam nas portas tentando revender ingressos, os famosos cambistas. Mas pelo visto, até eles já tinham vendido os seus.

– Bem que a gente podia achar uma portinha escondida pra entrar de graça, ia ser top – Eu disse em tom de deboche, mas uma lâmpada se acendeu na minha cabeça - É ISSO! Caramba, eu sou uma gênia!

Malu me olhou ofendida.

– Só por que tirou sete naquela prova de geografia não precisa ficar se gabando, bitch.

– Não a prova, coisa. Pular a janela que eu quis dizer. Foi uma ideia brilhante.

– Aham. Claro.

– É sim, não conteste meus dons para a espionagem – Fui a arrastando (o que era difícil, já que estavamos carregando toneladas de malas junto) até onde a fila já tinha passado, com uma janela bem acima de nossas cabeças. E quando eu digo bem acima é bem acima meeeeeesmo, alguns milhares de metros.

– Muito bem, senhorita Bond. Como vamos subir ali agora? – Ela olhou ao redor – E será que não tem câmeras? Aqui não é Brasil, é Londres. LON-DRES. L-O-N-D... Pera. Mariana Costa. Por que você está empilhando nossas malas? Você por acaso não acha que pode subir nas... Oh, Jesus.

– Acho, não. Tenho certeza. E se eu fosse você, também subia - Começei a escalar nossas malas, para alcançar as janelas.

Malu fez uma careta, mas acabou cedendo a minha escada improvisada fodástica. Pulamos para o outro lado, e começamos a puxar a bagagem para dentro quando percebemos onde tinhamos caído. Não era na aquibancada, nem no estacionamento ou algo do gênero.

Tínhamos caído no meio do camarim.

Here We Go AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora