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-Fala.

-Ele acordou. -disse a voz do outro lado da linha e Marshall finalizou a ligação, avançando com o carro.

Quando chegou ao local, ele sentiu suas mãos formigando.

-Estava te esperando pra começar.

Marshall assentiu e adentrou o galpão.

O homem amarrado pelos braços e pernas a sua frente sangrava.

-Evan, desamarre-o.

Evan encarou Marshall sem entender, mas obedeceu.

O homem caiu ao chão, sem forças para se manter de pé, ou de joelhos.

-Chega... -a voz falha do homem caído chamou a atenção dos dois.

-Chega? -riu Evan. -Chega? Você só pode estar de brincadeira com a minha cara.

-Por favor... Para, por favor...

Marshall se aproximou, desferindo um chute no rosto do homem.

-Você parou? Você parou quando ela sangrou, quando ela gritou? -Perguntou puxando o homem pelos cabelos. -Você teve misericórdia quando ela implorou?

Marshall empurrou a cabeça do homem contra o chão.

-Por favor... -pediu novamente.

Seu corpo estava esquelético, com hematomas por todos os lados. Seu nariz quebrado, seus olhos inchados.

Agora foi a vez de Evan se aproximar do homem.

-Você não merece piedade, Haid. A morte é pouco demais pra você. -falou em alto e bom som, batendo no corpo do homem com um bastão.

-É pouco demais... -Marshall repetiu, pegando uma pá.

...

-Ela nunca vai saber disso. -disse Marshall e Evan assentiu, despejando o líquido no chão.

-E nem Lilo. -Evan completou e Marshall encarou o cunhado.

Ele riscou o fósforo e o jogou.

Com um estouro, o terreno começou a pegar fogo.

Marshall e Evan arrancaram suas roupas, as únicas provas do que acontecera ali, e jogaram no fogo.

Os gritos eram abafados pela terra.

-Você realmente gosta dele, né? -perguntou Marshall enquanto se vestia. -Do Lilo...

-Muito. -respondeu sorrindo. -Nunca gostei de alguém assim.

Marshall fechou o porta malas e deu uma ultima olhada para o galpão, para o terreno e suspirou.

-Pelo menos acabou. Haid teve o que mereceu. -disse Evan.

-Eu deveria tortura-lo ainda mais. -Marshall voltava a ficar com raiva.

Ele era péssimo em controlar seus demônios.

-Já fizemos o bastante. O combinado foi que não acabaríamos com isso enquanto Gaia não melhorasse, que enquanto ela sofresse ele também sofreria.

Marshall assentiu.

-Gaia vai sofrer pra sempre. Mesmo que melhore, as lembranças sempre vão estar lá. A dor, o medo...

Evan suspirou.

-Então cabe a nós cuidar dela. Estar ao lado dela e tentar evitar que ela sofra outra vez.

Marshall assentiu e entrou no carro, com Evan ao seu lado.

Havia acabado. Finalmente tudo estava acabado.

O caminho foi totalmente silencioso, cada um perdido em seus próprios pensamentos.

O carro parou em frente a mansão de Marshall, ambos respiraram fundo e seguiram para dentro.

Se sentiam aliviados.

O assunto estava morto e enterrado. Assim como Haid.

E nunca mais pensariam sobre isso.






BE YOUR HERO  ~ Livro Dois ~ CONCLUIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora