-NÃO! ME LARGA! NÃO!!
-Ei! Amor, se acalma. Calma! -segurei ela em meus braços e ela se debateu. -Gaia, sou eu!
-Não, não, não, não. -ela repetia, chorando.
-Gaia, abre os olhos. -Ela negava com a cabeça, ainda de olhos fechados. -Abre os olhos amor.
Acariciei seus cabelos e suas bochechas e finalmente Gaia abriu os olhos.
-Desculpa. -falou em prantos. -Desculpa.
Gaia não tem comido, falado mais que uma palavra, ou feito qualquer coisa que não seja chorar desde que voltou.
Os médicos disseram que é normal, que ela passou por um trauma enorme e que demoraria a voltar ao normal. Na verdade, a probabilidade de ela voltar a 100% do que era, é nula.
Eu não conseguia suportar vê-la desse jeito. Ela ainda estava machucada, estava com curativos pelo corpo e continuava extremamente magra.
Nossos bebês estavam ótimos, sem nenhuma lesão. O que era reconfortante.
-Desculpa. Desculpa. Desculpa. -ela repetia.
-Amor, não precisa se desculpar. Vem aqui. -A puxei para meu colo, onde ela se aconchegou e escondeu seu rosto na curva de meu pescoço. -Eu estou aqui com você. Nada mais pode te machucar.
...
Evan e Lilo estavam ficando nos quartos de hóspede em minha casa, eles decidiram se manter por perto para ajudar com Gaia e as crianças.
Uma semana se passou desde que os encontramos. Não fui sentenciado por nenhuma das mortes. O detetive alegou legítima defesa, o que me poupou uma grande dor de cabeça.
Todos os tabloides e jornais tinham minha cara estampada e isso estava começando a me irritar de verdade.
Na sexta-feira após a chegada de Gaia, os pais dela apareceram.
Eles estavam tão desestabilizados quanto qualquer um de nós e eu senti pena. Por isso os deixei vê-la.
Ela dormia e eles a olharam por alguns minutos.
A mãe de Gaia chorava e Phil a abraçava.
-Ela vai ficar bem?
Assenti e a mãe dela fungou.
-Eu não acredito em tudo o que ela passou... -disse se sentando ao lado de Gaia, que se mexeu um pouco. -Eu me odeio tanto por ter feito isso com ela.
Ela passou a mão pelos cabelos da filha.
-Eu acho melhor você ir. -falei. -Se ela acordar e te ver... Não sei se seria bom pra ela.
Ela suspirou, mas não respondeu. Se levantou e saiu.
Phil estava com Eros no colo.
-Eles são lindos. -disse e eu assenti.
Evan segurava Aimee. E a mãe de Gaia se aproximou, brincando com minha filha.
O bebê dos pais da Gaia dormia num carrinho azul no canto.
Ouvi um barulho no quarto e corri até lá.
Gaia se debatia em meio a um pesadelo.
A peguei no colo e beijei sua testa. Ela chorava e ainda não tinha acordado.
-Shhh, estou aqui, estou aqui.
A percebi suspirar e cair no sono novamente.
Coloquei seu corpo na cama com cuidado para não acorda-la e voltei para a sala.
Seus pais já tinham ido e Evan continuava sentado no sofá, Aimeé e Eros brincavam quietinhos no chão.
-Como ela está?
-Na mesma... -falei me sentando ao seu lado.
E o silêncio reinou novamente.
...
Lilo chegou com duas pizzas e as colocou na mesinha de centro.
As crianças estava em meu colo, assistindo um desenho na TV.
Evan estava no banho.
Gaia ainda dormia.
Comemos, dei comida para meus filhos e antes de os fazer dormir, resolvi leva-los para ver Gaia.
Eles não tinham se visto desde que os trouxemos para casa... Não tive coragem o suficiente. Ela precisava descansar e se curar...
Mas ela é a mãe deles. Eu não podia adiar mais.
Quando abri a porta do quarto, Gaia estava deitada em posição fetal, com os olhos abertos.
-Ei, amor... -chamei mas ela não se mexeu. -Olha quem eu trouxe pra te ver.
Coloquei os dois na cama e Gaia os encarou.
Ela não teve nenhuma reação. Apenas os encarou, com o olhar perdido.
-Falem oi pra mamãe de vocês, bebês. -falei e Aimee estendeu os bracinhos em direção a Gaia, que não se mexeu.
Eu começava a pensar que talvez tinha sido um erro leva-los tão cedo quando Eros engatinhou até ela e se sentou em uma das pernas de Gaia.-Ma... -por um momento senti meus olhos arregalar. -mamã -falou Eros.
Era a primeira palavra dele!
Gaia estava estática, encarando nosso filho.
-Você disse mamãe?! -perguntei e Eros sorriu, se equilibrou para ficar em pé e agarrou o pescoço de Gaia em um abraço.
Percebi que os olhos dela estavam cheios d'água.
Aimee começou a ranhetar e também engatinhou até Gaia, se sentando na outra perna.
-Mamãe. -disse Aimee sem dificuldade nenhuma. Ela pegou o rosto de Gaia com as duas mãozinhas e ficou olhando. -Mamãe.
Eros se sentou novamente e começou a brincar com a blusa de Gaia, que pela primeira vez em dias abriu um sorriso verdadeiro.
-Nós te amamos, Gaia. -falei. -Nós três te amamos muito.
-Nós cinco... -falou uma voz atrás de mim.
Lilo e Evan estavam ali.
Seus olhos vagavam entre todos nós.
-Ama. -disse Aimee, ainda olhando para a mãe.
Gaia soltou uma risada anasalada.
-Eu te amo. -disse ela. -Eu te amo! -abraçou Aimee.
Senti meu coração acelerar. Gaia estava voltando.
-Eu amo você. -falou me olhando. -Eu amo todos vocês.
Ela pegou Eros e apertou os dois em um abraço.
-Obrigada. -disse olhando para nós três.
Evan e Lilo se aproximaram, um de cada lado, abraçando-a.
-Vem. -ela me chamou. E eu sorri. -Vem dar um abraço em família.
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BE YOUR HERO ~ Livro Dois ~ CONCLUIDO
Fanfiction*SEGUNDO LIVRO DE "BE MY DADDY"* Gaia e Marshall engataram numa relação. Pretendiam tentar novamente, recomeçar do zero... Mas tudo vai por água abaixo quando Gaia e seus bebês desaparecem misteriosamente. Eminem com suas inseguranças, acredita que...