"Não é sobre mim. Não é sobre você também. É sobre legado, o legado deixado para as gerações futuras. Não é sobre nós! " - Tony Stark em seu discurso na Stark Expo, 2010.
Embora não fosse a única nem a primeira prodígio para o M.I.T, para Christine era incrível saber que sua filha com apenas 16 anos entrou para a melhor faculdade do mundo. Tendo em vista as dificuldades, principalmente, depois do caos que aconteceu no mundo quando ocorreu o blip, não foi surpresa a faculdade ter criado um programa de apoio aos seus estudantes. Infelizmente, se para uns isso soou como um alívio e uma forma de poder se conectar com pessoas que tenham tido experiências similares, para outros foi terrível. No caso de Harper, a sua forma de lidar com os problemas era se trancar no quarto e criar algo, não para solucionar o que quer que estivesse passando, mas para fugir e focar a sua mente no que amava. Entretanto, diferente do que se espera de um grupo de apoio, antes de participarem todos precisaram passar por uma avaliação psicológica, afinal, com tantos alunos a universidade pretendia ajudar, mas seguindo uma ordem de prioridade separando-os de modo que grupos com experiencias similares ficassem juntos para uma troca mais efetiva. Apesar do tempo e toda a burocracia até todos passarem por avaliações e os grupos serem formados, uma hora não teve jeito e Harper teve que ir. Seu grupo era formado, aparentemente, apenas por jovens inteligentes que sobreviveram ao blip. Ela achava que, se essa era a única razão para unir aqueles jovens ali, então, era mais fácil ter colocado aqueles nerds em um laboratório, seria mais produtivo e, assim, Harper poderia gostar de estar lá. Mas a realidade era bem simples: jovens, uma psicóloga, sentados em um circulo, numa sala falando sobre suas vidas. Perda de tempo. Era ainda mais irritante para ela quando alguém se empolgava demais e falava sem parar. Ninguém realmente liga. Ela estava sentada, com os pés cruzados, debaixo da cadeira, com o rosto abaixado, fazendo seu cabelo cobrir seu olho direito, levemente, criando uma sombra, balançava o pé inquieta. Quanto tempo isso vai levar? Eu não aguento mais. Sua respiração pesa um tanto. Harper estava doida para que o sinal soasse avisando o término daquela espécie de detenção. Ela morde o lábio inferior, tentando conter seus pensamentos, se abrisse a boca era capaz de ser banida do grupo. Talvez não seja tão ruim. Ela solta sem perceber um riso nasal com o próprio pensamento.
-O que é tão engraçado, Srta Everhart? - A psicóloga interrompe seus pensamentos.
Harper congela. Ela levanta devagar o rosto, em sua mãos segura um cubo mágico que agora está resolvido. Ela arqueia as sobrancelhas.
-Perdão? - Ela pergunta com receio.
-O que é tão engraçado, Srta Everhart? - A psicóloga repete, devagar, e pressiona levemente os lábios, com as sobrancelhas arqueadas e seu corpo avançado levemente à frente. Sua indignação era palpável.
-Hm... nada?! -Harper fica nervosa, com o jeito da senhora e todos a encarem.
-Não é possível! A Srta Lang estava nos contando sobre sua experiência...- ela aponta para Cassie Lang, que senta em posição oposta à Harper- ... e de como seu pai foi dado como um dos "desaparecidos" no blip e, então, você soltou uma risada nasal. Acho que você deve ter enxergado graça em algo que nós não vimos. Por favor, nos conte! - Diferentemente do que se esperaria de qualquer psicóloga, a Dra Carrillo, uma senhora em seus 40, não queria ter sido designada para o grupo de apoio dos prodígios que sobreviveram ao blip e, por mais que devesse agir imparcialmente, provava que até nas melhores faculdades têm pessoas difíceis de lidar. Apesar de não estar satisfeita ali, levava seu trabalho a sério, logo, não iria permitir gracinhas ou comentários maldosos entre os alunos. Eles poderiam ser gênios, mas ainda eram jovens e tinham que aprender a se comportar.
- Não foi nada. Eu só...-Harper olha para Cassie, nervosa e sem graça-...eu só pensei em algo, não foi nada que ela disse, eu me desliguei...me desculpe!- Harper diz em um tom que aos poucos vai se abaixando com a respiração pesando juntamente ao seu olhar. Ela poderia ser incrível em um laboratório, mas ,se tratando de interações sociais, era difícil para Harper falar. Ela fica em silêncio olhando para o chão, ao que Srta Carrillo entende como deixa para continuar.
-Tudo bem, mas preste mais atenção aos seus colegas. -Apesar do tom sério, a psicóloga não pretendia pegar em seu pé e, portanto, continua -Por favor, Srta Lang, prossiga.
Cassie Lang olhava Harper enquanto Srta Carrillo falava. Ela se sentia mal pela expressão no rosto de Harper, ela parecia uma boa pessoa, não teve intenções de soar debochada. Seus olhos, então, se voltam à Srta Carrillo - Sim, é... como eu dizia...-Cassie continua, trocando olhares com todos, mas tendo interesse principal por Harper. Após ela mais 3 alunos falam antes que o sinal toque, causando a Harper um suspiro de alívio e saindo o mais breve possível.
A circulação de pessoas nos corredores é grande, mas Harper consegue passar tranquilamente. Diferentemente de Cassie, que tenta acompanhar seu passo e chamar sua atenção sem sucesso. Ela segue Harper, estranhando o lado que ela toma, àquela hora da tarde, com as aulas do turno integral praticamente finalizadas Harper deveria, provavelmente, seguir para a saída, deveria ir para casa. Isso intriga Cassie, que decide ser mais discreta. Harper para. Tira o fone do ouvido esquerdo, vira o rosto, levemente, e observa por cima de seu ombro esquerdo. Ela não percebe Cassie, que se esconde atrás de uma coluna. Ela coloca seu fone e volta caminhar, mas vira à esquerda e entra por uma porta velha. Onde você está indo, Everhart? Cassie sabe que seria muito óbvia e aguarda uns segundos, verifica se ninguém a olha e segue até a porta. Sem saber o que esperar, ela decide abrir pouco, devagar e ver antes de entrar. Aparentemente, nenhum sinal de Harper. Ela fecha a porta sem fazer barulho, mas escuta uma outra porta se fechar. Ela segue devagar até o lugar de onde o som parece ter vindo, a luz do corredor é bem fraca. Como isso aqui pode existir no M.I.T? Ela vê uma porta, escuta a voz de Harper e vê pela fresta da porta uma luz um tanto baixa, acesa, mas não é algo comum, como uma luz fluorescente, é uma luz levemente azulada. Ela toca a maçaneta, sem saber o que irá encontrar, e abre a porta, novamente, sem fazer barulho. O que os olhos de Cassie veem lhe espantam e eles se arregalam. Harper se encontra falando, aparentemente, sozinha com algo que qualquer um poderia reconhecer: uma armadura de ferro.
-HARPER? -Cassie diz com a voz alterada. E Harper se vira com um susto, com a mesma expressão ao ser descoberta.
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E se...?
FanfictionApós uma batalha épica a fim de recuperar o dano causado pelo estalo de Thanos, os Vingadores deram ao mundo uma nova oportunidade de seguir em frente. No entanto, a vitória não teve um gosto tão doce quanto o esperado e se para os heróis já foi dif...