Tethered • Thiam [Portuguese Version]

"Please Theo go get some self esteem"

É claro que acaba sendo Theo quem explica tudo, uma vez que sacudiram a mãe de Liam para acordá-la e a trouxeram para a cozinha, enrolada em um cobertor e semicerrando os olhos como Liam faz quando está meio adormecido. Tantas semelhanças entre eles, e Theo se pergunta o que ele teria se tornado se tivesse ficado com sua família. Se ele daria longas caminhadas com o pai ou se sempre usaria elásticos nos pulsos como a mãe. Pequenos tiques captados por pessoas crescendo umas nas outras.

Theo luta contra o desejo de limpar a garganta, quase se agita. Quase. Ele tem estado em situações mais tensas do que essa, mas poucas que importam mais. Liam se sente sólido e vital, tem uma causa e um propósito que não é Theo enganando as pessoas para a morte. Mas seu filho é um lobisomem não é uma coisa fácil de explicar para ninguém. Muito menos uma família de classe média que nem é religiosa. Pessoas religiosas acreditam mais facilmente, ele descobriu. Faz sentido.

Theo faz o melhor que pode, para que Liam mostre suas presas, suas garras, o brilho amarelo em seus olhos até que ambos estejam pasmos e em silêncio. Expõe a realidade em que estão caminhando. Este mundo que eles estão enfrentando é uma coisa pesada. Mesmo sendo parentes de Liam, pode torná-los alvos de caçadores. Ele faz o possível para conscientizá-los dos riscos da maneira mais gentil possível. Mas não com medo, não depois do primeiro choque inicial quando David deixou cair o telefone que estava usando como lanterna e praguejou veementemente.

Theo está feliz que eles não achem que seja algum tipo de brincadeira. É difícil duvidar. Quando você vê, você sabe; o frisson não natural do sobrenatural ou algo dramático assim. Ele teve que fazer isso com algumas pessoas; marca, realmente, pessoas que se tornariam parte da eterna busca dos Dread Doctors pelo espécime perfeito. Sempre com aquele medo latente de substituição. Se eles fossem melhores do que ele, Theo estaria morto. Eles não eram melhores do que ele.

Eles se encaram em lados opostos da mesa da cozinha, Liam pequeno e envergonhado ao lado de Theo, que se inclina para o lado para que seus ombros se encostem em algum conforto. Talvez muito pouco, considerando quem é Theo. Seu vínculo forçado.

O polegar de Liam está em sua boca, mastigando, Theo sentindo aquela sensação agora familiar de ter suas unhas roídas muito curtas, embora as suas próprias estejam bem. O barulho está deixando seus dentes no limite; ele os tritura. Mantém a calma porque isso é muito para Liam, sendo forçado a revelar o que deveria ter sido apenas uma família sentada. O grito de David foi alto o suficiente para fazer os dois se encolherem, as mãos de Liam batendo em seus ouvidos, a mudança forçada de volta em sua pele. Theo enrijeceu, surpreso com sua própria surpresa; é raro alguém se esgueirar sobre ele.

Agora, Jenna se enrola em seu assento, uma pequena forma redonda de cobertores encolhendo-se contra David, o braço dele em volta dos ombros dela. Sólido e seguro.

"Vocês tinham que saber que algo estranho estava acontecendo," Theo diz, tentando manter seu tom gentil, sabendo que sua história vai sair e eles vão parar de ver ele e Liam como criaturas semelhantes.

David dá de ombros, esfrega a barba por fazer em seu queixo antes de passar a mão em todo o rosto. "Quer dizer... eu meio que sabia. Que algo estava errado aqui, pelo menos. Esta cidade tem uma quantidade suspeita de ataques de lobo." Ele dá a ambos um sorriso, hesitante, Liam retribuindo e Theo dando um que é mais uma mostra de dentes. Ele ainda não confia nesse tipo de gentileza fácil, embora queira. Outra falha pessoal.

"Você está seguro?" Jenna interrompe, e Theo fica grato, apenas pelo bem de Liam, que a primeira coisa que ela faz é cuidar de seu filho. Mas ele também pode ver o pensamento rastejando de algum lugar que ela, sem dúvida, não queria, das garras e presas que David teve um vislumbre, a confusão emaranhada do TEI de Liam contra sua nova identidade como lobisomem. O bando não monitora o Liam; eles não precisam. Mas Theo poderia, se necessário. Ele tem que fazê-lo. Ele vai segurar Liam se for preciso.