𝟎 𝟒 𝟓

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— Nossa, por que você é assim, Dul? Some e não avisa. Foda-se as amigas preocupadas, não é? — Anahí murmurou assim que me viu entrando em casa, na manhã seguinte. Tinha certeza que minha cara era de pura derrota, afinal aquele era o resultado de passar a noite inteira fodendo igual um coelho.

— Não precisa se preocupar, Annie. Você me conhece, sabe muito bem que quando me meto em furada eu mesmo aviso. — Revirei os olhos e senti um latejar na nuca, indicando uma incômoda dor de cabeça.

— Aí credo, quem foi o vampiro? — Ela fez careta, apontando para o meu pescoço assim que eu passei ao seu lado no sofá.

— O quê? — Rebati sem entender. Acho que ela se esquecia que eu era uma das pessoas mais lerdas do mundo.

— Você tá com um chupão enorme no pescoço, vice. — Riu e neguei com a cabeça, pensando na forma que eu mataria o idiota do Christopher por me marcar com uma chupada. Mas pensando bem, minha noite foi ótima e não me arrependia de nada.

— Ai que ódio! — Falei e subi correndo para trocar de roupa, já que antes de sair do barraco do Christopher eu tomei um banho. Era para eu estar no salão daqui dez minutos, senão Tainá iria me descascar se eu me atrasasse de novo.

Hoje foi de foder no trabalho, perdi a conta de quantos cabelos eu preparei. Minhas mãos estavam até meio inchadas de tanto manipular o secador. Acabamos ficando até depois do nosso horário porque a bonita da Tainá precisava de um favor, uó.

— Hoje tem pelada dos meninos contra a Maré, vamos? — Maite apareceu mais tarde no salão, quando faltava pouco para a gente fechar.

— Por que esse interesse todo em ir assistir esse jogo? Não sabia que tu gostava de ver um bando de macho correndo atrás de uma bola. — Perguntei com desconfiança, guardando minhas coisas dentro da bolsinha.

— Não tá sabendo, amiga? Maite está de quatro por um envolvido aí. — Anahí disse, olhando-a de forma desafiadora. — Pagou muito com a língua.

— Sério? — Ergui a sobrancelha, incrédula.

— É claro que não, só estou entediada. — Ela revirou os olhos, mas ficou nítido para mim que estava mentindo.

Maite se envolvendo com traficante era novidade, sempre foi certinha e defensora da moral e dos bons costumes. A última pessoa que eu imaginava envolvida com esses homens era ela.

— Eu já falei pra tu desencanar daquele lá, Mai. Tô falando que ele não presta, tá de fiel e tudo mais, você vai acabar ficando careca, papo reto. — Anahí resmungou e eu estreitei os olhos para a Maite. A guria não sabia nem brigar e vai se envolver logo com homem casado, ia apanhar legal.

— Não cai nesse erro, Mai. Não aprendeu vendo como eu tomei no rabo? — Fomos para fora do salão e subimos a rua em direção a nossa casa. — Diz aí quem é o consagrado que está mexendo com a sua cabecinha?

Maite ficou com o rosto vermelho e desviou os olhos para o outro lado da rua.

— Já falei que não é ninguém, eu hein! — Respondeu simplesmente e apressou os passos na nossa frente.

— Quem? — Perguntei.

— É o idiota do Perigo. — Anahí respondeu. Bufei, aquele imbecil atacando novamente. Ele tentou alguma coisa comigo no passado, mesmo tendo mulher, e eu dei um fora. Sei muito bem o quanto ele conseguia ser persuasivo quando queria.

Quando chegamos em casa, Maite estava sentada no sofá nos esperando. Subi para o meu quarto e coloquei uma outra roupa, um shortinho curto jeans e de cintura alta. Tive que cobrir a marca do chupão com um quilo de base e corretivo.

Atração Perigosa [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA PARA REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora