13. Pronta

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Dor.

Tudo que sinto é isso, o fato de não conseguir perceber o que Narumi realmente queria, o fato de que deixei me levar pela esperança nas pessoas só me machucou.

Os meninos e Narumi foram expulsos, e meus pais insistiram em abrir um processo contra eles, eu não tenho cabeça pra lidar com isso, não consigo lidar comigo mesma.

Por fora eu pareço incrivelmente saudável e boa, não quero deixar todos preocupados comigo, mas eu não consigo fazer boa parte das coisas que fazia, ainda continuo indo para as aulas e aparento estar boa, mas eu não tenho uma boa noite de sono há muito tempo.

Eu menti, dizendo que é só o estresse da faculdade, mas na verdade eu não consigo dormir, eu consigo, sinto sono, mas não quero dormir, todas as vezes que tento dormir me passa a sensação de reviver aquele momento.

E isso estraga tudo, eu realmente não quero preocupar eles, mas já não consigo mentir sobre meu cansaço e minhas olheiras de noites não dormidas.

Com um tempo depois disso, eles insistiram em me levar pra sair, eu coloquei meu melhor sorriso e assenti.

— Vamos pedir algo pra comer e beber. — Akira falou sorrindo e eu assenti, mas por baixo da mesa estava apertando minhas mãos com medo.

— Eu só vou ficar no suco mesmo, podem pedir pra vocês. — falei e eles sorriram, meus amigos sempre ficaram do meu lado, em todos os dias alguém ficava vendo eu dormir, mas no final eu sempre fingia e a pessoa ia embora.

Kei ficou mais protetor que antes, sempre que ele dorme comigo eu não me mexo muito mesmo estando com vontade de chorar, não que eu tenha medo dele mas cada toque, não importa de quem for, eu me assusto e recuo.

— Quando quiser ir embora é só me falar. — Kei sussurrou perto de mim e eu sorri concordando, irei tentar meu melhor pra ficar um bom tempo.

Todo esse tempo ele foi muito amoroso e compreensível, mesmo eu tentando não demonstrar muito eu ainda tinha receio de toques, traumatizada fiquei com aquilo, mas ele percebeu os menores detalhes e me ajudou.

— Vamos fazer o pedido logo, estou com fome. — Ri e todos sorriram vendo meu lindo sorriso forçado.

A noite foi divertida mas chegou em um certo momento que eu não aguentei mais e pedi pra irmos embora.

— Podemos ir embora? — chamei atenção de Kei baixinho e ele sorriu.

— Você foi muito bem, vamos embora. — ele falou e sorriu, nos despedimos de todos e fomos embora.

— E-eu posso pegar na sua mão? — falei no caminho e ele sorriu estendendo a mão.

— Seria um prazer. — ele sorriu e eu ri fraco.

No dia depois do acidente ele ficou comigo na escola e me ajudou com os problemas.

Chegamos no meu dormitório, como sempre ele me trazia na porta e me dava um beijo na testa se despedindo, quando ele virou eu segurei seu mão e não soltei.

— Você....pode ficar? — falei timida e baixinho mas ele assentiu.

— Tudo bem. — falou e eu sorri abrindo a porta.

Entramos e eu me sentei na cama sem saber o que fazer, ele se sentou do meu lado.

— Você foi bem, eu não pergunto muito mas como você está? — ele perguntou me olhando e eu não consegui olhar na sua cara e mentir.

— Estou ficando bem, obrigada por me entender. — falei e ele concordou.

— Eu também não falo muito mas eu te amo muito, e você está lidando muito bem. — ele falou e eu olhei pra ele com os olhos vermelhos, de tanto segurar meu choro.

𝑺𝒕𝒊𝒍𝒍 𝒊𝒏𝒕𝒐 𝒀𝒐𝒖 | TSUKISHIMA, keiOnde histórias criam vida. Descubra agora