Dentro é o inferno: Cavalo de Tróia

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"Para mim é de todo indiferente
Se o mundo me tratar como morto
Nada posso dizer contrário a isso
Pois de fato não faço mais parte deste mundo"
- Ich bin der Welt abhanden gekommen, de Gustav Mahler

"Para mim é de todo indiferenteSe o mundo me tratar como mortoNada posso dizer contrário a issoPois de fato não faço mais parte deste mundo"- Ich bin der Welt abhanden gekommen, de Gustav Mahler

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⚠️ Atenção! Essa é a sequência de "Vidas Soturnas", outra oneshot que pode ser encontrada nesse perfil. A leitura prévia é imprescindível para o entendimento desta. Tags da fic: descrição de morte violenta, bloodkink, sangue. ⚠️

⚰️

Enquanto desfilava seu corpo trêmulo por entre as lápides de pedra fria, Taehyung tentava ignorar a maciez da terra seca sob as botas e a textura pegajosa do próprio sangue coagulado no ferimento suturado em seu braço.

À sua frente, alto e firme em seus passos como se não pisasse sobre mortos e sim sobre grama vicejante, Namjoon brilhava em tons pálidos sob a luz da Lua. As tatuagens negras que agora cobriam a tez leitosa se assemelhavam a desenhos místicos e, ao contrário do humano, o vampiro não tremia.

O mais novo se perguntava como ele podia estar tão calmo quando horas antes Namjoon tinha ceifado a vida de, no mínimo, 20 homens. Taehyung se sentia cansado, muito cansado, mas apenas seguiu silente o caminho sobre a morte.

Quando chegaram à cova ainda com terra remexida, pararam e trocaram um olhar antes de enterrarem as pás no solo em um estampido seco.

O humano sentia seus braços ardendo, o ferimento recente ameaçando reabrir com o esforço, mas fingiu estar tudo bem quando Namjoon perguntou se ele precisava parar. Quando sua pá tocou uma superfície diferente da terra arenosa em um ruído oco, ele sorriu para o Sugador, que correspondeu com um rolar de olhos.

Tiraram o excesso de terra sobre a madeira e Taehyung se ajoelhou sobre o caixão para tirar com paciência os pregos que prendiam a tampa no lugar. Grunhiu ofegante, tentando abrir o objeto, mas o morto estava bem lacrado do lado de dentro.

— Por que tanto cuidado em manter os mortos embaixo da terra? — Namjoon perguntou distraído enquanto soprava gavinhas de fumaça do cigarro de palha. Taehyung ignorou o senso de humor do outro, focando na tarefa.

— Pode chutar? — perguntou para o caixão, aproximando o ouvido da madeira suja para escutar melhor.

— Amarraram a porra das minhas pernas — uma voz abafada respondeu do lado de dentro.

— Joonie. — O vampiro manteve uma expressão de tédio, mas seu olhar recaiu sobre as mãos trêmulas de Taehyung. — Meus braços doem, por favor.

O mais velho sustentou o olhar pidão do humano apenas por alguns momentos antes de desistir, saltando para dentro da cova. Afastou-o sem delicadeza e bufou em falsa irritação quando Taehyung se empoleirou em seus ombros, curioso.

Mortos Inconfessos | TaeNamKookOnde histórias criam vida. Descubra agora