O passado pode ser (in)feliz

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 P.O.V William

A vida real pode ser muito entediante, eu passo todo santo dia do mesmo jeito, fazendo as mesmas coisas, mas é claro, é uma maldição que eu tenho desde o dia do meu nascimento o fardo de ser o príncipe, tantos sonham com esse cargo, mal sabem do quão difícil é mantê-lo, do quão difícil é manter esse sorriso falso no rosto toda vez que alguém faz um comentário inconveniente, ou me manter sério Imparcial quando uma coisa idiota acontece, mas não importa essa é a vida que eu tenho que seguir, apesar da rotina maçante e das obrigações constantes eu tenho os meus momentos de paz, são raros mas acontecem.

Quando eu era mais novo eu gostava muito de sair do castelo para brincar na Vila ao lado, porém meus pais descobriram e não ficaram felizes afinal príncipes não devem se misturar com a ralé então os portões foram trancados para que eu não saísse mais.


Era tão divertido mas eu me conformei passei a gastar meu tempo na biblioteca estudando diversos livros que possuía, mas um dia minha mãe teve a Brilhante ideia de fazer um piquenique no Jardim reunindo a família, ela sentia que estávamos muito distantes e que eu me sentia triste, eu realmente me sentia mas não queria preocupa-la com tal pensamento, então eu sorri e falei que iria, no dia seguinte todos passamos o dia no Jardim não conversamos muito apenas ficamos apreciando a companhia um dos outros.

Eu olhava para as flores e sentir uma grande sensação de paz, era solitário mas tão reconfortante, as minhas rosas favoritas sempre foram as vermelhas, nunca entendi o porquê mas sempre gostei de como elas coloriram aquele cenário cinza, então desde aquele dia eu comecei a passar na biblioteca apenas para pegar o livro que eu queria naquele dia e me encaminhava para o Jardim aquele lugar Sereno de extrema tranquilidade.

Bom... pelo menos era assim, foram 3 anos de paz, sempre visitando aquele Jardim até que um dia aconteceu, eu estava embaixo de uma árvore lendo tranquilo quando um grande estrondo tirou minha concentração, não entendi o que tinha acontecido, mas então várias pétalas de rosas começaram a flutuar em volta de mim, era uma visão bonita porem confusa, quem estaria destruindo as Flores do Jardim? Quem seria tão estúpido a ponto de estragar as flores da rainha? de longe eu escutei alguém praguejar, eu me aproximei e vi um homem caído entre as flores ele estava se levantando e limpando suas roupas parecia meio desesperado talvez tivesse ciências do que tinha acabado de fazer, eu perguntei o seu nome e ele não respondeu apenas ajoelhou e pediu perdão pelo que tinha acabado de acontecer, embora também dissesse que não tinha culpa dos outros funcionários não cuidarem direito do chão e tirarem as raízes, pois ele estava indo cuidar das Rosas quando tropeçou em uma raiz que estava saindo para fora da terra, não sei porque mas aquilo foi incrivelmente cômico para mim, minha mãe tinha contratado vários jardineiros para cuidar daquele Jardim, e quem diria um desses funcionários já tinha acabado de destruir metade das rosas, ele não parava de falar coisas sem sentido tentando se explicar, mas eu tranquilizei dizendo que pelo menos tinha feito o cenário fica bonito com várias pétalas flutuando por aí.

Ele sorriu, e naquele momento eu senti o meu mundo parar, era o sorriso mais lindo que eu já tinha visto na minha vida, e naquele momento eu também sorri mas diferente dos sorrisos forçados que eu dava nas festas, aquele era verdadeiro eu não entendo o que aquele homem estranho tinha, mas me trazia uma grande paz no coração, ele sorriu sem graça e pediu desculpas mais uma vez, se retirando.

Como passar dos dias o Jardim não era mais tão silencioso, claro os outros jardineiros faziam seu trabalho com perfeição e em silêncio, porem toda vez que aquele serzinho me via saía correndo para me dá dar um bom dia ou para falar coisas aleatórias coisas que de algum modo deixavam meu dia mais alegre.

A dor e o amor de minha antiga vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora