A noite é uma criança gentil

99 8 7
                                    


William T. Spears P.O.V

William estava sentado aos pés da cama aonde Grell repousava, não conseguia dormir pensando nos acontecimentos daquele dia, foi tudo tão rápido tão confuso, no começo do dia tudo o que ele queria era ir no escritório do seu subordinado e pedir desculpas por qualquer coisa que tenha dito que possa tê-lo magoado, a última coisa que esperava era encontrar o Ruivo jogado no chão, o desespero que sentiu naquele momento Foi algo indescritível ele se auto condenava porque naquele momento ele acreditou que não teria chance de olhar nos olhos daquele homem ou dama e pedir desculpas, uma palavra tão simples que nunca pensou que um dia seria Dirigida para o anjo da morte de cabelos vermelhos Mas a vida é uma caixinha de surpresas, pois a pessoa mais louca e mais animada que ele já conheceu naquele momento parecia criatura mais triste e sozinha que ele já viu.

Ele estava procurando por respostas porque queria saber sobre sua vida passada, e achou que era o único que tinha essa curiosidade, esse vazio, querendo saber do seu passado, quem diria que a criatura que ele mais desprezava tinha esse mesmo desejo, tal desejo que o fez ir tão longe a ponto de machucar a própria pele com uma foice da morte, só para poder ter um vislumbre do seu passado.

William se perguntava, o que será que ele viu? Porque não parou da primeira vez? Porque continuo fazendo isso tantas vezes até que seu sangue estivesse envenenado com a cinzas do seu próprio registro cinematográfico? Mas não era hora para questionamento, era hora de acordar, ser gentil e de ser compreensível com a única pessoa que já demonstrou afeto por si, enquanto ele divagava, escutava o ressona suave de Sutcliff que dormia serenamente, ele parecia tão em paz, parecia estar em um sonho feliz, ele queria acreditar que de alguma maneira pudesse fazer parte desse sonho, mesmo sabendo que tinha sido um babaca e um egoísta, ele prezava muito a amizade do ruivo.

Ele estava com sono mas tinha medo de dormir e algo acontecer, então continuava lá aos pés da cama velando o sono de seu amigo.

Undertaker tinha dito que em breve alguém iria levar todas as informações que ele havia conseguido sobre sua vida passada, por ser já tarde da noite ele imaginou que esses dados só chegariam no dia seguinte, mas após mais alguns minutos olhando o rosto inconsciente de Grell, ele escutou leves batidas na porta, meio hesitante ele se levantou, caminhou até a entrada da casa e abriu a porta logo se deparando com uma linda menina de cabelos azuis cristalinos, seus olhos eram negros e brilhantes como várias estrelinhas no céu escuro, sua pele branquinha como floquinhos de neve, usava um manto grande demais para o seu tamanho que fazia ela ficar ainda mais fofa, em suas costas uma enorme mochila, ela sorriu e entrou.

-Ei! menina não tem educação? nem pediu para entrar

Disse William sem ser rude mais ainda sim sério.

-Oh! me desculpe, o senhor Undertaker disse que eu poderia entrar e colocar os registros encima da sua mesa.

Disse ela com aquele olhar inocente.

-Sim, mas como eu estou em casa, era só me entregar os registros na porta.

Ele disse sorrindo pela menina que levou as ordens ao pé da letra.

- Não senhor! Eu devo fazer o que me foi mandado. Então onde fica a mesa?

Retrucou a menina determinada a realizar corretamente sua missão.

Ele sorriu mais uma vez, apontando a cozinha onde ficava a mesa para menina, ela caminhou até lá e depositou vários fichários com várias informações que antes pareciam tão preciosas para ele mas que no momento teria que deixar de lado para cuidar de seu amigo.

-Obrigado por vir até aqui essa hora, mas não acho Prudente o que Undertaker fez, pedir para uma criança em plena meia-noite entregar tantos registros ainda mais tão pesados.

A dor e o amor de minha antiga vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora