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Seul, 11 de janeiro de 2020

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Seul, 11 de janeiro de 2020. 05h25, Yongsan.

O dia ainda estava amanhecendo, os raios de sol saíam timidamente e davam adeus às estrelas. O céu estava lindo, mostrando seu pôr-do-sol alaranjado e arroxeado, mas eles não tinham tempo para parar e observar. Corriam apressadamente pelos corredores daquele lugar abandonado e vandalizado. As luzes piscavam constantemente pelos corredores, dificultando a visão. O barulho ensurdecedor de balas sendo atiradas por milésimos de segundos podia ser ouvido pelo local inteiro.

— Droga! — esbravejou Jeongin, com cenho fortemente franzido, o suor pingando pelas têmporas, molhando a pele e o cabelo. A roupa protetora era extremamente quente, mas extremamente necessária. Suas mãos seguravam um fuzil M16, que lhe era completamente inútil, porque a munição havia acabado. 

Ainda estavam correndo. O som grotesco e animalesco do agmong os perseguindo não os deixava esquecer o porquê de estarem assim. Irritado, gritou para aquele que corria um pouco à frente:

— Hyung! Eu vou te matar!

Uma risada extremamente alta e alegre, totalmente fora de contexto, fora ouvida. O dono dela estava igualmente correndo. Em suas costas uma ak47 estava pendurada de mal jeito, quase caindo da mochila negra que a carregava. Num gesto rápido, pegou a arma e jogou para Jeongin, que habilmente a segurou. 

— Toma! Você é melhor do que eu atirando! — gritou de volta, rindo ao ver a cara brava do mais novo, este que virou-se para trás e passou a atirar com a nova arma, enquanto gritava:

— Hwang Hyunjin, você é um homem morto!

Hyunjin riu mais ainda.

Bem, vamos recapitular os acontecimentos…

Tudo começou quando o grupo de colhetores se reuniram. Ainda era de madrugada quando as seis pessoas, que iriam fazer a colheita da semana, encontraram-se no topo do centro de sobreviventes, a Housing Center for Survivors — popularmente conhecida pela sigla HCS. Como de praxe, Bang Chan, o líder, organizou as duplas. Seo Changbin seria a dupla do Bang. Jeongin e Hyunjin, outra. Min Jihyun e Park Somyeong seriam as responsáveis por dirigir a aeronave. 

Como se já não bastassem lidar com o mundo praticamente acabando, ao entrar no centro e virar colhetor, todos eram obrigados a aprender pilotarem helicópteros. Por ser impossível, e principalmente, não recomendado a saída pelas portas, toda e qualquer forma de retirada do centro deveria ser feita pelos céus. Uma merda para Jeongin que odiava ter que mexer naquele painel cheio de botões. Claro que, depois de meses, ele havia entendido que tudo lhe era passível de suportar, contanto que continuasse vivo. 

E estar vivo era o que ele mais queria.

Rotineiramente, a localização de onde os mantimentos iriam ser deixados foi enviada na noite anterior, pelo centro de sobreviventes de Madri, que era quem estava os suprindo atualmente. Assim como no mundo todo, as cestas com alimentos eram transportadas por aviões militares, em longas viagens. Às vezes aconteciam atrasos, o que lhes dava prejuízos, um dia perdido e horas perigosas pelas ruas cheias de agmongs famintos. 

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⏰ Última atualização: Jul 23, 2021 ⏰

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