Meu Bem de Outra Realidade

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"Isso não é realidade. É um romance. Então, respire, aproveite. É para você." -Alan Rickman

     Em um canto de uma biblioteca uma garota chorava de soluçar lendo seu livro. Preocupada a jovem dona da biblioteca foi ajudar.
    — "Estou apaixonada por uma garota"
    — Eu sinto muito. Talvez ela te ame também.
    — Não, ela não me conhece, ela está dentro desse livro.
    A dona da biblioteca que já lei 1001 romances balançou a cabeça e deu uma risadinha.
    — Esse é seu primeiro romance?
    — Sim.
    — Você vai se acostumar.
    — Não, não vou. Eu tenho que ir — A garota caminhou até a saída mas parou e olhou para a jovem dona da biblioteca — Qual seu nome?
   — Aurora, e o seu?
   — Lilith.
   Lilith no caminho de volta a sua casa estava pensativa "Essa Aurora não entende, eu estou mais que apaixonada, estou obsecada" Lilith olhava para as garotas que passavam e tinha a impressão que a maioria era parecida com sua paixão, mas quando observava mais percebia que estava enganada.
    Ao chegar em sua casa ela pôs o livro sobre a mesinha da sala, foi até seu quarto e deitou em sua cama com os pensamentos "Ela me ama" "Mesmo sendo fictícia, ela me ama"... Então ela dormiu.
    Um sono estranho, Lilith sentia que estava flutuando nas nuvens, era estranho e bom mas ela ficou assustada e abriu seus olhos. Que estranho, já é manhã do outro dia.
    Lilith estava caminhando até a cozinha para tomar seu café da manhã mas estava tudo muito estranho, ela se sentia em outro mundo, um mundo aonde o ar, o cheiro e a vibe era as coisas preferidas dela.
    Toda manhã Lilith tomava seu café lendo seu livro favorito mas hoje foi diferente... Ela não achava seu livro! Lilith desesperadamente andava por toda a casa a procura do livro sala, quarto, quintal, jardim e até banheiro! "Mas cadê meu livro?". Lilith estava no fundo do poço, parecia que aquele livro era parte de sua alma.
   Com os olhos cheio de lágrimas ela foi para cozinha tomar seu café, derramou leite por toda a pia... Estava muito nervosa.
    — Está tudo bem anjinho?
    MAS QUE PORRA É ESSA??? Lilith deu um pulo, aquele tempo todo tinha uma garota desconhecida em sua cozinha lendo seu livro e ela não pereceu?
    — M-mas quem é voc... Perai... Não é possível... Você é a...
    — Shh! Agora você vai me chamar de "meu bem". Sim eu sou seu amor literário, aquela que você chora todas as noites!
    — Não... Não pode ser!
    — O que foi? Todos esses dias você fica pensando em mim e agora que pode me amar pessoalmente está negando?
    A Jovem personagem estava caminhando, os dedos de suas mãos estavam deslizando pela pia até chegar em Lilith ela segurou seu queixo e lhe deu um beijo.
    O beijo terminou Lilith olhou para a personagem e sorriu maliciosamente.
    — Meu bem... Então isso é um sonho?
    — Aí, aí anjinho! Não percebe que isso é real de mais pra ser um sonho?
    — Verdade, essa realidade é muito gostosa.
    A personagem segurou Lilith e pôs ela em cima da pia cheia de leite que fez o short de Lilith molhar todo só não foi mais molhado que o beijo das duas.
    — Não! Espera... — Lilith a levou até o quarto e empurrou cuidadosamente a personagem na cama —... Assim está melhor.
    A personagem ficou ali deitada na cama observando Lilith tirar seu short molhado de leite. Então ela se deitou na cama e abraçou o Seu Bem. Lilith estava recebendo o melhor cafone que já recebeu, que fez ela ter o melhor sono que já teve na vida.
    Lilith acordou na mesma posição que estava abraçada com Seu Bem, mas ela não estava lá...
    — Meu bem? MEU BEM?
Lilith foi até a sala... Ninguém estava lá só o seu livro que estava em cima da mesinha, foi até a cozinha, quintal, jardim e banheiro. Ninguém estava lá!
Não pode ser... Aquilo não foi um sonho! Ela pegou seu livro, trocou sua roupa e saiu correndo de sua casa.
    Lilith tinha denovo a impressão que todas as pessoas em sua volta era igual ao Seu Bem mas desta vez não observou muito, tava correndo e quase chegando na biblioteca.
    Aurora estava lá, fechando a biblioteca.
    — Oi Lilith, hoje é sábado a biblioteca fecha mais cedo.
    — Aurora! Eu preciso conversar com você! Me aconteceu uma coisa muito louca, eu-estava-dormindo-e...
    — Lilith eu vou almoçar agora — Aurora segurou o braço de Lilith — Vem, vamos para um restaurante e tu me conta tudo.
    No restaurante a comida estava demorando. Lilith estava nervosa, sua mão balançava rapidamente até que a Aurora botou sua mão encima da dela.
    — Pare.
    — Não posso! É sério que tem que esperar o garçom trazer o almoço pra eu te contar oque me aconteceu?
    — Eu nunca te disse isso, pode me contar agora.
    — AH demanhã-eu-estava-procurando-meu-livro-e... — Lilith estava falando isso muito rápido.
    — Acalma senhorita, você está falando muito rápido.
    O almoço chegou na mesa delas e Lilith contou tudo que aconteceu calmamente para Aurora. Quando Aurora terminou de ouvir balançou a cabeça e deu um sorrisinho
    — Pare de fazer isso, estou me sentindo uma idiota.
    — Mudar de realidade não é idiotice Lilith.
    — M-mas então... Como faço para ver ela denovo?
    Aurora que ja terminou de almoçar se alevantou para ir embora e disse:
    — Você é jovem e bonita Lilith, deveria conhecer pessoas da sua realidade. — Aurara deixou um papel e a conta na mesa e piscou para Lilith — Nós se vê!
    Lilith olhou para o papel "51 981494128"
    — Aurora gosta de mim... Mas ela é muito linda pra mim...
    Um garçom se aproximou.
    — A cliente que está falando sozinha vai pagar agora?
    Lilith pagou com dinheiro que a Aurora deixou em cima da mesa e e foi pra casa, ficava lembrando toda hora oque a Aurora lhe disse "deveria conhecer pessoas da sua realidade".
    Quando chegou em casa pôs seu livro na mesinha da sala.
    — Meu deus eu preciso parar de levar esse livro pra todo lugar que eu vou.
    Foi até seu quarto, deitou em sua cama e em um piscar de olhos já estava denoite.
    — Mas como assim já está denoite - Disse com uma voz sonolenta.
    — Poisé, o dia se passa rápido quando você anda por aí me traindo.
    Lilith levou um susto.
    — Meu bem?! Você está aqui?.
    — Claro que estou! Estou em todos os lugares, não percebeu? Eu estava lá no restaurante observando o seu encontro.
    — Desculpa.
    A personagem deu gargalhadas e Lilith não entendeu a graça
    — Eu só estou brincando, não estou brava com você.
    — Não está?
    — Claro que não anjinho — Ela deu um sorriso — Se você está feliz é oque importa.
    — Então eu posso namorar ela?
    — Claro! Se você quiser.
    — Mas... Daí eu nunca mais vou te ver?
    — Hmm, Talvez
    Lilith ficou pensativa.
    — Mas você vai ser feliz com ela
    — Eu vou?
    — Shh, Durma.
    Lilith dormiu e acordou sozinha em sua cama, ela tomou seu café (sem ler o seu livro) trocou sua roupa e estava saindo de casa, mas antes de sair olhou para o seu livro que estava em cima da mesinha da sala e disse:
    — Tchau Meu Bem, eu te amo.
    Indo para a biblioteca ela continuava tendo a impressão que as mulheres que passava por ela era parecidas com Seu Bem, ela estava muito feliz.
    Quando chegou na biblioteca foi na sessão "romances" e pegou um livro diferente.
    — Vai se apaixonar por outra personagem fictícia? — Disse Aurora que estava olhando para a boca da Lilith louca de desejo de beijar.
    — Não, eu agora estou apaixonada por outra, mas ela não é fictícia — Lilith chegou mais perto de Aurora e segurou suas mãos.
    — E eu também.
    Lilith começou a beijar Aurora e nem percebeu que na Janela da biblioteca tinha alguém observando com um sorriso no rosto, as lágrimas saindo de seus olhos e estava sumindo aos poucos.
    — Tchau Anjinho, eu também te amo.

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