Otamir

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fevereiro 26, 2010

Leitores, estou de volta do meu prolongado feriado e mal posso esperar para contar-lhes tudo o que ocorreu entre este natal e o ano novo!

Foi algo muito forte para mim. Pode parecer besteira para alguns, mas ainda estou meio pra baixo, meio destruído e triste. Está foi a minha segunda experiência real com pés e chulé depois de Diogo e seus amigos, eu estava louco para compartilhar e desabafar tudo aqui com vocês.

Então, sem mais delongas, deixem-me contar do início.

No feriadão, fui passar vários dias no casarão do sítio do meu tio. Por favor, não vão pensando que o que ocorreu envolve os pés do meu tio (eca, ele é tão feio e gordo quanto eu, hehe) ou de um suposto "primo" - Eu não tenho, só tenho duas primas. Uma das minhas primas é filha desse meu tio. Somos muito amigos e ela, claro, já sabe que sou gay. Adoro passar os feriados com eles. O casarão é maravilhosamente confortável e é um descanso do dia a dia dessa cidade grande aqui viu? Eu mal podia esperar pra me livrar do minúsculo apartamento onde moro com meus pais.

Na primeira noite eu, meu tio e minha prima bebemos whisky ouvindo música na sala. Meu tio preparou um churrasco rápido e ficamos até de tarde conversando. Nós três nos dávamos muito bem. Minha prima não via o pai fazia 2 meses. Mas o que importa é o que aconteceu na noite seguinte, na noite da festa de natal.

Meu tio organizou uma modesta festa num espaço enorme que existe atrás da casa - um tipo de quintal bem arborizado com balcão e banheiro. Alguns amigos do meu tio da vizinhança vieram, trazendo comida. As pessoas iriam ficar bebendo e comendo ali até amanhecer. A iluminação do local estava bonita. Eu fiquei do lado da minha prima, botando as conversas em dias. Nós riamos muito e bebíamos também.

Por volta das 2 da madrugada, eu e ela já estávamos bastante bêbados. As risadas do meu tio podiam ser ouvidas a quilômetros e o som não dava sinal de que iria parar. E eis que, discreta e silenciosamente, ele veio chegando mais perto. Talvez por timidez, se sentou num banco de pedra sem encosto que ficava em baixo de uma árvore, a alguns metros de onde a festa estava realmente acontecendo. Era um jovem que aparentava ter uns 20 anos. Havia sido eu quem primeiro viu sua silhueta na sombra. Estava sentado no banco, tirando a mochila das costas. Perguntei à minha prima:

- Quem é ele?

Ela demorou alguns segundos para responder, franzindo a testa:

- Hum... não sei... vamo lá descobrir! - Então ela me puxou pela mão com um riso bêbado e fomos em direção ao misterioso rapaz.

Apesar de bêbado, fiquei com um pouco de medo, mas o sentimento logo foi substituído por outro, quando nos aproximamos do jovem: leitores, acreditem em mim quando digo que ele foi o cara mais encantadoramente lindo que já conheci. Magro, mas o corpo bem definido. Seu rosto era lindo, sua expressão um misto de pura brincadeira e diversão. Seus cabelos eram pretos e lisos. Ele vestia uma calça branca e uma camisa de abotoar branca e carregava uma mochila preta surrada. Usava um tênis surrado preto não muito esportivo. Ele fez uma expressão de timidez quando nos aproximamos.

- Oi! - Minha prima disse.

- Olá - Ele tinha um sotaque diferente, até hoje não consigo identificar de onde era. - Desculpa qualquer coisa... ir entrando assim. Ouvi a música de longe e o portão tava aberto, aí vim ver o que era. - Então ele sorriu... o sorriso mais lindo e inesquecível da minha vida.

Ficamos num silêncio desconfortável por um longo minuto.

- Você mora aqui por perto? - minha prima finalmente perguntou.

- Não, eu tô viajando pelo país inteiro. Acabei de chegar aqui e ainda não sei onde ficar.

- Gosta de vinho? - Minha prima bêbada perguntou com o início de um sorriso.

Homens, pés, chuléOnde histórias criam vida. Descubra agora