Daisy.

𖠿 T̶e̶r̶c̶e̶i̶r̶o̶

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"Cuidado com o destino, ele brinca com as pessoas"
- Charlie Brown Jr.

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Por mais tentativas que fizesse não consegui desviar o olhar, Blake estava de pé ao lado do Michael mesmo em frente aos meus olhos.

Os seus olhos esverdeados levemente rasgados prenderam-me de imediato, o seu rosto é bastante definido e com características asiáticas tem uns lábios rosados razoavelmente carnudos e o seu pescoço era ocupado por várias veias que se destacavam à primeira vista, vestia uma camisa branca que mostrava os seus abdominais definidos e um blazer preto dando-lhe o resto do charme.

Não sei o que aconteceu mas ouvir a sua voz proferir o meu nome criou-me algumas borboletas na barriga.

Ele aproximou-se e apertou a minha mão de uma forma firme mas ao mesmo tempo delicada, as suas mãos são o dobro das minhas e são cobertas por veias e com um pequeno J tatuado junto ao polegar.

- Blake.

Murmurei concentrando-me na minha voz, tinha a certeza de que iria falhar, durante o nosso primeiro contacto nenhum de nós desviou o olhar até acho que nem chegámos a piscar.

Pude sentir um calor a percorrer todas as minhas veias e um clima de tensão a instalar-se.

Afastámos as mãos quando Michael interrompeu aquele momento chamando-o até à mesa onde estavam espalhados imensos papéis, quando o nosso contacto foi quebrado senti a minha garganta seca o que me fez ausentar da sala e ir rapidamente para a cozinha.

Cheguei até a rezar para que ninguém tivesse percebido o clima que se criou com aquele aperto de mão, que coisa mais ridícula.
Vai na volta e ninguém percebeu, nem mesmo ele e é tudo fruto da minha mente instável.

Assim que bebi a água gelada que tirei do frigorífico ouvi os passos apressados de Madison na minha direção.

- Daisy! - Ela sussurrou e aproximou-se - O que é que aconteceu ali? Quem é aquele borracho que está na minha sala?
- Não aconteceu nada.

Tentei ser o mais imparcial possível e ignorar os meus pensamentos perversos mas na realidade nunca tinha sentido um tremor tão forte nas minhas pernas só de olharem para mim.

- O meu tio precisa de acertar as últimas coisas contigo. Eu já não estou aqui a fazer nada.

Diego entrou na cozinha andando pesadamente, os seus passos faziam tanto barulho que parecia um elefante a caminhar sob um chão de madeira, o seu rosto estava rígido e ignorou-nos constantemente com o seu olhar, quando terminou a frase saiu sem se despedir.

- Acho que não fui a única a perceber.

Eu revirei os meus olhos e regressei até à sala onde Michael e Blake esperavam por mim.
O dia ainda mal começou e já está tudo a correr de uma forma estranha, até o meu corpo se sente esquisito.

- Voltaste - Michael aponta para o lugar vago ao seu lado - Precisamos de falar sobre o plano que criámos.
- Criámos?
- Sim, eu e o Blake.