Sancta

43°

Stelany 

No que pensei que estar fazendo quando cogitei em fazer uma surpresa para o meu namorado que está trabalhando nesse momento. Vi numa pesquisa pela internet que namoradas fazem esses tipos de surpresa para os seus namorados.

É sexta-feira. Lionel tem ficado muito ocupado durante essa semana porque o trabalho está o deixando ocupado. Mas não só isso acho que está acontecendo, pois ouvi um pouco da conversa que meu pai e Noah estavam tendo, antes de darem por vista que estava aí. Parece que há um problema na organização deles e que é um problema mito grande e que está deixando todos estressados e muito ocupados.

Não sei o que está acontecendo porque ninguém me contou absolutamente nada. Não quero questionar sobre nada, parecer uma curiosa. Se for preciso, vou esperar até tudo se resolver, talvez Noah ou Lionel vai contar alguma coisa.

É um pouco confuso ainda para mim. Me tornei numa pessoa curiosa e tenho sempre investigando sobre essa coisa de namoro e quando não acho a resposta que queria, tenho a Anne que me ajuda sempre quando questiono sobre algumas coisas, como por exemplo, sobre ter colocado as mãos por cima do seu órgão genital.

Anne se engasgou quando contei sobre o que fiz, depois de passar horas procurando alguma resposta pela internet, a encontrei tomando um copo de água na cozinha antes de ir dormir.

— O quê? — indagou, minutos depois de recuperar o fôlego.

— Como eu disse, mãe... O pénis do Lionel ficou extremamente visível sobre a calça enquanto a gente se beijava e sem perceber, fiquei curiosa de saber como era... — Conto pela segunda vez, fazendo uma careta extremamente envergonhada.

Anne olhou para mim atônita, de boquiaberta e se sentou na cadeira perto do balcão da cozinha. Suspirou e me olhou sem saber o que falar. É estranho a cara que ela está fazendo. Me sento ao seu lado pois estou precisado de respostas. Coça a cabeça depois de passado a mão no rosto.

— Filha, sabe como fica um pénis ereto, não é? ... Bom, quer dizer, você já viu um pénis como ele é, a forma que...

Olho para a minha mãe tentando entender o que quer dizer, pois vejo como está vermelha e hesitando em suas falas e finalmente entendo. O estupro que sofri, as inúmeras vezes que fui violada e que será difícil ela me explicar sobre sexo. Eu sei o que é, e como fui forçada a ter esse tipo de acto acontecer comigo tantas vezes.

A minha inquietação não se refere no acto em si, mas na sensação que senti sobre uma possível ideia de isto vi acontecer. Vou ao lado dela e me sento, pois Anne não consegue dizer as palavras, pois neste momento, ela não está sendo uma psicóloga para mim, mas uma mãe que não consegue explicar para a filha que já foi estuprada, como ter sexo é ter sexo com a alguém pela primeira vez sem ser coagida ou forçada a fazer.

— Mãe, não me refiro no sexo, sei o que é porque aprendi da pior forma, mas não sei como explicar o que tenho sentido quando estou namorando com o Lionel.... Nos beijamos e sinto algumas coisas estranhas e quando vi o pênis dele ereto, toquei sem nem pensar no que estava fazendo, queria saber como era e a sensação foi estranha, mas boa. — disse eu, tentando explicar para a minha mãe.

Um alivio toma o rosto de Anne. Suspirou e depois sorriu aliviada fazendo carinho no meu rosto. Dou um sorriso leve para a minha mãe. Anne é uma mulher muito carinhosa. Sorte que tenho ela como uma segunda mãe.

— Ah, querida... Isso se chama amor. — disse ela.

— Amor?

— E desejo.