As pessoas, em geral, não gostam de mim.
Por quê?
Sinceramente, eu também não sei.Algumas me julgam sem nem ao menos me conhecer.
Mas, para ser honesta, já não ligo tanto para isso.
Me acostumei a ser o alvo do olhar torto, do sussurro abafado.Meu pai me ignora.
Minha mãe... ela me odeia. Sempre odiei o fato de nunca saber o motivo.
Minha irmã, Carla, me chama de demônio.Talvez eu seja mesmo.
A verdade é que não gosto da minha família.
Não é por mágoa.... é por ausência.
Falta de carinho, falta de afeto... falta de tudo.
Tenho poucos amigos. Raros. Verdadeiros.Gosto de comer, assistir séries, jogar, ouvir música.
Mas, além disso, quase nada me interessa.
A vida me parece um eterno vazio com pequenas distrações.Sou fã de animes.
Eles me fazem escapar, nem que por alguns minutos, da realidade que me sufoca.Há pouco tempo, descobri que tenho câncer.
Minha família?
Não ligou. Nem fingiram se importar.
Disseram, com frieza, que talvez fosse melhor se eu morresse.Os médicos pareceram chocados com aquilo.
Mas eu?
Só dei de ombros.Estou acostumada com o descaso.
Não sei quanto tempo ainda tenho.
E, para ser sincera, nem sei se quero ter muito mais.Quase não há ninguém que me apoie.
E isso... dói.
Não pela solidão em si, mas pela ausência daqueles que deveriam ter ficado.
Das pessoas que deveriam ter me amado.Talvez nunca tenham amado.
Às vezes, tento entender o que me deixa tão triste.
Mas não há resposta.
Só sinto.
Como uma dor invisível que aperta o peito e não vai embora.Minha família nunca foi alegre.
Nunca foi unida.
Pelo menos, não comigo.Então eu me pergunto...
Vale a pena continuar?
Por que insistir em viver uma vida que dói tanto?E, no fundo,
a resposta continua sendo:
Eu não sei.Não tenho esperança.
Não mais.Mas algo curioso acontece quando você está à beira de desistir:
a vida, de algum modo estranho, encontra formas silenciosas de te lembrar que ainda existe algo, mesmo que pequeno, que te prende aqui.No meu caso, foi uma carta.
Sim, uma carta.
De alguém que eu nem imaginava que se lembrava de mim.Era da enfermeira do hospital.
A que sempre me atendia com um sorriso calmo, mesmo quando eu só respondia com silêncio."Você tem uma força que talvez nem perceba.
Vejo isso nos seus olhos toda vez que entra por aquela porta.
Só queria que soubesse que você importa. E que eu admiro sua coragem."Foi aí que eu chorei.
Não de dor, mas de surpresa.
Alguém viu algo em mim.
Alguém notou.
E, pela primeira vez em muito tempo, eu me perguntei:Será que ainda existe algo em mim que vale a pena?
A resposta ainda não veio.
Mas o simples fato de ter feito a pergunta já mudou alguma coisa.
Sutil, mas real.Eu continuo acordando sem muita vontade.
A dor ainda está aqui.
A solidão, também.
Mas... agora tem uma carta na minha gaveta.
E por mais simples que pareça, ela se tornou meu lembrete de que talvez... só talvez... eu não esteja tão sozinha quanto pensei.Talvez a vida, mesmo machucando tanto, ainda esteja tentando me oferecer um novo motivo.
Devagar.
No tempo dela.E, por enquanto...
isso é o suficiente para eu continuar tentando.

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Entrei em Naruto??
FanfictionSarah era uma menina normal de certo modo, sua família não gostava dela,não tinha muitos amigos. Ela adora animes e guando pensou que iria morrer na verdade foi teletransportada para o anime Naruto. Divertido não é mesmo? Entrei em Naruto, uma fanfi...