Purple

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— Ah não, Luna. Você vai comigo sim — Protesta Remi pela décima vez hoje.

Reviro os olhos.

— Não, prefiro ficar aqui com Jake Peralta — Bufo puxando a coberta com mais força sobre a cabeça e apertando no play da série Brooklyn nine-nine.

A coberta é puxada com força.

— Fala sério, sua pateta. Hoje é sexta, dia de encher a cara e ter uma tremenda ressaca no sábado, isso que jovens de dezessete anos fazem — Rebate ela, se sentando na cama e empurrando o laptop para o lado.

— Em minha defesa, tenho dezoito e não dezessete e fico muito bem sem ter uma banda de rock batendo em minha cabeça em pleno sábado de manhã.

As narinas de Remi inflam e ela pega o travesseiro mais próximo e joga em mim, errando por pouco.

— Levanta a bunda dessa cama e bote um vestido decente e um reboco nessa cara, vamos procurar umas bocas para beijar.

E eu fui, mesmo sabendo que poderia haver uma chance de 0,0001% de te encontrar lá, coloquei em minha cabeça que você não estaria lá, porque odiava multidões e sempre evitava se misturar com as demais pessoas.

E eu errei, como sempre.

Eu sempre fui boa em adivinhar as coisas, quase sempre eu estava certa, porém você sempre contrariava minhas previsões.

Você era o ponto cego na minha bola de cristal.

Quando cheguei na festa de Bianca Wilson, você foi a primeira coisa que vi. Estava junto com Cameron, Bianca e uns caras do time de lacrosse e algumas líderes. Lola Mitchell estava escorada em seu ombro, com o rosto perto do seu enquanto seus olhos perscrutavam Cameron que falava distraidamente.

Virei o rosto.

Algo se embrulhou em meu estômago.

Não entendi de início o que foi, me perguntei se estava com indigestão porquê eu não queria admitir o que era realmente.

Remi dançava alegremente na pista enquanto me sentei em uma mesa próxima ao salão, meu terceiro copo de vodka esquentava na mesa enquanto meus olhos se mantinham fixos na multidão de corpos suados e agitados se movimentando com a batida alucinógena da melodia pop maçante.

Eu evitava te procurar.

Eu aprendi a muito tempo que olhares são perigosos.

Principalmente aqueles que estão a beira de se apaixonarem.

O que eu fui perceber mais tarde, era o nosso caso.

— Procurando alguém? — Sua voz grossa sussurra em meu ouvido, fazendo meu corpo estremecer.

Viro meu corpo em sua direção.

Você estava atrás de mim, perigosamente perto.

— Você me assustou — Grito sobre a música.

Você sorri, exibindo a fileira de dentes brancos e alinhados.

— Tem um tempo que estava te observando e percebi que você não tirava os olhos da pista, pensei que estivesse procurando alguém — Disse tranquilamente.

Arregalo os olhos.

— Estava me observando?

Sua sobrancelha se arqueia e um pequeno sorriso se insinua em seus lábios.

— Algum problema com isso?

Semicerro os olhos.

— Não.

Volto a encarar o salão, meu coração batendo loucamente no peito.

A música pop é substituída por uma melodia lenta e calma, alguns pares saem do salão e são substituídos por outros que começam a balançar os corpos colados em sincronia com a canção.

Uma mão é estendida na minha frente e um par de olhos castanhos perscrutam meu rosto.

— Me concede a incrível honra de ser minha parceira está noite? — Disse e eu pisco.

Sem pensar, eu aceito.

Você me conduz até a pista, suas mãos em minha cintura, seus olhos nos meus, sua mão segurando a minha e meu coração conectado ao seu no ritmo da melodia.

As luzes estroboscópicas vermelha e azul brilhavam sobre nossas peles se transformando em um roxo, juro, eu via um fio roxo e depois apenas você.

Eu nunca posso explicar
Mas uma sinfonia tocou quando você me disse seu nome.

Eu nunca posso explicarMas uma sinfonia tocou quando você me disse seu nome

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