Enrolei a toalha em meu corpo o mais rápido que pude e sai às pressas do chuveiro. Minhas pernas tremiam e meu coração estava tão acelerado que parecia que ia sair do meu corpo, mas eu sabia o que tinha que fazer, sabia que tinha que manter a calma e congelar meu sangue para agir da maneira certa. A maneira que Zayn me instrui várias e várias vezes. Coloquei uma roupa em fração de segundos e abri a segunda gaveta do lado dele do closet, tirei o fundo falso que havia ali e segurei a pistola dourada em minhas mãos ainda um pouco trêmula.
Tive que respirar fundo algumas vezes antes de sair do quarto, o silêncio no andar de baixo me deixava ainda mais apavorada, quem havia levado um tiro? Quem havia disparado? Abri a porta e me agachei até o topo da escada, engatinhei como bebê até que tive visão completa da sala.
Não haviam mais convidados, apenas Zayn e seus capangas e George e a turma dele. Eu sempre soube que George iria trazer problemas, ele trabalhava com produtos ilícitos das cidades vizinhas à Londres mas estava claro que ele queria ampliar seus negócios, e bem, Zayn era o único empecilho.
George estava com uma arma apontada para a cabeça de Zayn o que me fez sentir fraca e ao mesmo tempo determinada, ele não ia tirar a vida do meu namorado, eu não deixaria. O alívio também percorreu meu corpo quando vi que o tiro anterior havia sido na parede e ninguém tinha se machucado. Os homens que trabalhavam com Zayn estavam impotentes e submetidos à os de George. Reuni todas as forças que pude e concentrei-as nas minhas mãos, esperei alguns segundos até que elas estivessem completamente calmas e mirei na perna esquerda do grandalhão.
Zayn me olhou de soslaio e logo depois para Ronald, que também me olhou disfarçadamente e assentiu com a cabeça para que eu atirasse, àquela altura, os diálogos na sala eram desprezíveis eu não via e nem ouvia nada, apenas estava concentrada em tirar Zayn daquela situação. Respirei fundo e destravei a arma, puxando o gatilho logo em seguida. A força da bala saindo do objeto se fez conta meu corpo e contive meus braços para não machuca-los.
O barulho alto distraiu os capangas de George que foram pegos de surpresa, enquanto o mesmo foi ao chão com a perna sangrando. Ronald e os rapazes entraram numa luta braçal com a gangue adversária e observei Zayn desviando e dando alguns socos. Me concentrei mais uma vez e mirei na perna do homem alto e branco que lutava com Zayn, ele foi ao chão quando disparei meu segundo tiro.
Não demorou até que todos os homens de George estivessem ajoelhados e amarrados na sala de estar, o tapete felpudo branco estava avermelhado devido ao sangue espalhado, me pus de pé quando finalmente percebi que tudo havia acabado e desci as escadas com as pernas ainda um pouco trêmulas. Gargalhei quando cheguei ao último degrau, a adrenalina tomava conta do meu corpo e naquele momento, bom, eu podia até cuspir fogo.
– Não sei o que seria de mim sem você! – Zayn enlaçou os braços na minha cintura e me puxou para junto de seu corpo. – salvou, literalmente todo mundo aqui.
Ele depositou um selinho em minha boca e sorriu.
– Que mira Mia, fiquei surpreso. – Ronald elogiou e logo virou a atenção para um dos rapazes que trabalhava com ele.
– Obrigada. – agradeci. – aprendi com o melhor. – Fitei Zayn e retribui o selinho.
– Tyler, preciso que leve todos eles lá pro fundo e…
Zayn interrompeu a frase ao ouvir o barulho que era pior que o de tiro, a sirene de uma viatura, mas nesse caso, não era apenas uma – mas várias. Ele arregalou os olhos assim como todos na sala, apertou minha cintura e fitou Ronald.
– Vocês sabem o que fazer, VÃO! – Gritou e cada um na sala tomou uma direção diferente, travei a pistola que estava em minhas mãos e coloquei-a na parte traseira por dentro do meu shorts. Zayn puxou meu pulso com força até a parte de trás da casa, olhei para trás por alguns segundos e pude ver vários policias invadindo a sala de estar, George e seus capangas ainda estavam lá, o que de certa forma foi um favor que fizemos à policia.