Me falem sobre...

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 Depois de tanto tempo com o caso arquivado, a família Belial resolveu contratar um detetive particular.
O detetive analisou tudo que os policiais conseguiram e foi conversar com a família.

  -E o que vocês lembram daquele dia? Antes da luz!
Indago olhando para um bloco de notas no celular.

 -Tudo que lembramos já foi o que falamos para os policias, nossos filhos estavam mexendo com alguma máquina que eles criaram, não sabemos ao certo o que ela fazia, só sabemos que enquanto trabalhavam nisso a luz se espalhou.
O senhor responde enquanto tenta acalmar sua esposa.

 -Ela continua assim? Sempre perde a calma quando fala dos filhos?
Ele pergunta apontando uma caneta touch screen para a senhora.

Seu marido apenas confirma com a cabeça, a conversa durou mais alguns minutos, mas nada novo. Então resolvemos ir para a área que ambos usavam pra pesquisas e analisar a máquina que originou tudo.

 -Isso parece não ter função, é algo bem estranho.
Falo enquanto olho a máquina de cima a baixo.

 -Pelo que foi dito, essa máquina iria ajudar a termos mais comida, não entendi ao certo como...
A senhora fala segurando o choro e com a mão no rosto.

 Fico pensativo tanto pela máquina quanto a diferença de reações de ambos, mas logo foco apenas na máquina, já que as reações não são relevantes.

 Detetive ficou analisando a máquina por alguns minutos, a máquina sendo dois círculos metálicos em cima de uma base plana com alguns botões e um teclado numérico.
O detetive sai da casa ainda pensativo, sem saber como aquela máquina poderia servir para ter mais comida e como ela pode ter sido a causadora do clarão.

  -Aqueles dois realmente parecem não saber nada além daquilo, agora o que me resta é ver até onde a luz se espalhou e ver se afetou mais alguma família além da deles.
Converso comigo mesmo enquanto encaro o transito.

 Analisando toda a área que foi marcada como "área da luz" e em sua maioria parece tudo normal, menos por uma casa. Chegando nessa casa vejo duas crianças brincando no quintal.

 -Olá, poderiam chamar os pais de vocês? 
Falo enquanto me aproximo do protão.

As crianças entram correndo e logo um homem sai da casa e se aproxima do portão.

 -O que deseja?
O homem me pergunta calmamente enquanto se apoia no portão.

 -Gostaria de falar com vocês, soube que a luz afetou algo aqui.
Fico o encarando com um sorriso enquanto falo.

Após mostrar que sou detetive, ele me permite entrar e analiso a árvore que foi modificada.

 -As frutas são possíveis de comer? Provaram elas?
Pergunto enquanto cutuco uma fruta com cuidado.

 -Sim, essa fruta é como se fosse um morango gigante, é bem gostoso, as crianças adoram! Parece não causar problemas a saúde!
Ele me responde enquanto pega uma das frutas e a morde.

Fico por cerca de 15 minutos lá e volto para o carro com duas frutas daquela árvore. Levo ambas para um laboratório de um amigo para que o mesmo analise as frutas.

 Com as frutas já no laboratório só resta esperar as respostas que se pode obter com elas.
O detetive sem muita escolha deixa as buscas paradas até que o resultado fique pronto.
Já na casa da família Belial o casal fica um pouco esperançoso de encontrar seus filhos agora pagando um detetive.

 POV Marco Belial (Pai)

 Arrumo a mesa para o almoço enquanto minha esposa cozinha, olho para o relógio na parede e vou até o armário dos remédios e pego Captopril e Isossorbida. Pego água do filtro e deixo meus remédios juntos da água, percebo que a comida já está pronta e vou até a mesa.

 -Vou deixar já separado, pra após comer eu tomar meus remédios!
Falo enquanto pego meu prato.

 -Você parece fazer um ritual, Marco, sempre prepara os remédios antes da hora!
Ela me olha enquanto lava as mãos.

Apenas rio e coloco minha comida, antes de me sentar minha esposa fecha minha cadeira e aponta para a pia, suspiro e vou até a pia lavar as mãos.

 -Agora posso comer?
Me aproximo da mesa a indagando.

 -Pode sim, amor, pode sim!
Ela responde com um sorriso calmo no rosto.

 Após o almoço ambos vão para o sofá assistir, ficando ali por alguns minutos e a senhora dorme com a cabeça deitada no ombro de seu marido.
O mesmo a ajeita e mexe em seu cabelo enquanto continua assistindo.

 -Como sempre dorme assistindo, algum dia vai ver um filme inteiro comigo?
Falo comigo mesmo enquanto continuo mexendo em seu cabelo.

Continuo assistindo o filme, quando ele acaba desligo a tv e me lembro no susto.

 -Eu ainda não tomei meu remédio...
Tiro minha esposa com cuidado de mim e me levanto.

 -Tenho que ir logo, to atrasado.
Falo enquanto caminho até onde deixei os remédios.

Tomo meus remédios, volto para o sofá e a deito em meu colo voltando a mexer em seu cabelo enquanto assisto.

 -Pelo menos não acordou, minha velha...
Digo rindo baixo.

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