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Vida número 14:

Como não lembrar da minha vida mais curta?

Era uma tarde de primavera, quando eu enfim, brotei, uma linda Kalmia Latifolia, ou, conhecida como: Louro-da-montanha.

Sei que senti uma água irrigar o caule ao qual eu me prendia, eu conseguia sentir o calor do sol que me alimentava, e aquela água que era o suficiente para 1 semana.

De alguma forma, eu sabia que era ela  que toda dia me irrigava, apesar de não ser necessário, eu podia sentir, seu olhar de perto me observando, sentir o calor da mão que ela esticava para encostar em mim, mas nunca tocando.

Ser uma flor que ela admirava, mas que ela nunca poderia tocar, nunca foi tão angustiante para mim, ser uma flor que poderia machucá-la, nunca foi tão doloroso assim.

E eu durei somente um curto período durante aquela primavera, e nos meus últimos dias, eu não senti aquela água que me alimentava, o sol não estava mais tão brilhante, e minhas pétalas, pareciam mais murchas que nunca.

Mas, mesmo sem olhar, eu sabia que naquela vida, ela estava mais bonita que nunca.

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