Porque O Seu Cheiro Ainda Está Em Mim - Taekook

0.8. Alfa [Αα]

Jeongguk entrou na casa dos pais disposto a conversar e acertar os pontos com eles, para em seguida chamá-los à uma viagem não importando qual fosse o destino. Há meses não os via por causa do trabalho e também porque não tinha coragem, estava envergonhado por seus atos desde antes de conhecer o ômega na boate. Jeon não recebia cobranças quanto à um parceiro, mas sabia que seus pais estavam envelhecendo e queriam netos. Isso o atormentava, nunca arrumava uma pessoa com quem se apegasse ao ponto de laçarem. E ainda por cima, por falta de responsabilidades com uma família, Jeongguk agia de forma impensada e dava tudo de si para o trabalho. Não ligava o momento, onde ou o que deveria fazer, ele sempre estava disposto a arriscar-se para salvar outras pessoas e por mais que parecesse maluco demais, ele amava o que fazia e nada mudaria aquilo. Sua mente estava confusa e agitada. Queria muito orgulhar os pais com um bom instinto alfa, mas era tão difícil praticar tudo aquilo e ser capaz de administrar assim como seu pai fizera, assim como Jimin faz e também como Jin e Hoseok, que são pais adotivos de uma garotinha alfa.

Do portão Jeongguk conseguia sentir um aroma que fez seu coração disparar. O alfa se encontrava em um nível tão avançado de loucura que estava até mesmo sentindo cheiros que não deveria sentir... Afinal de contas, já tinha esquecido aquele rapaz, sim? Então apenas ergueu o rosto e abriu as portas com suas chaves reservas. Estava ansioso e a presença boa tomava conta de todos os seu poros. Não podia ser verdade...

Os móveis bonitos e caros estavam bem arrumados e tudo estava muito limpo. Sorriu um pouco lembrando de sua infância, era tão bom quando morava ali. Conquistou tantas coisas com a educação que viera de seus pais e, as melhores lembranças de sua vida, estavam guardadas lá. Amava demais aquela casa, assim como cada detalhe nela presente. Queria muito que um dia, quando tivesse um, seu filhote pudesse ter a mesma sensação quando pisasse os pés no próprio lar. Queria dar a educação que recebeu e fazê-lo feliz assim como ele foi ao lado de seus progenitores.

— Omma, appa, estou em casa! — O alfa chamou pelos pais assim que atravessou a sala de visitas, em seguida chegou à sala de televisão que tinha um conceito aberto e de lá podia se ver a cozinha, dando de cara com duas pessoas inusitadas. Do Hanse não deveria estar lá, já que ele só deveria trabalhar até às três e já se passava das cinco, a única explicação podia ser que seus pais tivessem mudado os horários dos funcionários. E... Aquele ômega...

Sua mente ficou turva em segundos e inúmeras vezes sentiu-se tonto dentro do minuto em que ficou encarando a imagem bonita à sua frente. Ele parecia fragilizado, as bochechas coradas pelo frio e os olhos avelã mostravam um cansaço nítido, com olheiras bem expostas. Seu alfa interior parecia rasgar sua pele para apossar seus atos, estava louco apenas por ver e sentir o cheiro daquele ômega tão lindo e delicado. Agora que ele usava apenas um moletom largo e amarelo, sentado por trás do balcão da cozinha de seus pais, Jeongguk só conseguia o ver de uma forma ainda mais delicada.

Não contou quanto tempo ficou parado olhando para ele e ele o encarando de volta, não tinha o que falar, apenas conseguia sentir a euforia dentro de seu ser. Parecia impossível verbalizar o que acontecia com seu corpo, mas aqueles olhos bonitos diziam tanto.

— Ômega... — Realmente não fazia ideia de como tinha conseguido falar, mas sua voz soou duvidosa temendo que aquela fosse apenas uma miragem de algo que desejava muito. No fim sentia como se estivesse em um deserto, quente e sem fim.

— Alfa?! — O rapaz pareceu ainda mais surpreso que si. Ele levantou em um solavanco, nitidamente assustado. — O que você faz aqui? Digo... Como me achou? — Disse tremuloso.

— Como assim "o que ele está fazendo aqui"? — Hanse se intrometeu chamando a atenção dos outros dois. — Você está louco de falar algo assim para Jeongguk? Você perdeu a noção seu ômegazinho?