0.1. Ômega [Ωω]

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O barulho estridente na Fusion poderia ser considerado insuportável, mas só haviam pessoas bêbadas e loucas naquela balada, no fim ninguém ali se importava com o som de conversas e da música juntos. A noite estava agitada, com vários ômegas, alfas e betas preenchendo cada centímetro do lugar. Os cheiros de todos pareciam inebriantes quando misturados à bebidas e ao suor natural dos corpos.

Taehyung estava bêbado, mas ainda tinha consciência de seus atos quando pediu mais uma dose de tequila ao barman. Não era fã de álcool, muito menos de lugares fechados e lotados, mas sua mente estava agitada, o dia não foi bom. O último ano na escola tinha acabado, não via mais seus amigos costumeiros todos os dias e não podia se afogar nos estudos para esquecer do passado.

Porém nada parecia adiantar, mesmo estando alto de tantos drinques, sua mente ainda rondava à noite do dia treze de junho de dois mil e nove. A data exata em que seus pais foram brutalmente assassinados e esquecidos pelo mundo, somente ele e o irmão lembravam de que ficaram vivos somente por terem ido comprar balinhas com o troco do jogo de aposta que seus pais tinham feito.

                    Dez anos atrás

A família Kim caminhava feliz pelas ruas frias de Seoul. Mesmo que fosse verão, a noite estava com uma previsão chuvosa para o seu desfecho.

O pequeno Taehyung estava feliz porque seu irmão Namjoon havia dito que seus pais ganhariam bastante dinheiro com a aposta na corrida de cavalos de arena no dia seguinte.

Kim Jonghyun, o beta com aroma de pinheiro, era o Kim mais velho. Pai de dois meninos lindos, Namjoon sendo o mais velho e Taehyung o caçula, e esposo de Kim Hayan, a ômega mais linda aos seus olhos, com aroma de cerejas.

O homem de quarenta e três anos estava desempregado após passar por uma crise em seu antigo trabalho. Faziam dois meses que a família passava por dificuldades, mas a alegria e o amor contido superava todas as provações.

Os quatro saíram alegres da lojinha de conveniência, com um Taetae falante e elétrico pulando e cantando aos quatro ventos que no dia seguinte teria um pônei somente seu depois de seu pai ganhar a aposta dos bilhetes.

— Nam-hyung, o que acha de termos dois pôneis? — Taehyung disse alegre enfatizando com seus dedos indicador e médio a quantidade de pôneis que gostaria de ter junto ao irmão.

Antes mesmo que Namjoon pudesse responder, dois homens em uma moto se aproximaram de seus pais e apontaram uma arma. O primogênito dos Kim's, já tendo um pouco de noção do que estava acontecendo puxou seu irmão para mais perto.

— ISSO É UM ASSALTO! — Um dos caras gritou assustando os garotos e seus pais. Hayan se exaltou com seus instintos de ômega mãe pedindo para cuidar de seus filhotes.

— Não temos dinheiro! — A mulher falou alto sentindo todo o seu corpo tremer.

Taetae-saeng... — Namjoon chamou baixinho pelo irmão caçula. — Vamos comprar balinhas com as moedas que o papai nos deu... — Pediu assustado.

Taehyung sem entender nada, queria perguntar o porquê daqueles caras estarem apontando aquele "V" aberto em direção aos seus pais e o motivo pelo qual estavam gritando. Namjoon não pensou mais de duas vezes antes de virar as costas e puxar seu irmãozinho junto, caminhando rapidamente de volta para a loja de conveniência.

Mais gritos foram ouvidos e chegar na porta da lojinha foi o tempo exato em que o irmão mais velho olhou para trás junto a Taehyung e os dois conseguiram presenciar a cena de seus pais caindo no chão atravessados por bala, mas aquela não era o mesmo tipo de bala que Taetae e o irmão comprariam na lojinha, aquele tipo de bala roubou dos dois a presença dos pais e a paz de suas vidas.

Porque O Seu Cheiro Ainda Está Em Mim - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora