2. You could say you had it all, no strings.

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O primeiro indício de que havia se enfiado de cabeça em um problema veio ao abrir a porta exatamente onze horas da noite e dar de cara com dois rapazes parados com expressões tão confusas que sequer as máscaras que usavam eram o suficiente para esconder. Ela havia ouvido um pedaço de uma breve discussão antes de abrir uma pequena fresta e observar dois pares de olhos a encarando entre a surpresa e a dúvida e considerou fechar novamente a porta na cara deles se isso significasse não responder àquela pergunta que ambos fizeram praticamente ao mesmo tempo.

“Pra quem era o recado?”

Como diabos explicaria que na verdade não havia colocado um nome simplesmente porque não lhe importava realmente no final das contas mas que nunca imaginou que eles veriam o recado no mesmo dia e que estariam ali, obedientes, a esperando no horário certo sem pensar duas vezes?

Coçou os olhos descrente de como estava sendo azarada quando na verdade só queria se satisfazer sem nenhuma complicação e deu passagem para os dois, ainda que eles parecessem relutantes em entrar juntos ali. Deu uma certa distância deles lembrando dos motivos pelos quais os três usavam máscaras e ergueu uma sobrancelha antes de - ainda ignorando a importante questão - perguntar como se estivesse no direito de exigir qualquer coisa.

“Qual foi a última vez que você saiu de casa?”

Ao que os dois responderam, obviamente ansiosos e se atropelando, numa mistura de “não saí” e “não lembro”. 

Era muita confiança acreditar naquilo quando ambos obviamente estavam quebrando a quarentena apenas para vê-la, mas já havia se enrolado demais naquela situação para tentar remediar - e além disso, ambos já haviam abaixado suas máscaras e exibido o resto daqueles rostos estonteantes.

Precisou pedir que sentassem - ainda estavam em alerta, tensos como ela, que agora achava uma ideia absurda ter atraído dois desconhecidos para dentro de casa sem chance de se defender caso ambos decidissem que não aceitariam um não como resposta - e respirou fundo antes de pensar numa maneira de resolver o mal entendido, embora não estivesse necessariamente sã vendo tão de perto e ao mesmo tempo os protagonistas dos seus sonhos molhados depois de tanta espera. 

A verdade é que estava intrigada igualmente pelos dois.

Esperou que algum deles dissesse qualquer coisa mas aparentemente era mesmo a mais corajosa do trio, toda a estranheza da cena claramente funcionando para deixá-los embasbacados. Quantas fantasias dignas de filmes eróticos não passavam naquelas cabecinhas enquanto os olhos curiosos prestavam atenção em tantos detalhes ao mesmo tempo apenas para evitar os da menina, que mordia os lábios por baixo da máscara no único ato de incerteza que era segredo apenas seu?

 Via o maior deles - precisava de nomes - jogar uma olhada ou duas aos pés que ela encolhia sobre o sofá e não tinha ideia se ele estava interessado no gesto de proteção das mãos bonitas abraçando as pernas contra o próprio corpo ou na qualidade das mesmas pernas que eram lisas e torneadas e terminavam em dois pézinhos adoráveis que estavam ainda mais bonitos para aquela ocasião com a pedicure em dia e uma delicada tornozeleira dourada. Jimin não era chegada em grandes preparações ou em sedução forçada mas esses pequenos detalhes sempre foram armadilhas para seus parceiros desavisados.

“Qual seu nome?” Se direcionou de propósito primeiro ao que parecia mais velho, apenas para aproveitar o ciúme óbvio no rosto do novinho. Seus olhos grandes eram muito expressivos e a forma como cutucava a bochecha com a língua claramente desconfortável revelava que Jimin havia acertado em cheio ao ignorá-lo um pouquinho. Sentiu o estômago esquentar com a ideia de puxar as cordinhas que fariam ambos seus marionetes e vê-los dançar conforme a sua música simplesmente por que o desejo que havia os trazido ali também seria responsável por transformá-los em criaturas irracionais e ingênuas.

Sweet FlingOnde histórias criam vida. Descubra agora