Capítulo 12

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Anastasia

Estávamos sentados frente a frente na mesinha da cafeteria, enquanto eu adoçava meu café ele inspirou profundamente, e enntão seus olhos encontraram os meus, meu coração ficou partido eo constatar a dor e o sofrimento que havia em seus olhos, meu coração doeu por ele.
— Eu vim de um bom berço, meus pais eram donos de uma grande empresa de contabilidade em Seattle, minha mãe era maravilhosa, meu pai também era, sempre desempenhou bem seu papel – sua voz fica embargada pelo choro. Então em uma fatídica viagem eles sofreram um acidente que os levou de mim – uma lágrima solitária escorre pelo rosto dele, e meu desejo é enxuga-la, entretanto me contenho, não temos tal intimidade.
— Meus sentimentos Christian – sou o mais sincera possível, não imagino minha vida sem meus pais, empatia me toma pela dor e tristeza dele.
— Obrigada, eu sei que é uma dor que nunca vai passar – mais uma lágrima escorre por seu rosto. — Talvez um dia amenize um pouco – ele morde o lábio inferior para conter suas emoções.
— Como eu estava namorando na época fiquei ainda mais próximo dela então  pouco tempo depois nós dois nos casamos – percebo sua feição passar de saudoso para amargurado — Então aí a vida me deu outro golpe – ele abaixa o olhar para a mesa — Ela e o amante arrancaram tudo o que meus pais me deixaram, a empresa, minha casa e também minha dignidade – ele bufa inconformado.
— Menos o seu caráter e seus princípios – rebato o encarando, seus olhos pousam nos meus, e por segundos vislumbro a faísca de uma esperança em seu olhar.
— Sabe não pelo dinheiro, ou os bens em si, é que a traição doi demais, a traição por si só é muito baixa e seguida de um golpe é pior ainda – ele revela sua revolta.
— Eu não sei nem o que dizer – estou perplexa — E como você veio parar aqui – franzo o cenho confusa.
— Ela aproveitou que eu viria para uma reunião e então colocou seu elaborado plano em ação junto com um advogado da empresa cujo o qual eu achei ser meu amigo e xeque-mate – acena negativamente com a cabeça — E pra finalizar quando não consegui nem ao menos fazer check in no hotel, assim que sai a rua para me dirigir a delegacia mais próxima fui assaltado e levaram tudo o que me restou, meu celular, meia documentos e minhas roupas, simplesmente não pude fazer absolutamente nada, tentei ir a delegacia e quando eu cheguei lá eles não deram a devida atenção ao meu problema... É isso – finaliza dando de ombros.
— Nossa Christian, eu não tenho nem palavras, só sei de uma coisa eu vou te ajudar da melhor forma possível conta comigo – estendendo minha mão sobre a mesinha deposito minha mão sobre a sua e quando minha mão toca a dele sinto uma sensação boa percorrer minha pele.
— Eu não tenho palavras para te agradecer – leva a mão livre aos olhos, sua voz embarga novamente. Ele está emocionado, meus olhos ficam marejados. Como pode uma pessoa ser tão cruel e egoísta dessa forma. Um sentimento ruim de repente toma conta de mim, raiva, indignação ou ira, não sei ao certo sei apenas que uma única coisa é certa a lei da semeadura e muito real, tudo o que você plantar isso também vai colher, quer seja bom, quer seja mal. Ele gentilmente retira sua mão.
— Me desculpa – ele leva as mãos ao rosto e seca olhos.
— Não há porque se desculpar – meu cérebro funciona na velocidade da luz, meu senso de justiça própria está afiado — E você não pensa em se vingar dessas pessoas? – indago destilando minha ira em cada palavra.
— Olha eu já estive pensando sobre isso por muito e muito tempo, toda via cheguei a conclusão de que se eu tivesse uma única chance, eu não iria desperdiçar com eles. Não vale a pena – suas palavras me desarmam. E eu começo a admira-lo um pouco mais.
— Me desculpa, no fundo você tem razão, não vale a pena a vida vai tratar de se encarregar deles – concordo com sua reflexão.

...

— Deixa que eu carrego as compras, por favor! – pede quando abro o porta malas do carro no fundo do restaurante.
— Eu vou levar apenas essa caixa – pego a mais leve — Ai você pode levar as outras pra mim – concordo dando a ele meu aval para receber sua ajuda.
— Só me conduza e me diga aonde eu as coloco – murmura pegando uma das caixas mais pesada.
— Certo – aceno eu vou na frente. E ele me acompanha.
— A propósito seu estabelecimento é muito bonito, elegante e aconchegante – elogia, após entrarmos, ontem a noite ele não o observou como agora.
— Oh obrigado – sorrio amplamente eu amo esse lugar — Pode colocar a caixa aqui, por favor! – peço sinalizando para o lugar aonde fica a dispensa.
— Olá, Ana – a voz de Hanna inunda a cozinha. Então ela fica surpresa quando percebe a presença de Christian na cozinha, seus olhos quase saltam da órbita — Ah me desculpe não sabia que você estava acompanhada – Hanna pede acanhada.
— Relaxa Hanna venha, quero te apresentar um amigo – convido-a para maís perto.
— Tudo bem – ela se aproxima mais.
— Olá Hanna eu sou Christian – ele se apresenta esticando a mão para um aperto completamente simpático.
— Olá Christian, eu sou Hanna seja bem vindo – ela sorri timidamente e Christian observa seu barrigão.
— Uau – ele murmura ao observar o barrigão enorme de Hanna — Parabéns, já sabe o que é? – sinaliza com o indicador para seu abdômen gravídico.

— Oh obrigado...  Eu ainda não sei – ela acaricia a barriga cheia de ternura, ela com certeza será uma excelente mãe  — Nós optamos por descobrir somente na hora do parto – explica orgulhosa por dia decisão.

— Que legal, interessante – Christian franze o cenho pensativo.

— Hanna você pode cuidar da confeitaria pra mim hoje – peço traçando alguns planos para o dia de hoje em minha mente, enquanto Christian arruma na caixa no chão.
— Claro – concorda — Fica tranquila.
— Certo obrigada – acaricio a barriga dela e o bebê se movimenta. — Cuida bem da mamãe tá bom até amanhã – me abaixo e falo com sua barriga e recebo mais um movimento — Isso muito bom bebê – quando ergo meu olhar sou surpreendida pelos olhares de Christian e Hanna atentos sobre mim. Minhas bochechas coram me sinto um tanto constrangida, ah para eu não sou louca o bebê pode me ouvir eu sei.

— Ah vamos Christian, Precisamos resolver mais algumas coisas – explico.
— Sim, estou pronto – ele se coloca já ao lado da porta de saída da cozinha.
— Até mais Hanna – me despeço.
— Até Ana, fica tranquila qualquer coisa ou dúvida eu te ligo – ela acena com a mão.

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