Capítulo 10

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Anastasia

Eu entro no meu quarto fecho a porta atrás de mim e tranco. Corro ao banheiro escovo meus dentes e volto para me recolher na minha cama.
Deitada sobre meu travesseiro paro pra pensar no quanto eu sou louca.. eu tranquei a porta do meu quarto.... eu sou uma pessoa ruim? Talvez. Sim ou não... Realmente não sei, bem afinal eu não conheço direito o homem que está dormindo no quarto ao lado, até agora parece ser uma boa pessoa, entretanto acabei de dar guarida a ele, e não quero virar estatística amanhã.
— Espero ter feito a coisa certa! - murmuro pra mim mesma enquanto me ajeito na cama e esmurrou meu travesseiro a fim de que ele fique confortável. Fecho meus olhos tentando me concentrar em dormir, porém meu pensamentos não param de flutuar, o que será que houve na vida de Christian para ele estar nessa condição?
Eu realmente não sei, mas me propus a ajuda-lo e agora vou até o final... Viro para o outro lado e finalmente me deixo ser levada pelo sono.

Parabéns a senhora teve um menino - o médico murmura enquanto ergue ao criança que chora a plenos pulmões. Lágrimas de alegria escorrem pelos meus olhos ... Eu finalmente tenho uma família e eles são tudo o que eu preciso para viver.
Oh céus obrigada, obrigada por essa benção - eu apenas agradeço pelo presente mais precioso de toda a minha vida.
— Obrigada por isso eu te amo querida!!! – ao olhar para o lado me deparo com o homem do sorriso mais lindo e encantador que eu já vi, ele segura a minha mão e a leva aos lábios deixando um beijo suave e quente no dorso da minha mão... Lágrimas escorrem por seus olhos e sei que são de gratidão e alegria.

— Hum... – viro me para o lado ao sentir algo vibrando, começo a tatear e encontro o incoveniente atrapalhador de sonhos. - Ah não - abro meus olhos e olhando para tela do celular são sete da manhã estou extremamente atrasada.
Levanto da cama o mais rápido possível e corro para o banheiro, ao me olhar no espelho por pouco não me assusto com a bagunça que meu cabelo está... Corro pro chuveiro e tomo uma rápida ducha, então meus olhos saltam da órbita, eu quase me esqueci que eu tinha um convidado na casa... — E agora como vou fazer para acorda-lo? – murmuro para mim mesmo enquanto termino meu banho.

Corro para o meu quarto, paro em frente ao closet seleciono meu modelo de roupa do dia, calça jeans forrada por dentro e blusa cacharrel de lá vermelha, porque o frio lá fora não está perdoando ninguém.
Calço minhas botas, passo um delineador e um rímel e estou pronta para enfrentar o dia.
Destranco a porta do quarto e sigo rumo a cozinha a fim de pensar em como acordar meu hóspede já que não o conheço e fico receiosa de chamá-lo, não sei como ele vai reagir, afinal faz tempo que ele não dorme em uma cama quentinha e estáva acostumado com as ruas receio algo parecido com estresse pós traumático. Paro em frente a porta do seu quarto e inspiro profundamente.
Melhor eu ir preparar algo para o café da manhã primeiro. Sigo para a cozinha a fim de preparar algo, porém antes de entrar sinto o cheiro de café dominando o ambiente.
— Uau – murmuro ao me deparar com a mesa posta e com panquecas preparadas, um punhado de frutas, suco e leite. Confesso que é um choque, eu não estava esperando por ele estar acordado.
— Eh me perdoe se fui invasivo. Bom dia! – ele diz totalmente constrangido.
— Não há porque se desculpar – explico rapidamente me aproximando da ilha no centro da cozinha - Bom dia!
— É que eu acordei cedo, e não tinha muita coisa para fazer, então resolvi vir aqui na cozinha ver se você já havia acordado, aí como percebi que você ainda estáva dormindo resolvi preparar o café da manhã para você – eu o observo e ele está totalmente constrangido, suas bochechas estão tão coradas que eu poderia dizer que é o reflexo da minha blusa vermelha.
— Não há problema algum, inclusive muito obrigada – sorrio levando um pedaço de mamão aos lábios tentando descontrair o momento — É que nunca tenho hóspedes em casa, e cara... uau... você mandou muito bem – elogio enaltecendo o trabalho dele ele cora mais um pouco — Então venha vamos tomar café, temos muito a fazer hoje e eu com certeza estou um tanto atrasada – murmuro olhando para o relógio em meu pulso. Ele se move segurando a jarra de café recém coado na cafeteira e toma seu lugar na ilha.
Então eu o observo atentamente enquanto ele serve o café em minha xícara. O homem tem sua beleza...
— Açúcar ou adoçante? – Christian tira-me do meu devaneio.
— Açúcar, por favor – ele acena e coloca duas colheres de açúcar e me passa a xícara, o cheiro é maravilhoso. Eu não costumo ingerir café logo cedo, mas ele fez com tanto carinho que não posso recusar.
— Obrigado Christian – agradeço, ele apenas acena.
— Quais são os planos para hoje? – ele indaga antes de levar dia xícara de café aos lábios.
— Bem, preciso fazer compras de suprimentos para minha loja, tenho uma encomenda grande para entregar amanhã – explico, porém não explico tudo quero levar-lhe a uma loja de roupas e calçados, afinal ele provavelmente não calça o mesmo número que meu primo.
— Ótimo – ele diz juntando as mãos empolgado.
— Olha que esse é um programa de índio hein – sugiro talvez ele se arrependa de querer me acompanhar.
— Qualquer programa de índio me fará mais feliz do que passar o dia ocioso - murmura sério antes de levar um pedaço de panqueca a boca.

...

Eu realmente fico de boca aberta com suas atitudes, ele é tão educado e cavalheiro, parece ser uma pessoa que foi criado em digamos um berço de ouro. Após eu dar partida no carro e ganhar as ruas de Columbus percebo que ele fica um tanto tenso.

Enquanto Christian parece estar absorto em seus pensamentos e observando a cidade durante o trajeto. Eu resolvo ligar o sistema de som para quebrar um pouco o silêncio. Uma da muitas músicas antigas que eu particularmente amo começa a tocar, não resisto e aumento um pouquinho o volume.
Quando dou por mim já estou cantando, sinto seu olhar se fixar sobre mim, toda via não me importo essa sou eu no meu dia a dia, continuo cantando.

— Nossa meu gosto músical é tão péssimo assim? – indago fingindo indignação quando a música termina.
— Com toda certeza seu gosto musical é excelente - afirma a linha fina de um sorriso tímido se forma em seus lábios emoldurando seu rosto, e eu só consigo pensar o quanto ele fica ainda mais bonito sorrindo. E eu confesso gosto de vê-lo assim.

Confesso também que eu gostaria muito de saber sobre seus pensamentos e como ele veio parar aqui nessa situação um rapaz tão bonito e educado.

Colocando os pensamentos de lado tenho uma ideia, depois de comprar os suprimentos da loja eu vou levar ele em alguns lugares. E espero que ele em algum momento se abra comigo. Eu realmente quero ajudar ele.
— Chegamos – indico quando paro no estacionamento do hipermercado aonde costumo comprar a matéria prima para as minhas receitas.
— Legal – ele murmura soltando o cinto de segurança. Provavelmente deve ter um tempo desde a última vez em que ele esteve em um supermercado ou algo do tipo.
— Hora da tortura – eu brinco a fim de descontrair.
— Estou pronto – ele ergue as mãos ao alto.

EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora