Existem diversas versões sobre as divindades, todo pagão entende as divindades como ambivalentes, o que significa que não são completamente boas ou ruins, elas possuem tanto seu lado expansivo de luz quanto seu lado introspectivo e sombrio. Mas tanto por conta da influência cristã de acreditar que uma divindade só pode ser 100% boa, quando por conta da cultura pop que muitas vezes representam deuses sendo ou benevolentes ou vilões, acabamos entendendo uma visão distorcida sobre alguma divindade, então aqui listarei alguns exemplos de como algumas divindades realmente eram retratadas em sua mitologia original, a maioria vai ser grega porque é a mitologia mais difundida na nossa cultura ocidental.
1- Zeus: o Deus do Olimpo e dos raios da mitologia grega é normalmente retratado como benevolente pela cultura pop, como no filme Hércules da Disney, ou como no filme Wonder Woman, mas na verdade, Zeus era um Deus bastante vingativo e descontrolado quando se tratava de sua ira, ele também traia sua esposa Era, tendo vários casos com outras deusas e mortais, possuindo muitos filhos bastardos. Mesmo assim, não devemos pensar em Zeus como mau, a final, nosso julgamento mortal de bem e mal não se aplicam a divindades. Além do mais as divindades das mitologias são personificadas, mas era apenas como os antigos pagãos interpretavam energias da natureza. Sendo assim, podemos entender Zeus como o espírito das tempestades e dos raios e relâmpagos.
2- Hera: sendo ela a Deusa do matrimônio e da família, é de se esperar que ela seja uma divindade boazinha e maternal. Mas além de ter expulsado seu próprio filho Hefesto do Olimpo, o jogando no mar quando ainda era um recém nascido, apenas por ser fraco e feio, era também já ordenou que serpentes gigantes devorassem Hércules (filho de Zeus com uma mortal) quando era um bebê. Novamente ressaltando aqui, isso não significa que devamos olhar pra Hera como uma mãe desnaturada e psicopata. Ela representa tanto aspectos positivos (maternidade e o casamento) quanto o lado sombrio desses aspectos (depressão pós parto, traição, a fúria de uma mãe).
3- Hades: o injustiçado Deus do submundo não poderia ficar de fora dessa lista. Hades recebeu a (nem um pouco cobiçada) missão de ser o Deus que recebe as almas dos mortos no reino da pós vida. Mas quando a visão cristã que o submundo seria um terrível lugar de eterno sofrimento foi estabelecida, logo a deidade que coordena esse local só pode ser maligna, sendo Ades então associado ao diabo cristão e Zeus ao Deus cristão, o que está terrivelmente errado, Ades também teria seu lado de luz, ao contrário do que muitos acreditam sobre o rapto de Perséfone, é possível que Hades tenha convidado Perséfone e se apaixonado por ela, sendo esse amor recíproco. Ele então pode ser interpretado como um arquétipo que representa a morte e uma energia introvertida de repouso.
4- Afrodite: ao contrário do que muitos pensam, o título "deusa do amor" não se refere ao amor romântico ou matrimonial. Afrodite é a Deusa do amor próprio, da autoestima, da atração e da paixão, tendo também seu lado destrutivo, como arrogância, egocentrismo e egoísmo. Trabalhar com Afrodite ajuda a aprimorar seu amor próprio e sua autoestima, mas também é sobre tomar cuidado para que isso não se transforme em ego.
5- Tupã: o Deus dos raios e trovões da religião de muitos grupos indígenas, é muitas vezes confundido como se fosse o Deus central de suas religiões, ou até mesmo como o único, mas os indígenas não são e nunca foram monoteístas, acreditam em várias deidades que representam o rio, a terra, o sol, a lua, o trovão..., mas quando os portugueses tiveram contato com os indígenas, para introduzir sua religião para eles, compararam seu deus com Tupã.
6- Thor: muitos o conhecem através da cultura pop, mas ao contrário do que muitos acreditam, ele não era o filho preferido de Odin, de acordo com a mitologia nórdica, o filho favorito de Odin era Balder, que representa a beleza masculina, a paz e à justiça.
7- Hel: também chamada de Hela, é a Deusa de Helheim (submundo), pode até mesmo ser comparada à Ades, todavia ao contrário do que nos foi apresentado, Hela era filha de Loki, não de Odin.
8- Lilith: não poderia fazer esse capítulo sem abordar essa deidade. Existem muitas controvérsias quando falamos de Lilith, na Mesopotâmia, ela era como uma Deusa noturna que representava os ventos fracos do deserto, muitos associavam a coruja a Lilith, e quando uma pousava em seu telhado, anunciava a morte. Na mitologia hebraica, ela era a primeira esposa de Adão, que se recusou a se deitar abaixo de Adão e por isso fugiu do paraíso, tendo encontrado Lúcifer no deserto e seguido ele até seu reino se tornou rainha do inferno posteriormente sua imagem também foi associada à demônios da luxúria. Muitas bruxas da idade média também cultuavam Lilith como sua deusa, sendo uma figura associada à independência e poder feminino. Tendo em vista todas essas histórias diferentes, podemos interpretar que existem 3 liliths diferentes, cada uma representando um aspecto diferente. Lilith é como deidades diferentes que receberam o mesmo nome, ou uma deidade associada à aspectos diferentes.
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A bruxaria pra mim
EspiritualEscrevo esse livro com o propósito de ajudar aqueles que gostam do assunto de bruxaria natural, neopaganismo, Wicca..., para trazer minha visão (como bruxo neopagão da Wicca). Lembrando que não finalizei meu caminho na bruxaria, até porque, é um cam...