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Emma respirou fundo antes de se levantar com cuidado e caminhar em direção a sua casa, andava distraidamente pelas ruas, estava pensativa demais para notar as coisas ao redor, quando chegou em casa, Emma abriu a porta e ao fechar se encostou na mesma, ela estava em casa, mas aquilo realmente significava que ela estava a salvo ? subiu para o quarto lentamente e se jogou na cama, aquele dia estava sendo uma loucura, sua melhor amiga era uma bruxa, Ethan um demônio, e sabe se la mais o que, existia um mundo todo que Emma não conhecia, um mundo onde bruxas que não a conheciam queriam a matar so por ela ser humana, Emma se esticou na cama tentando percorrer cada pensamento sobre aquele dia para fora de seu corpo, olhou para o teto e lembrou do dia que o demônio estava lá em seu quarto, fechou os olhos tentando relaxar, mas então os arregalou em um segundo e se sentou na cama ereta, Se Ethan era um demônio, o que ele realmente poderia fazer ? Ele havia a visto nua ? Demônios viam através de parede ? Emma começou a ficar vermelha como um tomate de tanta vergonha e vários  pensamentos paranóicos percorreram sua mente, balançou sua cabeça colocando a mão em seus cabelos bagunçados, ainda não lembrava como seu cabelo havia ficado aquela cor, levantou e decidiu tomar um banho antes de ir a biblioteca/loja do senhor Peterson, tomou um banho apressado e vestiu um vestido azul claro que fazia um belo contraste com seus olhos azuis, apenas pegou sua mochila do chão e a colocou nas costas de qualquer jeito, sem se importar se seu cabelo molhado e despenteado iria o encharcar, seus tênis brancos desciam rapidamente as escadas, Emma estava eufórica, e cheias de pensamentos, apenas uma coisa a acalmaria no momento, e seria ler, ocupar seus pensamentos com vários e vários livros, assim que abriu a porta sentiu um vento gélido soprar em seu rosto ameaçando ser acompanhado de uma torrencial chuva, mas Emma não deixou se ser intimidada pela ameaça, respirou fundo franzino o cenho e olhando ao redor pra as coisas com um olhar determinado, fechou a porta atrás de si com uma das mãos e apertou a alça da mochila com a outra, caminhou determinada a se afogar no seu mundo, um mundo bem distante da realidade confusa do momento, as árvores balançaram com o vento que fazia algumas folhas caírem no chão e serem arrastadas pela rua, o céu acinzentado parecia cobrir os últimos raios de Sol, deixando seus ventos ainda mais frios, não que Emma se importasse com isso, quando estava determinada a fazer algo, não tinha quem a convencesse do contrário , continuou caminhando sem apressar o passo, e então sentiu algumas gotas de chuva caírem sobre sua pele, apenas alguns pingos rápidos de aviso antes da chuva torrencial cair sem dó, Emma sentia cada gota de chuva deslizar por sua pele, a ensopando por completo e deixando quase que impossível ver muito a frente,  Emma se lembrou das mãos de Ethan a segurando na chuva no mesmo dia em que seu namorado terminou com ela, lembrava do demônio Tão perto de si que pensava que a qualquer momento ele iria a beijar, lembrava dos olhos dele penetrando nos olhos dela, seu toque, sua boca, seus cabelos pingando, sua voz, aquela chuva estava fazendo ela se lembrar dele, mas ela não queria aquilo, podia ser em qualquer momento menos aquele, lembrou do primeiro dia na escola no qual ele havia ido até a mesma, do dia que se atrasou e ele a esperou apenas para esnobar ela, lembrou do cheiro dele e de sentir seu corpo e seu coração com suas próprias mãos, parou e fechou os olhos com força desejando com mais força ainda que as lembranças fossem embora, o que só fez ela ter mais flashbacks de Ethan ao seu lado, cerrou seus punhos quase que fazendo suas unhas afundarem na palma de suas mãos, sentiu alguém a puxar bruscamente pelo braço para si, Emma ainda estava de olhos fechados e punhos cerrados, mas não havia mais chuva caindo sobre seu corpo, ao invés disso ela estava sendo segurada perto do peitoral de alguém, alguém que a aquecia, alguém cujo cheiro e toque ela conhecia, fechou seu punho com mais força fazendo a unha romper a pele e sangue sair das meia luas formadas por suas unhas, isso não vai faze-lo sumir, a voz da sua cabeça estava certa, tremeu um pouco antes de abrir os olhos e ver uma camisa preta sem mangas totalmente molhada e grudada ao corpo definido dele, subiu seu olhar lentamente quase que automaticamente e o viu olhando para ela com os cabelos pingando e os olhos vermelhos curiosos e preocupados, ele era um pouco mais alto que ela, o que normalmente faria seu pescoço doer, mas no momento sua mente estava branca olhando para aqueles olhos, olhos nos quais ela deveria temer, afinal ela agora sabia quem ele era, ou melhor, o que ele era, deveria correr para longe, ou talvez o empurrar para longe, onde seu toque não a afetaria, mas apenas ficou parada olhando nos seus olhos, e ele estava ali a olhando como se quisesse ler os pensamentos dela, segurando o braço dela, ele respirava fundo, mas não apressadamente como ela, ele então se abaixou um pouco e a beijou, Emma não esperava um beijo, mas aquilo não tinha a pegado de surpresa, ele ainda segurava o braço dela, e ela ainda estava imóvel, porém ambos estavam envolvidos nos lábios um do outro, Emma só conseguia sentir a maciez dos labios de Ethan, e um gosto doce e apimentado, o que ela não entendia ja que ele cheirava a menta, suas línguas se encontraram e era como se aquilo fosse o encontro de dois amantes fugitivos, involuntariamente Ethan apertou o braço de Emma com a mão que a segurava, tornando o beijo mais urgente, como se aquele fosse o último beijo antes da morte, o beijo ficou selvagem e quente, Emma sentia um fogo dentro de si se ascender, um fogo no qual nem sabia que tinha, segurou a camisa de Ethan o trazendo ainda mais perto de si, os corpos molhados e colados emitiam um calor anormal, Ethan sentia os lábios de Emma nos seus e era se tivesse embriagado por algo totalmente novo, sentiu Emma segurar sua camisa o puxando mais ainda para si, se Emma puxasse aquela camisa apenas um pouco mais forte, Ethan teria uma camisa a menos em seu guarda roupa, Ethan não sabia o quanto queria aquilo até conseguir provar,  era como estar vivo, humanamente vivo, e totalmente preenchido, os lábios de Emma despertavam coisas que Ethan jamais havia sentido .

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