Único

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Recomeçar a vida em uma nova cidade, sem dúvidas não é uma tarefa fácil. Muitas vezes a torcida e o apoio daqueles que amamos são primordiais para se continuar lutando, mas o caso de Hoseok infelizmente é contrário.

Bem, quando se "sai do armário" as coisas podem também sair do controle para alguns. Mas não é como se o Jung já não planejasse deixar aquela cidade, a situação familiar era só uma das dores que carregava consigo.

Enfim, depois de toda a dificuldade de se manter obstinado, trabalhando, estudando e construindo uma vida profissional, o jovem finalmente obteve a oportunidade de seguir com sua vida, e sair de casa.

O processo não tinha sido fácil nem rápido, e o universo não havia pegado leve com ele. Mas, tinha se agarrado à esperança de dias melhores. Dessa forma finalmente havia chegado em Seul.

Era um excelente profissional recém contratado em uma boa empresa da capital. Agora respirava novos ares, convivia com novas pessoas e se reencontrava na nova cidade.

Tudo poderia estar perfeito para o rapaz agora, isso se os seus fantasmas e dores do passado, não continuassem a persegui-lo. A ansiedade desde garoto, a insegurança sobre suas próprias capacidades, a forma distorcida como via a si mesmo, a necessidade de aprovação e principalmente a solidão que nunca o deixava. Tudo aquilo ainda o prendia em grades, preso com seus próprios pensamentos e sua própria sombra.

Mas diferente do que deveria fazer, o Jung simplesmente reprimia tudo isso o mais profundo possível. Escondia suas dores por trás da máscara social que havia criado para seguir em frente. Trazer aqueles sentimentos à tona era simplesmente demonstrar suas fraquezas, e não era assim que gostaria de ser visto.

Já não bastava a imagem que a família tinha dele, principalmente seu pai, que era um homem tão forte, diferente de si. Jung Hoseok não se parecia nada com ele, era um fraco. Que homem não deseja formar uma família "real", com filhos e uma linda esposa? Que homem de "verdade" era tão barulhento e espalhafatoso? Que tipo de homem tinha uma personalidade como a sua? Que tipo de homem ele era?

Apesar de finalmente ter deixado sua vida afetada por preconceitos e solidão para trás e estar disposto a aceitar quem ele realmente é, essas perguntas sempre rondavam sua mente.

     
                              [...]

O dia havia sido cansativo na empresa. Com isso, Hoseok não via a hora de chegar em casa e finalmente desacelerar sua mente cansada. Era final de semana, isso significava que poderia descansar e dormir em paz.

Se fosse seguir a sua rotina, passaria o resto do dia em seu sofá assistindo algo na tv, e talvez revisando alguns relatórios. Mas, dessa vez os colegas de trabalho que ainda não conhecia direito, haviam marcado de saírem juntos em um barzinho. Talvez fosse uma boa oportunidade para Hoseok se aproximar mais deles, e quem sabe construir alguma amizade um pouco mais sólida.

" Seria melhor do que ficar mais um final de semana sozinho, preso com os próprios pensamentos e trabalho extra", ele pensava. Com isso em mente, quando a hora marcada chegou, se arrumou devidamente e seguiu até o lugar já combinado.

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Depois da noite descontraída com seus colegas e da pouca bebida alcoólica que consumiu, Hoseok resolveu voltar para casa dando uma desculpa qualquer.
A noite havia sido até divertida e os caras eram legais, mas o rapaz se sentia mal por não conseguir acompanhar os assuntos. Eles com certeza não tinham nada em comum. E isso o frustrou por se sentir deslocado.

Tentava lutar contra os sentimentos ruins, enquanto passava próximo a uma praça iluminada. Parecia movimentada, conseguiu distinguir o som de um violão mais a frente. O que despertou sua curiosidade.

Matando me com sua canção |SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora