𝙎𝙚𝙡𝙚𝙣𝙤𝙥𝙝𝙞𝙡𝙚 • Lee Felix

☼︎ one ☼︎

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No auge dos seus dezesseis anos, Felix não tem vergonha de admitir que corre para o seu mesmo porto seguro desde quando era apenas uma criança sardenta e bochechuda.

Porém é realmente difícil encontrar alguem que admire o astro mais do que o Lee, afinal a lua o ensinara diversas coisas ao longo de sua vida.

E mais do que como uma sabia professora, Yongbok a via como uma companheira. A única que está com ele nas noites mais difíceis, a única que sabe de seus segredos e de suas preocupações, a única que conhece Lee Felix por inteiro.

A lua também o ensinara que não é preciso brilhar o tempo todo, que há um momento em que todos devem se recolher e recarregar as energias, e que tudo é um processo natural e gradual.

Fora a observando que Felix, muitas vezes, achou seus próprios caminhos e tomou as decisões que julgara certas, sem hesitar, assim como sua tão amada lua.

O garoto sabia que muitas vezes poderia parecer ridículo com tal modo de pensar, afinal era só um astro, não?

Ao menos não para Felix, e isso é tudo o que importa.

A brisa da noite fria e calma acaricia o rosto de Yongbok, contrastando com o tornado que se forma na mente do menino.

É a virada do ano, mas na residência dos Lee, já sempre tão vazia, mais parece um dia qualquer. Será mais uma noite silenciosa em que felix passa apenas na companhia da lua, da qual mais uma vez se sente um confidente.

Enquanto tenta fingir que a ausência constante da família não o afeta mais, ainda que a presença do astro lhe conforte, Lixie se preocupa sobre como o novo ano será tempestuoso.

Fora forçado a deixar tudo para trás e se mudar da Austrália faz apenas três meses e não possui confiança em seu coreano, muito menos em seus traços exóticos e diferenciados que certamente destoará dos demais.

Não se sente pronto para ir a escola novamente ou seguir com a sua vida no novo país, mas a virada do ano só o prova que o tempo não lhe espera.

Suspirando baixinho, ele apóia a bochecha salpicada de adoráveis sardinhas no batente da janela, mirando a bela lua cheia de hoje.

— O que eu deveria fazer...? — murmura, se sentindo perdido. — No fim você é a única que continua comigo, Lua. Mas é irônico pensar que eu só tenho a você, mas você tem a todos os outros seres...

Os olhinhos brilhantes fitam o astro como se milagrosamente fosse receber uma resposta audível, esta que obviamente não vem e o menino acaba por rir de seus próprios pensamentos.

— Eu me sinto igual ao Gru agora.

Vendo que faltam poucos minutos para a meia-noite, o Lee se levanta subitamente, indo por em pratica a ideia mais estúpida que já tivera.

Sentou sob os próprio calcanhares aos pés de sua cama, fechando os olhos com força e enfim desejando para o além:

"Eu gostaria de poder ter a Lua só pra mim."