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Monótona, o mesmo que: repetitiva, tediosa, fastidiosa..

Ou se preferir, minha vida.

Em 18 anos de minha existência eu já me sentia como adultos que caiam na rotina, onde carregavam um casamento por adaptação e costume.

Eu me sentia deslocado em meio aos jovens em minha volta. Extremamente pequeno em meio aos outros. Assim como uma pequena formiga perto de um elefante, tão diferentes e distintos.

Ao mesmo tempo que invisível tão vigiado.

Sentia que todos me observavam, calculando cada um dos meus passos, estando em constante julgamento. Cada erro uma punição, preso cada vez mais pelas minhas próprias críticas.

Minha cabeça sempre está em constante confusão. Em uma briga entre identidade e sabedoria.

Desde muito novo me senti assim, nunca me encaixei em grupos de escola ou até mesmo com familiares. As pessoas me olhavam estranho, nunca entendi o porque. Talvez seja o meu corpo ou minha forma de andar ou falar, se é que já ouviram minha voz além de murmúrios quando estou concentrado em meus próprios pensamentos. Apesar de solitário e sozinho, isso nunca me foi um problema. Não me importava em ser visto como alguém diferente, ou em não ser visto, também não me importava com exclusões em trabalhos escolares.

Talvez seja por isso que tenho uma vida tão repetitiva. Já decorei até a ordem e horários.

6 da manhã.
Casa dos Park's.


Abri meus olhos confuso, quando o som de meu celular soa em meus ouvidos, me fazendo despertar. Uma brisa fria arrepia meu torso nu, enquanto meu fios voavam levemente. Levantei meu tronco em um instante, fechando os olhos fortemente ao sentir uma claridade invadir minha meus olhos, sensíveis por estar de manhã. Após finalmente acostumar com os raios de sol, olho para minha janela.

Eu havia esquecido de fecha-la. De novo.

Podia jurar que havia as trancado, mas não tenho total certeza.

E é por não ter firmeza em tal pensamento que ignoro a sensação e levantei-me devagar, levemente grogue. Habituado a rotina, vou direto para o banheiro, sabendo que daqui em instantes minha mãe abriria a porta do quarto para conferir se eu já tinha levantado, após não me ver durante a noite interior.

No fundo eu sabia oque ela fazia todas as noites, quando saía a trabalho. Mas eu preferia apenas fechar os olhos para tudo aquilo. Não consigo imagina-la vendendo seu corpo para poder ter um dinheiro extra no fim do mês, ela não pode.

Até porque, a vida se torna mais fácil quando fechamos nossos olhos.

Jogo uma água no meu rosto, frustrado com tais pensamentos negativos logo em tal hora da manhã. Olhei para meu reflexo no espelho, ouvindo o barulho da porta sendo aberta. Não fiz questão alguma de dizer que estava no banheiro, já começando a escovar meus dentes.

Minhas olheiras estavam escuras e fundas aquele dia, fruto de noites mal dormidas. A madrugada era o único momento que eu saía da rotina, onde eu poderia fazer oque quiser sem horários e planejamentos. A madrugada desperta minha imaginação.

É no silêncio da madrugada, onde ouço apenas a minha respiração e posso relaxar. Posso imaginar-me em um mundo melhor. Onde eu era feliz e tinha meu pai aqui comigo.

O momento do silêncio quebra todo meu bloqueio criativo e inspira-me.

Por isso, normalmente eu uso esse tempo para escrever e ler. Tal coisas que me deixam completamente calmo e relaxado, onde minha mente vaga para um lugar melhor e onde todos meus problemas parecem evaporar.

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⏰ Última atualização: Apr 17, 2021 ⏰

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Título padrão - Lágrimas De PetalasOnde histórias criam vida. Descubra agora