Dois.

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— Coisa quente do caralho. Nem sei por que ainda tento tomar isso.

Taehyung resmungou depois de terminar sua segunda cuia de Chimarrão, largando ela ao lado da térmica e levantando-se da cadeira de praia que estava aberta em sua sacada.

Sua língua estava queimada, assim como o céu da boca. Nunca se acostumaria. Era o típico gaúcho de apartamento. Nada bagual.

Era outra sexta-feira, já fazia uma semana desde que tinha falado com Jeongguk e visto Hoseok.

Aprofundou suas horas de trabalho apenas para ter com o que ocupar sua cabeça. Sua vó sempre dizia que mente vazia era oficina do Diabo, e ele sabia que Jeongguk era um dos mais perturbadores.

Ao chegar na sala, pegou o celular para trocar de música. Deixando que sua playlist de bandinhas tocassem. Se jogou no sofá e olhou as horas, eram 18h e 42min da tarde, o Sol ainda não tinha se posto, mas ele já podia ouvir a movimentação na rua abaixo.

— No bar da esquina, vou afogar, minha dor... Vou beber pinga, pra acalmar, meu coração... — cantou junto da música, rolando o Feed de seu Instagram. Tinha apagado a foto que postou na semana passada, pois se sentiu um merda por deixar Jeongguk daquela maneira. — Aonde pensa que vai?!

Perguntou, vendo sua irmã mais nova sair do quarto de hóspedes toda arrumada.

Yerim usava um vestido preto tubinho de alças, o que realçava todo o corpo dela. Os cabelos loiros estavam amarrados em um rabo de cavalo muito bem feito e sua maquiagem era fraca, porém, brilhante.

Estava linda.

— Vou sair com as gurias, eu te avisei ontem, Tae.

— Vai ter garotos? Aonde tu vai mesmo? — se levantou do sofá, se aproximando da menor e analisando ela dos pés a cabeça.

— Sim, vai ter garotos. — ela riu, abraçando o irmão e deixando tapinhas na bunda do mesmo. — Não se preocupe, nós vamos pra Canoas de trem e depois eu vou posar na casa da Helô.

— Como não me preocupar, Ye?! Nem sei quem é Helô!

— Mas eu sei. Nós estudamos juntas e nos reencontramos agora. Ela mora com os pais se isso te conforta.

— Tá... Mas, toma cuidado, okay? — enquadrou o rosto pequeno nas mãos enormes, vendo ela assentir enquanto sorria. — Não aceite bebidas de estranhos e muito menos carona. Se quiser vir pra casa, pode me ligar, eu te busco.

— Entendi, pai. — ralhou.

— Se alguém te forçar a alguma coisa, chame atenção. Faz barraco e pronto.

— Por Deus, Taehyung. — riu. — Acabou?

— Não. Precisa de dinheiro? Camisinhas?

— Não e não! Vou sair pra me divertir e não pra foder, tá bom? — o maior levantou as mãos em sinal de rendição. — Volto antes do meio-dia, tenho que trabalhar amanhã.

— Ótimo, te amo.

Se despediu dela com um beijo na testa e fechou a porta quando a mesma saiu.

Taehyung optou por tomar um banho e o fez, vestiu roupas normais e voltou para a sacada, de onde pegou a cuia e a térmica, colocando a erva do chimarrão de adubo para seu canteiro.

W h a t s a p p

pedala hobinho: desce aqui no manhattan

nem
muita mão

pedala hobinho: te pago uma polar bem geladinha e um churrasquinho

aquele dos olhos negros me deixa louco - taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora