Capítulo Dez

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HERMIONE

A noite caia, o castelo com visitas era uma festa, todas as pessoas na mesa jantando, exceto ele, procuro com os olhos pela sala de jantar mas não o encontro.

Termino minha alimentação, peço licença e saio da mesa alegando dores de cabeça, mas na verdade só queria terminar meus livros, passo pelo corredor, subo as escadas e esbarro com ele...

- Ronald, por que não foi jantar?

- Hermione, fizemos um contrato, eu não lhe devo satisfação. Não confunda fingimento com verdade. – Falou de forma fria, fitando-a.

Não entendi nada, me assustei com sua forma rude, palavras me faltaram.

- Por que está agindo dessa forma comigo?

- De que forma? Te lembrando que não sou seu marido e que não precisamos fingir quando não há ninguém perto?

- Dessa forma aí. – Apontei pra ele. – Grosso.

- Bom, essa é minha outra versão que você está conhecendo, a versão "Me deixe em paz você não manda em mim". – Mas o que aconteceu aqui? Porque ele está agindo dessa forma comigo? Cadê o Ronald do passeio pela manhã?

Não o deixo nem terminar as ofensas, aperto meu livro em meu peito, abaixo a cabeça tentando segurar uma lágrima que teimava em querer sair e passo andando rápido por ele, dando um leve empurrão.

Não viro para trás, não vejo sua reação. Nada. Mas escuto uma voz no fundo.

- Não, espera, Hermi... – Mas bato a porta do meu quarto e permito que as lágrimas caem.

Mas porque eu estou chorando por ele se nem pela minha mãe eu choro quando ela me estressa?

Foi nesse momento que percebi não conseguir mais disfarçar e nem me negar, eu havia me apaixonado a primeira vista por Ronald Weasley, mas ele não.

Nem consigo ler aquela noite, as lágrimas tendem a cair, de que adianta fingir um romance durante um mês e depois vê-lo partir para encontrar sua verdadeira paixão? E é nessa noite, véspera do baile de inverno que eu decido pôr um fim nesse combinado e permitir que minha mãe me arranje um marido, pois eu jamais quero ser tratada novamente dessa forma, então pelo menos que eu encontre alguém que goste de mim, é impossível não gostar de alguém que gosta da gente né? A paixão vai surgindo, será um amor trabalhado.

Durmo sobre meu livro e exatamente na posição em que deitei, me acordo.

Asty já batia na porta para me chamar para o café, eu a peço por gentileza se podia trazer até meu quarto não estava com disposição para ver ninguém.

Ela claramente não entendeu porque eu estava agindo assim, sendo que todos os anos um dos meus dias mais divertidos é o dia do Baile de Inverno, os pais ficam em uma sala separada só com adultos tratando de negócios e nós jovens em outra.

Não que eu apronte, por Deus, não mesmo, mas eu tenho uma trégua em cobrança e ficar assistindo Harry e Draco tentando dançar me tirava altas risadas, mas esse ano eu não estou afim de ir.

- Pronto Hermione, aqui está seu café.

- O que mamãe disse?

- Estranhou o seu pedido, mas estranhou mais ainda você pedir para não ir ao baile, disse que você sempre amou. Mas mandou avisar que você irá. – Astória parou me analisando. – O senhor Ronald estava com uma cara péssima e eu pude perceber um semblante assustado quando você cogitou não ir hoje a noite.

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