16. O barquinho

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Encarava a meia hora o rosto de quem eu tanto amava, o rosto daquela pessoa que sempre me confortou, que sempre me deu carinho, a qual nos os momentos que eu mais precisei sempre me mostrou o caminho certo a seguir. Minha cabeça estava um turbilhão de sentimentos, memórias, lembranças, e de todos aqueles momentos que estavam represados no meu coração. Sabe quando você encontra aquela pessoa que faz anos que você não vê, mas seus pensamentos estão tão diferentes, sua sintonia tá tão distante que sua relação se torna rasa, como um barquinho navegando em um rio de águas calmas.

Nunca pensei que a minha relação fosse se tornar tão superficial, mas ainda assim não sabia o que sentir, não sabia como agir, não sabia o que pensar, até que aquela pessoa que eu tanto amava falar meu nome, em um tom desesperado, um tom em qual mostrava toda sua mágoa todos seus sentimentos, todo seu amor.

-Julie!

A minha mãe... Era minha mãe que estava lá, era ela, aquela pessoa que sim, sempre me acolheu e que sempre me deu conforto nos momentos em que eu mais precisei. Então de repente aquela relação superficial foi cortada com apenas uma única palavra, com apenas um único sussurro, e de repente aquele barquinho que nadava superficialmente pelas águas do rio calmo, afundou-se dentre as profundezas de memórias, sentimentos e momentos.

Tripping on the nowOnde histórias criam vida. Descubra agora